A Protegida

Capítulo 9

Tentei ser o mais discreto possível quando vi aquela minúscula peça íntima dentro da sacola de comida para que Leila não visse e se assustasse com o possível stalker ter estado tão perto dela em um momento que ela estava tão frágil. Mas ela não era boba, era muito esperta na verdade e acabou vendo a pequena peça de roupa na minha mão.

Leila segurou o decote do seu robe fechado com força contra seu corpo se sentindo desprotegida. Rapidamente coloquei a calcinha dentro do meu bolso e pedi a Anastásia que entrasse em contato com Gail o mais rápido possível para que providenciasse outra comida para Leila, porque essa era a minha maior prioridade.

Ana obedeceu sem me questionar e saiu para entrar em contato com Gail enquanto eu fiquei para tentar passar algum tipo de segurança para Leila. Em hipótese alguma eu me sentiria seguro em deixa-la comer as coisas da bolsa sabendo que algum filho da puta entrou aqui e colocou a porra de uma calcinha dentro da mesma. Quem iria me garantir que ele não tenha colocado algo na comida?

Fechei a bolsa térmica e deixei embaixo da mesa, meio escondida, para que eu levasse comigo quando saíssemos daqui e iria diretamente para análise. Digitais e qualquer coisa que tenha na comida poderia ser uma pista para nós. O intruso teve a ousadia de tirar todos os potinhos de dentro da bolsa para colocar a calcinha ao fundo, sem bilhetes dessa vez, acho que só dar a atender que ele esteve tão perto de nós já é o suficiente.

Também não queria descartar nenhuma hipótese e pensei que essa bolsa pode estar guardada no guarda-roupas de Leila e Gail ter pego sem ter olhado dentro. Cresci com uma mãe e uma irmã, sei bem como funciona um guarda-roupa feminino e as coisas que podem ser encontradas dentro de uma bolsa grande. Meu pai e eu sempre ficávamos surpresos.

- Não queria ter que fazer você passar por isso, mas a peça é sua? – perguntei segurando em sua mão macia e a trouxe para se sentar ao meu lado no sofá. Sua mão estava fria, claro sinal de medo e eu segurei com força tentando passar segurança a ela.

- Deixe-me ver – disse ela olhando para o bolso onde eu tinha guardado a peça. Tirei a pequena calcinha vermelha com renda transparente. Pedi para que ela não tocasse na peça, quanto menos digitais melhor, e virei a pelas algumas vezes contra o tecido escuro do meu terno para que ela visse e tentasse reconhecer – Não, não é minha. Mas deve ser meu tamanho e... Eu me lembro que já fiz ensaio com uma lingerie parecida com essa.

- Acha que pode ser essa mesma peça? – perguntei criando teorias na minha cabeça. Leila se levantou indo até a bolsa em que trouxe suas coisas pessoais e pegou seu celular voltando a se sentar ao meu lado. Ela começou a rolar em seu instagram buscando a foto em que ela pousou usando a tal calcinha.

- Aqui! – disse ela me mostrando uma foto de seu corpo todo, apenas com uma calcinha e sutiã rendados, como a calcinha que estava na minha mão agora. Definitivamente era a mesma renda porém de cor diferente – Eu usei em roxo na campanha, mas foi lançado em diversas cores e eu não tenho em casa uma vermelha.

- Então a pessoa teve o trabalho de compra-la ou pegá-la de dentro da marca – ela guardou seu celular de volta e eu coloquei a calcinha dentro da minha calça – Alguém que você já tenha trabalhado em outro lugares estava aqui hoje?

- Muita gente! Logan, pessoas da produção, assistentes e tudo o mais não ganham o suficiente para se derem o luxo de trabalhar em um dia de produção de comercial. A maioria vem de agencias e essas agencias mandam pessoas para diversos lugares – bufei coçando a parte de trás do meu cabelo – Entende porque Taylor está tão frustrado? É como buscar agulha em um palheiro... – disse ela brincando com uma pequena onde na ponta do seu cabelo loiro.