𝐈𝐬 𝐢𝐭 𝐟𝐚𝐢𝐫, 𝐨𝐫 𝐢𝐬 𝐢𝐭 𝐟𝐚𝐭𝐞? | ᴘᴇʀsᴏɴᴀɢᴇᴍ ᴏʀɪɢɪɴᴀʟ

Capítulo 1

Ano de 204 da Reforma. Reino de Aragon. Palácio da família real Brassard. Conhecidos por suas estratégias e habilidades em guerras. Cores vermelho e preto. Uma tarde nublada.

Duas irmãs estão correndo do castelo para a floresta, enquanto seguram seus longos vestidos o mais alto que podem, para não tropeçar em nenhum galho inesperado pelo caminho.
Aurora, a garota de pele pálida, fica para trás com seus cabelos que parecem brancos, pulando enquanto tenta se aproximar da irmã. Por mais que as duas tenham quase a mesma idade, diferença de três anos, ela tem dificuldade de manter o ritmo de sua irmã, por não ser acostumada a fugir do palácio igual a garota a sua frente.
Selene, a irmã com ondas em seus cabelos pretos, continua correndo adentro da floresta, virando para trás de vez em quando para ver se sua irmã a acompanha. Ela não possui a pele tão clara, mas ao ponto de ficar vermelha a qualquer esforço que a garota faça.
A morena para de correr quando chega a uma parte da floresta que conhece muito bem, ela chama de Ócio, por ser o lugar que lhe dá uma folga da vida de princesa.
-Achei que você ia desistir mais cedo. – Selene diz quando a irmã aparece e se senta na frente do carvalho, ela está meio ofegante, mas possui um sorriso no rosto.
-Você que está vermelha. – Aurora responde fazendo a irmã tocar o rosto sentindo o calor na região das bochechas.
-Já me acostumei... vamos continuar ou ficar aqui?
A loira respira fundo e se põe em pé de novo – Continuar.
Selene pega um galho comprido do chão, enquanto sua irmã a observa com curiosidade – Vamos evitar de encontrar serpentes, mas se necessário...
A irmã dá um passo para trás se encostando no tronco – Ficamos aqui, eu lembro que você falou que dá para se esconder nesses carvalhos. – Diz e começa a subir na árvore.
Selene ri e sobe assim que a irmã escolhe um galho para ela se sentar.
A morena analisa todas as direções em que podem encontrar elas para se certificar de que vão ficar um tempo escondidas.
-Ninguém conhece esse lugar, acho que vamos aproveitar um pouco do tempo aqui. – Diz e então se senta.
-E o Joseph? – Aurora lembra do criado que procura sua irmã nesta floresta desde criança, eles já possuem uma relação de tio e sobrinha a este ponto.
- Ah não, esqueci do Joseph! Ele certamente saberá onde estamos nos escondendo, vamos ter que mudar de lugar. – Selene começa a descer, mas a irmã coloca a mão em seu braço, parando a garota.
-Acho que eu não consigo correr mais, não estou acostumada que nem você e se tiver serpentes então.... eu realmente não sei o que fazer.
A loira continua falando, mas Selene tem a atenção roubada por uma coisa atrás dela, ignorando o que a irmã fala.
-Aurora, só um pouco. – Ela desce da árvore e se aproxima da pedra branca gigante que estava encarando antes – Eu nunca vi tão grande.
A pedra mede até o seu ombro, possui umas partes pretas, como se fossem uns riscos e uma luz azul brilhosa no interior dela.
A garota se inclina colocando as mãos na pedra para analisá-la, notando uma rachadura na lateral esquerda.
-Selene, estou ouvindo algo. – Aurora fala de cima da árvore virando em direção do som – É a voz de Joseph, ótimo, eles sabem onde estamos.
-Você não sente? – A morena pergunta sem tirar os olhos da pedra.
-O quê? Vai ser a louca das pedras igual ao papai agora? – A menina dispara já saindo de cima da árvore.
-A sensação... é como se eu estivesse sendo hipnotizada. – A morena conta e termina - Parece que aqui tem vida, não sei explicar...
Som de passos apressados ecoam pela floresta, indicando que logo os criados estarão ali.
-É claro que aqui tem vida, é uma floresta cheia de insetos, corujas, veados e serpentes! – Fala com um tom de irritação.
-Serpentes? Onde? – A governanta Hale pergunta assustada se aproximando de Aurora.
-Por todo lugar, tem que ficar com os olhos bem abertos. – Joseph responde com um sorrisinho no rosto.
-Vamos, você precisa tomar banho. - A governanta puxa a loira, enquanto vira de um lado a outro, atenta ao que seu colega falou, logo faz sinal para que alguns guardas as sigam e somem pela floresta.
-É uma pedra muito bonita. – Joseph fala se aproximando da garota que está com a mão direita encostada na pedra.
-Eu não sei muito sobre pedras, você sabe qual é? – A garota pergunta finalmente virando o rosto para seu velho amigo.
-Eu sou um simples criado princesa, não sei muito sobre esse tipo de coisa... – Ele responde esboçando um sorriso sem mostrar os dentes – Mas eu chutaria que é uma pedra da lua.
Ela levanta e faz cara de pedinte – Quero levar um pedaço dela para o palácio, posso?
-Como eu diria não a uma princesa? – Joseph brinca, mas ele sabe que não pode contrariar alguém da família real, e se vira para os dois guardas que ficaram os esperando para sair da floresta – Vocês a ouviram, cortem um pedaço e levem a biblioteca, creio que a princesa gostaria de estudá-la.
-Você me conhece tão bem, Joseph! – A morena sorri e os dois voltam para o palácio.