A Protegida

Capítulo 6

Passei a manhã toda com Taylor me explicando mais sobre a pessoa que está perseguindo Leila, li suas mensagens nas redes socias, privadas ou não, ele não parece ter receio de demonstrar o que sente e pensa sobre ela. Vi os presentes que mandou, junto com os bilhetes que colocou em cada um deles. Consideraria algo normal se fosse um namorado, marido que os enviasse. Agora um desconhecido que diz o que quer vê-la usando, vê-la fazendo em um conteúdo sexual explicito digno de história erótica... Não me admira que ela esteja tão assustada.

Taylor me explicou que ele sempre está um passo a frente da segurança. Tendo endereços de IP espalhados pelo mundo, o que dificulta o rastreio de suas mensagens, os presentes sempre chegam de endereços de locais públicos como shoppings, lojas, hospitais e em nome de John Smith. Parece até uma piada nomear a si mesmo de John Smith, clássico de filmes de ação em que o agente secreto ou o vilão se auto nominar John Smith, por ser um dos nomes mais comuns do país.

Eu entendo a frustração de Taylor porque a pessoa o faz andar em círculos com a investigação e não chega a lugar algum. É como se ele não tivesse mais o poder de proteger sua filha e que a qualquer momento um filho de uma puta doente pode pegá-la e fazer alguma coisa com ela. Eu mesmo estou me sentindo frustrado e com as mãos atadas, mesmo que Taylor tenha me dito que eu não devo me preocupar com a investigação, eu não consigo deixar de pensar no que eles não estão vendo. Eles estão nessa a investigação a meses, talvez uma pessoa de fora possa enxergar algo que eles não estão enxergando. Enfim, minha prioridade será a segurança de Leila, mas vou ficar de olho em tudo que for possível dessa investigação.

Nunca tinha parado para pensar no que um artista deve passar para criar entretimento para nós. Vi por horas a fio Leila em pé, em cima de um salto altíssimo, sem descanso, apenas pequenas pausas para se hidratar, trocar de roupas, ter pessoas mexendo em seu corpo, tirando e colocando maquiagens, penteados enquanto Taylor e eu apenas estávamos sentados observando.

Eu me senti mal por não estar fazendo nada. Claro que estava observando tudo, cada pessoa da equipe estava sob minha mira, e confesso que odiei a forma como o fotógrafo estava tratando Leila e acho que Taylor também não gostou. Ela parecia bem a vontade com a maioria das pessoas da equipe, mas quando o fotógrafo chegava perto, tocava desnecessariamente em seu corpo, era discreto porem percebi que ela recuava, sorria nervosa e sempre passava sua mão no local onde ele tinha encostado. Particularmente não sabia que fotógrafos tocavam nos modelos para mostrar as poses que eles deveriam fazer.

Não vou mentir e dizer que não gostei do que eu vi porque Leila é uma mulher maravilhosa. E, porra, meu trabalho de hoje foi simplesmente ficar sentado em uma poltrona confortável a vendo desfilar com diversas lingeries, uma mais sexy que a outra. Porém quando ela começou a demonstrar visíveis sinais de cansaço, eu me preocupei e senti muito mal porque parecia que ainda tinha muito a ser feito.

Suas belas pernas nuas chegavam a tremer quando chegou na ultima lingerie por estar tanto tempo em pé em cima dos saltos que a deixavam praticamente da minha altura e o pessoal da equipe estava agitado e estressado pelas coisas estarem dando errado. Vi sua expressão de alivio quando tudo acabou, mas Taylor, Ana e eu saímos para acompanhar a equipe e ela ficou no studio.

Já passavam das cinco da tarde quando todos finalmente deixaram o apartamento e eu senti o cheiro gostoso vindo da cozinha e Ana dizendo que o almoço/jantar tinha ficado pronto. Ela correu dizendo que precisava urgente usar o banheiro e Taylor disse que também precisava usar o banheiro e me pediu para chamar Leila para descer.

Quando entrei no quarto logo recuei porque ela parecia estar a vontade, relaxada na poltrona com seu sutiã e algo que julgo ser um tapa sexo largados ao seu lado caídos no chão. Dei duas batidinhas na porta antes de entrar e a chamei para vir almoçar/jantar.