Eu odeio a sua maldade

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- Ei gatinha, tudo bem? 

Respira, inspira, controla o teu ódio e não soca a cara dele. 

Isso era o que meu subconsciente dizia, enquanto olhava firmemente para o meu pior pesadelo, flertando com a minha irmã mais nova. Porra, justo a minha irmã mais nova! 

- JINAE! VAZA DE PERTO DESSE CARA AGORA! - Como você pode perceber, meu subconsciente não tem poder nenhum sobre mim, e isso bem significa que a minha vontade de socar aquele salgado de palmito só cresce. 

Porque salgado de palmito? Porque ninguém gosta de salgado de palmito, e se gosta, ou é louco ou tá chapado. 

Já percebeu que sempre que você vai comprar um salgado, o de palmito tá lá, em grande quantidade, no meio de vários outros mais gostosos - que estão quase acabando - se escondendo no cantinho? Isso acontece porque salgado de palmito é tão ruim que ninguém quer comprar.

E Jimin é um ser tão insuportável, que eu não entendo como tem pessoas que ainda o querem e tem coragem de ficar perto dele.

- Mas porque, Kookie? - Jinae se assusta com meu grito, e quase pula de susto quando eu a pego pelos ombros e a tiro de perto daquele... daquele- daquele ovo podre fedido! 

- Isso mesmo, porque Kookie? - o desgraçado sorri sarcástico ao imitar o jeito da minha irmãzinha me chamar, e sinceramente, eu já estava de saco cheio daquele projeto de gnomo. 

- Pra eu ter livre acesso pra quebrar a sua cara! - trinquei os dentes, antes de juntar toda a minha força pra socar o rosto de bolinho de arroz estragado e me sentir extremamente satisfeito ao ver sangue escorrendo de seu nariz. 

- Kookie, porque fez isso? - Jinae olhava a cena com olhos chorosos, mas eu nem tive tempo para a tirar dali antes que o Park me socasse. 

A propósito, o nome do desgraçado é Park, Park Jimin.

- Seu filho da puta! - Rosnei irritado, vendo que o mesmo tinha acertado em cheio o meu maxilar. 

- Vem se você é homem, Jungkook! Chega mais perto pra eu quebrar seus ossos - me ameaçou, e eu nunca sorri tão falso na minha vida, quando o peguei pelo colarinho da camisa e o joguei contra os armários da escola. 

- Fica. Longe. De. Mim. E. Da. Minha. Irmã. Ouviu? - falei pausadamente,  enquanto nossas respirações se tornavam uma e o ódio nos fazia rosnar feito cão de guarda com um ladrão. 

- Os dois pra diretoria! Agora! - me assustei com a voz do diretor, o que foi o suficiente para que o cabeça de ovo do Jimin me empurrasse para longe de si.

Eu já disse que o cabelo dele parece uma gema de ovo? Porque parece, e saiba que é extremamente ridículo. 

Tudo nele é ridículo, que ódio! 

Tá, agora vamos para o que interessa enquanto eu caminho igual uma lesma até a sala da diretoria; Você deve se perguntar o porquê de tanto ódio entre mim e a mula sem cérebro do Jimin, e eu logo digo que nosso ódio nem sempre foi assim. 

Claro, eu já tinha um ranço enorme dele por no passado ele ter feito bullying comigo, enfiar minha cabeça na privada quando criança - porque eu me recusei a fazer o dever dele - e até mesmo me fazer chorar por horas dizendo que minha mãe tinha morrido no fundamental. 

Mas tudo piorou, quando aos quatorze anos - hoje eu tenho dezessete - eu de uma hora pra outra comecei a enxergar o fio vermelho do destino. 

Sabe, aquele fio que une duas pessoas pelo mindinho; e as pessoas que estão destinadas a ficarem juntas e serem almas gêmeas estão conectadas por ele. Não sei explicar, não sou fã de lendas e fatos mágicos. 

Eu odeio te amar - Jikook Onde histórias criam vida. Descubra agora