Ele me olha e eu retribuo, impiedosa. Tento abrir a porta mais uma vez, e de novo sou impedida. Meu sangue começa a ferver e a opção de jogar-lhe uma ou outra verdade no meio da cara, se faz verdadeiramente interessante.
– Como tem passado, huh? O que anda fazendo?
– Vivendo. Algo que eu não fazia enquanto estava com você.
– Ei... Não fale assim.
– A propósito, você também está vivendo bastante, não é?! Quer dizer, para que dizia que não conseguiria suportar estar longe de mim e que a melhor saída seria a morte, até que você está bem vivo. Até investindo em colégio na Inglaterra você está.
Ele fica quieto, aquele olhar de peixe morto sobre mim, e a minha ira só aumenta.
– Você ama muito a si mesmo para tentar suicídio, Adrian. É egoísta demais.
– Talvez. – dá de ombros – O que não significa que eu não estava sendo sincero ao dizer que não suportaria ficar longe de você. Eu senti muito a sua falta, sabia?!
– Sentiu tanto, que até se casou. – disparo, vendo arregalar brevemente os olhos – As notícias correm...
– Ela nunca vai significar metade do que você significou para mim, Any.
– E eu realmente espero que não. Porque, se sim, eu tenho muita pena dela.
– Você fala como se não tivéssemos passado nenhum momento bom.
– Ah sim, nós passamos. E todos eles foram destruídos e adivinha por quem? Sim, por você!
Adrian abre um sorriso desaforado.
– E você? Se casou?
– Isso não é da sua conta!
– Pelo jeito, não. – noto um sorrisinho brotar outra vez em seus lábios – E, além de ser professora e servir de capacho daquela velhota, o que mais você faz? Eu pensei que você iria realizar aquele sonho de ser competidora de BMX ou evoluir para alguma coisa mais interessante, mas, pelo o que vejo, está na mesma vidinha patética de sempre.
Sou eu quem sorri. E lá vamos nós para os seus famosos ataques psicológicos.
– Sinceramente, é melhor servir de capacho dela, do que ser o seu. E, bem, eu estou muito bem com a vida que levo agora. Se você está insatisfeito com a sua, mesmo casado e dando uma de prodígio dos negócios, e quer destilar o seu veneno para tentar se sentir melhor, sinto em dizer, mas não vai funcionar.
O seu sorriso repentinamente desaparece. Reparo que a sua postura muda e fico atenta. Porém, agora que o pior de mim se libertou, vou dizer tudo o que tenho vontade.
– O que foi? Está triste porque agora eu não abaixo mais a cabeça para você? – alfineto, sem hesitar – Além disso, não duvido nada que eu esteja mil vezes mais feliz com a minha vidinha patética, do que você com a sua "aparentemente" vida bem-sucedida. Você não é feliz, Adrian, e nunca vai ser. Sabe disso, não é?!
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𝑰𝒓𝒓𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕𝒊́𝒗𝒆𝒍 𝒆 𝑰𝒏𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂́𝒗𝒆𝒍 ❃ Noany ❃
RomanceAny Gabrielly é uma brasileira que está trabalhando em Londres como professora do ensino médio. Com todas as dificuldades de cultura e por ser nova nesse emprego, tudo de que ela não precisava era ficar à fim de um garoto de 18 anos, que ainda por c...