Capítulo 123

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No instante em que Sofya abre a porta da casa que um dia fora nossa, palavras não são necessárias

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No instante em que Sofya abre a porta da casa que um dia fora nossa, palavras não são necessárias. Ela me lança um olhar cheio de complacência e ternura, e estende os braços para mim. Aninhada no abraço da minha melhor amiga, desabafo toda a angústia que comprime o meu peito. Choro, choro e choro. Só então me permito.

Eu sou uma péssima mentirosa. Eu não sou forte e estou longe de ser. Tentei, juro que tentei encarar da melhor maneira possível a situação, mas a grande verdade é que eu apenas fingi ser capaz disso. Sei que é para o bem dele, que é o seu sonho e vou apoiá-lo mesmo que me doa. Sei que é por pouco tempo, que talvez passe em um piscar de olhos. Contudo, é impossível não sofrer.

– Vai ficar tudo bem, Any. – Soso sussurra, acariciando os meus cabelos. Minha cabeça em seu colo – Você vai ver amiga. Tudo ficará bem.

Depois de chorar tudo o que tenho direito, busco me recompor. Engato uma conversa qualquer com a minha amiga, embora a minha mente esteja bem longe, mais especificamente em Noah. As vezes olho para a aliança dourada em minha mão e a toco, relembrando do nosso casamento da praia, de tudo o que passamos.

Eu não queria estar nostálgica dessa forma, porém, sou inevitavelmente pega nas lembranças. Tantas e tantas. Fico tão perdida em devaneios, que quase salto do sofá com o susto que tomo ao sentir o celular vibrar no bolso.

– Alô?!

"Any?"

– Bailey?! – franzo as sobrancelhas e minha amiga se vira, alerta por ouvir o nome do noivo – O que foi? Aconteceu alguma coisa?

"Não. É só para avisar que o Noah provavelmente deve estar chegando por aí."

– Como é?

"Ele dispensou todos nós mais cedo. Simplesmente pegou a bicicleta e foi ao seu encontro". – explica – "Diga para a Sofya que logo estarei em casa."

A ligação é encerrada. Sem entender absolutamente nada, encaro o aparelho. Contudo e de repente, a campainha toca. Levanto de imediato e corro para a porta e, para a minha surpresa, deparo exatamente com Noah diante dela. A poucos passos de distância, está a sua bicicleta caída. Ele pedalou de lá até aqui?

– Noah, o que...

– Quero ficar com você, meu bem, até o último minuto. Só com você.

Trocamos olhares.

– Noah?! – Sofya indaga, aproximando-se por trás.

– Ah, olá Soso. boa noite. Desculpe, mas vou levar a Any para casa.

– Fique à vontade. – ela dá uma piscadinha.

Sem cerimônias, o garoto agarra a minha mão e caminha até a bicicleta, erguendo-a. Assim que está sentado, me acomodo no bagageiro e o abraço.

– Pronta?

– Pronta.

Através da noite, cortamos a cidade de bicicleta, em um momento tão nosso. Vejo as ruas correndo, sinto o cheiro da sua colônia me invadindo e a brisa contra os meus cabelos, assim como em tantas outras vezes. Aperto mais os braços ao redor de sua cintura e a sua mão vem de encontro a minha, a mesma em que a aliança está.

𝑰𝒓𝒓𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕𝒊́𝒗𝒆𝒍 𝒆 𝑰𝒏𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂́𝒗𝒆𝒍 ❃ Noany ❃Onde histórias criam vida. Descubra agora