Olhos Dourados

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Meu pescoço e minha cabeça doem, tento abrir meus olhos mas eles pesam como inferno, percebo que estou sentada e sinto um desconforto em meus pulsos.


Levanta a cabeça e com esforço consigo abrir meus olhos, conforme minha visão vai voltar ao normal minha memória também volta com tudo. Meu coração é uma batida ao perceber que estou em um lugar escuro onde só tem uma iluminação em mim, o desespero é gritante. Tento me soltar das cordas que agora também percebi, prendem meus pais.


- SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA!- grito em uma tentativa falha, sabendo que se estou com a boca desse tampada então isso quer dizer que quem fez isso, me trouxe para um lugar onde ninguém irá escutar meus pedidos de ajuda, mas o que eu posso fazer? Na hora do desespero a gente tenta de tudo.


Ouço barulho de porta se abrindo e sons de passos ecoem pelo lugar, estreito meus olhos para ver de onde vem, mas o silêncio reina novamente. Meu coração bate tão rápido que consigo ouvi-lo se chocar com meu peito. Uma gota de suor escorre em minha testa.


- Olá senhorita Passos!


Uma voz rouca e grave soa atrás de mim,mais especificamente próxima ao meu ouvido fazendo com que eu me arrepie e fique e fiquei estática.


Meu corpo não move um músculo sequer, com a impressão de que se eu o fizer, corro risco de morrer. Ouço os passos me rodearam e cessarem a minha frente. Meu olhar está direcionado para a gravata da pessoa em questão que agora está em meu campo de visão, ele está de terno e também usa luvas.


Percebo movimento de uma de suas mãos e sinto a maciez do tecido de suas luvas quando ele toca meu queixo me fazendo olhar para seu rosto, o qual agora posso ver que está coberto com uma espécie de máscara macabra, revelando apenas seus olhos que não consigo distinguir qual é a cor  exatamente, mais posso jurar ser um castanho quase dourado.


Tento esconder meu medo e meu desespero, mas falho, pois seus olhos refletem o prazer de me ver assim. Então ele se afasta e coloca as mãos nos bolsos da calça.


- Você deve imaginar oque está acontecendo aqui, certo senhorita Passos?


O acompanho o com os olhos e o vejo andar de um lado para o outro, mas não me dou o trabalho de responder a sua pergunta.


- O lado bom é q eu não estou de mal o humor, então suas chances de ficar viva são bem autas.


- Oque você quer de mim?-

minha voz finalmente sai e falo com firmeza.


Ele para de costas para mim, e só agora reparo que suas costas são bem largas e seus músculos para mim sem estar tensos dentro do paletó. Ele ri freneticamente e eu não consigo entender o por quê. Então sua risada cessa e ele me olha por cima do ombro.


- Eu quero tudo Passos!- sua voz fria e grave me atinge fazendo com que uma onda de calafrios passe por minha espinha, causando arrepios. Deus, eu fui sequestrada por um maluco psicótico.


O homem caminha agora em uma direção só, sumindo na escuridão do lugar. Ok Barbara, respira e pensa com calma. A luz que se reflete só em mim, faz com que minha pupila fique acostumada com a claridade e não se dilate, fazendo o que eu não consigo enxergar em que tipo de lugar eu estou, mas ao julgar pelo som que ecoou de seus passos, é uma estrutura grande. Ele é esperto, mas todo bom plano eu tenho uma falha. Não há frestas, então supostamente não há janelas.


Meu Deus, eu preciso sair daqui, não posso morrer desse jeito.


- AAAH! ME SOLTA SEU MALUCO PSICÓTICO!


Faço movimentos com as mãos na intenção de soltá-la as em uma tentativa falha. Não sei por quantos minutos fiquei me remexendo em cima da cadeira, só sei que meus pulsos já estão ardendo pelo atrito da corda em minha pele. Lágrimas começam a mulher meu rosto e temo pela minha vida.


Assim que a adrenalina domine do desespero passa, sinto frio tomar conta do meu corpo, e só aí me lembro que estou de maiô e me sinto ridícula. Já me vejo na manchete de notícias: " adolescente encontrada morta vestindo apenas um maiô!"


Começo a rir me mesma, mas isso dura apenas alguns segundos pois não corpo treme com o frio eu me encolhi  em resposta. Não sei ao certo quanto tempo depois eu apaguei com um cansaço que me domina, vez ou outra acordando assustada.


Sinto algo tocando meus pulsos, e percebo q agora estão soltos, mas ao tentar me mexer estranho o o fato de não conseguir fazer qualquer movimento brusco, pois meus braços parecem mais pesados que o normal.


- Boa tentativa mocinha, mas por quê você acha que está sentindo seu corpo pesado? Ok, eu explico, enquanto você bestudava o lugar e tentava achar uma forma de escapar, não percebeu que um gás estava sendo liberado aqui dentro, esse gas faz com que o funcionamento do sistema nervoso central fique comprometido. Por isso, a substância causa confusão mental, torpor, sensação de anestesia, tonturas, desmaios e até a morte. Mas não se preocupe, você não inalou quantidade o suficiente para que podesse te matar, e fiz para o seu próprio bem!


O psicopata explica tudo com tranquilidade, como se estivesse falando de um produto em uma loja. Não tô que ele está com álcool, em pano molhado e gases, e observo que eles está mesmo fazendo curativo em meus punhos. Percebo que agora as suas mãos estão com uma luva branca de médico e apesar de estar grogue e de sua máscara, fito seus olhos que percebem meu olhar sobre ele e agora também estão direcionados aos meus. Não sei o que estou sentindo, e nem o por quê, mas é como se estivesse presa nesse par de indecisão dourado, que parecem me penetrar sem pedir permissão e eu me sinto muito estranha e com vergonha de mim mesma quando sinto um aperto no meio de minhas pernas.


Por Deus, estou mesmo exitada só com o olhar de um homem? E pior, o homem que me sequestrou?








Senhor Sequestrador (Add BABICTOR)Onde histórias criam vida. Descubra agora