Vários autores comentaram sobre o possível impacto que o cenário na Falls City poderia ter na trama. Maslin chamou-o de um conto sobre uma busca de uma personagem presa e de pequena cidade procurando uma vida além do meio rural e o alto preço que ela paga pelo "sonho americano". No que concerne à representação de Nebraska, Halberstam escreveu: "A paisagem de Nebraska serve como um local marcado sobre o qual várias narrativas se desdobram, narrativas que se recusam a cair simplesmente em apenas uma história. Algumas dessas narrativas são de ódio; algumas, de desejo; outras, de ignorância e da brutalidade; outras, ainda, do isolamento e do medo; outras permitem que a violência e os preconceitos ignorantes se tornem a essência da identidade rural pobre branca; outras, ainda, provocam questionamentos sobre o desenvolvimento da branquidade e a normatização da violência".
Christina Dando escreveu que o retrato típico do meio oeste como uma área de "fronteira" não apareceu no filme até que o cenário mudasse de Lincoln para Falls City: "A paisagem plana, o céu espaçoso, as casas, evocam as planícies em dois períodos de tempo diferentes, familiares a muitos americanos por intermédio de fotografias históricas: o processo inicial de povoação... e as fotografias da farm security administration anos 30. É virtualmente intemporal. Também existe a sensação de lugar e a ausência dele." Ela completou que tal-qualmente na mitologia do velho oeste americano, em que fazendeiros, nativos e forasteiros lutavam para controlar o acesso à terra —"cada um lutando para preservar a liberdade e as oportunidades que os atraíram pela primeira vez ao local"—, o filme retrata pessoas nativas e estrangeiras que tentam reivindicar um lugar. "Os indivíduos principais do filme desafiam as cercas simbólicas e tentam atravessar as fronteiras à medida que lutam para construir e viver com suas identidades. Cidadãos das planícies são representados para erigir e policiar cercas sociais, apontando quem pertence a essa área e quem não, um paralelo ao mítico conflito entre fazendeiros. Comum a todas essas variadas guerras são os debates sobre a identidade masculina. Sobre a cinematografia do filme e a relação com seus temas, registrou:
A paisagem construída em Boys Don't Cry é escura, literal e figurativamente. A maioria das cenas é ambientada à noite, utilizando os céus noturnos da planície com nuvens em câmera rápida, aumentando o isolamento. Auadtis de vídeos sem lugar específico e atemporal. A comunidade também é escura. É marginal, apenas conseguindo se dar bem em conjunto, [assim como se prejudica] mortalmente no final. Enquanto é aparente a clássica dicotomia ocidental de que os homens são associados a exteriores; mulheres, a interiores, é assim também a mudança de Brandon. Ele parece ser capaz de lidar facilmente com os dois lugares, mas não pertence a nenhum deles.
Dando comparou o filme aoutros livros e filmes trágicos que foram ambientados nas Grandes Planícies,incluindo My Ántonia, Giants in the Earth, the grapes of Earth, in cold blood e badlands, escrevendo que, ao contrário deoutras obras, "Brandon é [a] personagem que realmente atravessafronteiras".
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Meninos não choram
RomansVamos lá mais uma vez falar de um filme que foi baseado em fatos reais... Bom dia meus leitores espero que gostem de mais uma obra, esta aqui tem realmente o livro tentarei colocar com minhas palavras sobre toda história...