Capítulo 49

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  Eram seis horas da manhã quando Renata acordou com o barulho de louça sendo quebrada.

  Dando um pulo da cama, a ruiva correu para ver se estava tudo bem.

-cristal... - Renata disse vendo a amiga com as mãos ensaboadas - o que você está fazendo lavando louça a essa hora?

-Desculpe se te acordei. - ela disse com um sorrisinho amarelo - Não consegui dormir nada essa noite. - ela disse fazendo uma careta.

Renata suspirou e logo depois deu um grande bocejo.

-Ele ligou para o seu celular? - ela quis saber curiosa.

-Não sei. - ela respondeu séria.
-E porque você não sabe? - a ruiva insistiu.

-Porque deixei o celular lá em casa. - ela disse sem perceber que se referia como se a propriedade fosse dela.

-Você é louca? - Renata disse com um gritinho histérico - E ele não ligou pra cá? - ela disse apontando para o telefone.

-Eu o tirei do gancho. - ela disse enquanto secava as mãos - E para o seu celular?

-O meu celular esta no silencioso... e eu nem se quer sei onde ela está. - ela admitiu parecendo só lembrar disso agora - Já pensou se seus pais te ligaram e você não atendeu? - ela disse de repente.

  Cristal ficou séria. Não havia pensado nisso... Também puderá, havia saído com tanta presa.

-Quero só ver na desculpa que você dar arranjar para ele, caso Teddy atenda o celular. - a ruiva riu divertida da cara de cristal.

-Isso não é nada engraçado! - Cristal ralhou - Você acha mesmo que ele fez isso?

-Talvez. - a ruiva disse dando de ombros.

- Droga! - ela gritou saindo da cozinha - Pode me levar pra casa agora?

-Sim senhora. - a ruiva disse ficando de pé novamente - Só me devolva o pijama.

-E o que eu faria com um pijama rosa cheio de porcos? - ela disse divertida sobre a estampa da pijama.

-Ora, não cuspa no prato que comeu sua idiota. - a ruiva disse lhe dando um leve empurrão fazendo-a rir.

  E logo depois de alguns minutos ambos saiam de casa. Cristal se encontrava com a mesma roupa da noite anterior, a maquiagem não estava mais impecável, e as olheiras demonstravam que ela realmente não havia dormido a noite.

-E então? Como vai ser? - Renata perguntou quando estavam a menos de uma quadra da casa dele.

-Como vai ser o que? - ela disse confusa.

-Você sabe o que eu quero dizer. - ela disse rolando os olhos.

-Eu acho que não sei não. - Cristal disse com a sobrancelha erguida.

-Quero saber se vai bater nele até a morte... vai?

  Cristal riu. Mesmo após tantos anos, Renata sempre a surpreendia com essas perguntas sem cabimento.

-Você faria isso se estivesse no meu lugar?

-Talvez. - ela disse dando de ombros.

-Tenho pena do spok em suas garras sabia? - foi a vez da ruiva rir.

-Ele não pensa o mesmo que você querida, pode apostar.

  Não demorou muito para que o portão da casa de Teddy já pudesse ser avistado.

-Chegamos. - Renata disse puxando o freio de mão - Você vai ficar bem? - ela disse séria desta vez.

-Sim, não se preocupe. E obrigado pela ajuda.

-É para isso que servem as irmãs não? - a ruiva disse sorrindo cúmplice

-Mesmo assim obrigado. - Cristal disse lhe dando um abraço forte - Estaria perdida sem você.

-Eu sei. - ela disse esnobe.

-Vá a merda. - Cristal disse descendo do carro.

  Com uma buzinadinha desnecessária Renata arrancou.

  Cristal respirou fundo sentindo que agora estava sozinha.

  Girou a chave no portão e entrou rezando para que Teddy já houvesse saído para o trabalho.

  Caminhou pelo longo jardim, que de repente tornou-se minúsculo, pois cada passo que dava em direção a porta de entrada mais sentia a garganta fechar e lhe faltar o ar.

  Juntando toda a coragem que lhe restava ela abriu a porta entrando de uma só vez. Estava prestes a se encaminhar ao primeiro degrau da escada quando a voz grave e rouca de Teddy lhe fez ficar paralisada.

-Você sabe que horas são? Posso saber onde diabos você estava que deixou o celular em casa?
Ela não precisou virar-se e encará-lo para saber que ele estava cuspindo fogo que tão bravo.

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Continua...

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