Poemas Flutuantes final

2017

   Havia saído de um ano turbulento, sendo julgado pelos erros que fazia parte da educação familiar, entrei em um novo ciclo de vida imaginando o que era por dentro e por fora.

Os amigos sempre chamavam, diziam que as festas eram incríveis, tinha medo de decepcionar meus parentes e também não tinha confiança da minha mainha para passear a noite.

De tanta insistência ela havia deixado eu partir para o mundo, conheci pessoas que hoje fazem parte dos melhores da minha vida, estava evoluindo e sendo maduro antes do tempo.

Temia as críticas do modo de se vestir, da maneira de andar e a voz fina que o bullying perseguia, as vezes saia com medo pois na roda de samba não entra sanfoneiro.

Sofria com as roupas um pouco ultrapassadas, as pessoas ao redor nem queriam me cumprimentar por estar estranho em meio às discussões nada favorecidas.

A popularidade me ajudava um pouco, conhecer a maior parte da escola talvez seja a faca na mesa, porém, pode ser duvidoso quem gosta de ti ou quem está ao seu lado para manter status.

Havia chegado em um novo ciclo de vida, atribulado com todos os problemas pessoais, ainda esticava um sorriso sincero, pela minha verdade fui direcionado para outra cidade.

Teria erguido o peito demais em um dia desses, acabei levando um tremendo tapa entre a cara, isso não adiantou de nada, por que meu pai não soube me educar na base da pancada.

Um ser que nem sabes a procedência da minha história, chegar para tentar evoluir com mainha e querer ser o chefe da casa, não cola.

Comecei a sentir-me isolado dentro de casa, ninguém falava, ninguém me ouvia, iniciei a navegar pelo mar sem instruções e acabei afogando de tanta mágoa em meu coração, deprimido por ser uma criança no corpo de adolescente.

Me recuperei de tudo, comecei um novo ciclo de vida, me reergui com sangue de verdade, as mudanças da puberdade me transformou, soube correr atrás do que sou e por fim deixar para lá tudo que não era, porém, me evolui para amar quem quero.