13. Cultura do meio oeste dos Estados Unidos

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Vários autores comentaram sobre o possível impacto que o cenário na Falls City poderia ter na trama. Maslin chamou-o de um conto sobre uma busca de uma personagem presa e de pequena cidade procurando uma vida além do meio rural e o alto preço que ela paga pelo "sonho americano". No que concerne à representação de Nebraska, Halberstam escreveu: "A paisagem de Nebraska serve como um local marcado sobre o qual várias narrativas se desdobram, narrativas que se recusam a cair simplesmente em apenas uma história. Algumas dessas narrativas são de ódio; algumas, de desejo; outras, de ignorância e da brutalidade; outras, ainda, do isolamento e do medo; outras permitem que a violência e os preconceitos ignorantes se tornem a essência da identidade rural pobre branca; outras, ainda, provocam questionamentos sobre o desenvolvimento da branquidade e a normatização da violência".

Christina Dando escreveu que o retrato típico do meio oeste como uma área de "fronteira" não apareceu no filme até que o cenário mudasse de Lincoln para Falls City: "A paisagem plana, o céu espaçoso, as casas, evocam as planícies em dois períodos de tempo diferentes, familiares a muitos americanos por intermédio de fotografias históricas: o processo inicial de povoação... e as fotografias da farm security administration anos 30. É virtualmente intemporal. Também existe a sensação de lugar e a ausência dele." Ela completou que tal-qualmente na mitologia do velho oeste americano, em que fazendeiros, nativos e forasteiros lutavam para controlar o acesso à terra —"cada um lutando para preservar a liberdade e as oportunidades que os atraíram pela primeira vez ao local"—, o filme retrata pessoas nativas e estrangeiras que tentam reivindicar um lugar. "Os indivíduos principais do filme desafiam as cercas simbólicas e tentam atravessar as fronteiras à medida que lutam para construir e viver com suas identidades. Cidadãos das planícies são representados para erigir e policiar cercas sociais, apontando quem pertence a essa área e quem não, um paralelo ao mítico conflito entre fazendeiros. Comum a todas essas variadas guerras são os debates sobre a identidade masculina. Sobre a cinematografia do filme e a relação com seus temas, registrou:

A paisagem construída em Boys Don't Cry é escura, literal e figurativamente. A maioria das cenas é ambientada à noite, utilizando os céus noturnos da planície com nuvens em câmera rápida, aumentando o isolamento. Auadtis de vídeos sem lugar específico e atemporal. A comunidade também é escura. É marginal, apenas conseguindo se dar bem em conjunto, [assim como se prejudica] mortalmente no final. Enquanto é aparente a clássica dicotomia ocidental de que os homens são associados a exteriores; mulheres, a interiores, é assim também a mudança de Brandon. Ele parece ser capaz de lidar facilmente com os dois lugares, mas não pertence a nenhum deles.

Dando comparou o filme aoutros livros e filmes trágicos que foram ambientados nas Grandes Planícies,incluindo My Ántonia, Giants in the Earth, the grapes of Earth, in cold blood e badlands, escrevendo que, ao contrário deoutras obras, "Brandon é [a] personagem que realmente atravessafronteiras".

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