Capítulo 8

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Eu estava descendo do carro quando ele disse:

- Ariane...

Eu virei para ele e perguntei:

- O que foi?

- Não esqueça o que aconteceu hoje.

- Eu já esqueci. – menti saindo do carro.

Ele levou a cerveja e entramos no Dreamworld novamente, como se nada tivesse acontecido. Percebi que Samantha pareceu não ficar muito a vontade ao perceber que eu havia saído com Jonathan. Dava para ver nos olhos dela.

- Que demora. – disse Mari abrindo uma cerveja gelada. – O almoço já está pronto há tempos.

Gisa abraçou ela por trás e fez cócegas, dizendo:

- Está com ciúmes, Mari?

- Claro que não. – falou ela seriamente.

Gisa abriu uma lata também e disse:

- Que bom que conseguiram mais cervejas ou o que seria do nosso churrasco?

Eu ia falar, mas Samantha me puxou para o lado, perguntando:

- Por que você foi com ele? – a voz dela era baixa para não ser ouvida por ninguém.

- Se acalme, Samantha. Está tudo bem. – eu disse.

- Poderia ter dito não quando ele te convidou... Daí ele poderia ter me convidado.

- Mas... Eu precisava falar com ele... Sobre você.

- E falou? – a brabeza dela deu lugar à curiosidade e ela já estava bem mais tranquila.

- Sim.

- Então me diga tudo e não esconda nada.

- Samantha, acho melhor nos falarmos em casa. Agora não. – pedi. Eu queria aproveitar o dia e não ficar novamente falando sobre ela e seu relacionamento.

- Droga. – disse ela saindo.

Fomos almoçar. Eu estava calada, pois não conseguia parar de pensar um minuto sequer. Samantha tomava todo meu tempo, com seus problemas com Jonathan e quase conseguiu também fazer com que eu perdesse meu domingo por causa dela. Será que ela não conseguia não ser o centro das atenções por um dia sequer? Confesso que no clube, quando eu estava com Jonathan, eu gostaria de não pensar nela, fingir que ela não existia... Nem que fosse por alguns minutos. Mas eu sabia que eu era muito correta para simplesmente tirar ela do jogo. Afinal, o que eu queria realmente? Nem eu sabia... Jonathan havia traído Samantha e ela terminou com ele. E fiquei com pena dela e lhe dei razão, mas via agora que na verdade não foi uma traição, visto que eles tinham um relacionamento "aberto", que eu nem sabia muito ao certo como funcionava. Ele afirmou que ela também se relacionava com outros homens, o que eu não duvido, pois sabia muito bem como ela era. E fidelidade nunca foi um ponto forte dela. Pelo menos não com relação a homens. Além do mais, ele não gostava dela. A própria Helena havia dito isso também. Procurei Helena com o olhar e a vi sozinha por um momento. Fui rapidamente até lá. Só ela poderia me salvar. Ela estava sentada na cadeira e eu a abracei por trás.

- Minha amiga querida... Está tudo bem?

Eu sentei ao lado dela, puxando minha cadeira quase grudada na dela:

- Você precisa me salvar, Helena. Eu vou para o inferno.

Ela riu:

- Você ir para o inferno? Duvido.

Dreamworld - Corações em conflito  (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora