Capítulo 53

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Finalmente o nosso quarto ano em Hogwarts chegou, eu passei todo os dias das minhas férias sonhando com a minha volta para Hogwarts.

Os primeiros dias foram bem chatos, mas depois de um tempo os meus pais viviam viajando e me deixavam na casa do Blásio. Nós ficávamos muito tempo jogando quadribol, dormimos bastante e comemos praticamente o estoque todo da casa, essa com certeza era a parte que o Blásio gostava mais.

Nada de muito diferente aconteceu, troquei cartas com a Olívia, a sua família a deixou em paz durante esse curto intervalo de tempo, hoje decidi falar a Blásio sobre o que a Olívia me disse, talvez ele pudesse me ajudar com isso, até hoje não entendo o motivo dela ter me falado aquilo tão de repente.

"Blásio." O chamei enquanto me servia de mais uma fatia de bolo.

"Pode falar." Ele disse com a boca cheia.

"Eu queria a sua ajuda para entender uma coisa que a Olívia me disse." Falei encarando a minha fatia de bolo.

"Quando ela te disso? Escreveu em alguma carta?" Ele perguntou.

"Não, foi quando chegamos de Hogwarts." Encarei Blásio e ele riu de mim.

"E só hoje você está me pedindo ajuda? Sinceramente Draco, você é muito lento." Ele disse ainda rindo.

"Eu acho que entendi o que ela me falou naquele dia, mas as vezes me pego pensando sobre." Dei de ombros.

"Se você 'acha' que sabe." Blásio fez aspas com as mãos. "Então você não sabe, me conta logo."

"Ela me chamou pra conversar e disse que gostava de mim." Disse rapidamente.

"Ela disse que gostava de você, e você só está me dizendo isso agora, Draco Malfoy?!" Blásio levantou e me deu um empurrão.

"Mas ela gosta de mim como amigo, não é?" Perguntei sem entender a reação dele.

"Como assim ela gosta de você como um amigo, Draco! Ela não iria te chamar para conversar somente para dizer que gosta de você como amigo!" Ele jogou uma almofada em mim. "Idiota!"

"Mas por que você acha isso?" Perguntei.

"Você ainda me pergunta isso? Você só pode ser muito idiota mesmo!" Ele jogou outra almofada em mim. "Calma ai, o que você disse a ela?"

"Bom, eu falei que obviamente ela gostaria de mim, afinal de contas sou o melhor amigo dela." Dei de ombros.

"Não Draco, você não fez isso! Idiota, idiota, idiota!" Ele continuava me jogando almofadas.

"Para com isso Blásio! De que outra forma ela gostaria de mim?" Disse um pouco irritado.

"Você poderia por favor me dizer quem você beijou?" Ele perguntou.

"A Olívia, ué." Dei de ombros.

"Então de que outra forma além de amigo ela poderia gostar de você, Draco Lucius Malfoy?!" Ele disse um pouco mais alto.

Somente assim consegui ligar os pontos e entender o que a Olívia realmente queria me dizer, então ela gosta de mim não só como amigo, senti o meu coração acelerar e um sorriso bobo apareceu em meu rosto.

"Ela gosta mesmo de mim?" Perguntei a Blásio.

"Acredito que ainda deva gostar, mas você é muito lerdo! Como deixou isso passar? Ela literalmente disse de forma bem clara que gostava de você!" Ele me jogou outra almofada.

"De onde você está tirando todas essas almofadas? Para de jogar em mim! " Disse rindo. "Talvez eu mande uma carta para ela contando que gosto dela." Parei pra pensar por alguns instantes. "Eu gosto dela?"

"Eu desisto de você, Malfoy, como você ainda se faz essa pergunta? Foi só entender que a Olívia gosta de você e está ai sorrindo feito bobo, a resposta está literalmente estampada na sua cara." Blásio deu de ombros. "Mas não mande uma carta pra ela, deixe pra falar pessoalmente, a final da Copa Mundial de Quadribol será dia dezessete de agosto, acredito que ela também vá."

"Tudo bem, falarei a ela sobre os meus sentimentos na final da Copa Mundial de Quadribol." Disse de um jeito cordial e tentando imitar o Gilderoy Lockhart.

"Não imite esse idiota, vamos terminar de comer esse bolo." Blásio disse.

**********

Os dias se passaram e hoje finalmente iria falar com a Olívia, nossas famílias ficariam na mesma barraca e isso me deixava mais próximo dela, tornando tudo mais fácil, espero que dê tudo certo, eu, meu pai e minha mãe estávamos prontos e fomos até a chave de portal, era uma cartola preta que ficava no meio da floresta, todos nós estávamos andando para lá e nos reunimos ao redor da cartola, cada um a segurou e então fomos teletransportados para o estádio onde o jogo aconteceria.

Várias pessoas estavam andando de um lado para o outro, o barulho que eles faziam era quase ensurdecedor, as cores da torcida irlandesa e dos búlgaros se misturavam dentre a multidão, ainda faltavam algumas horas até que o jogo começasse, então tínhamos tempo pra explorar tudo isso.

Fomos andando até a barraca e ela ficava ao lado de mais duas que tinham a mesma cor, imagino que a família do Blásio e da Olívia já estivessem na nossa, tentei caminhar apressadamente até lá, mas fui impedido.

"O que pensa que está fazendo, Draco? Você tem que agir como um Malfoy." Meu pai apoiou a mão em meu ombro.

"Desculpa pai." Disse um pouco envergonhado e abaixei a cabeça, não queria brigar com ele.

"Agora faça jus ao sobrenome que carrega e levante essa cabeça." Ele disse e o obedeci, se tem uma coisa que eu aprendi com ele é não deixar transparecer mesmo que eu estivesse passando pelo meu pior momento. "Muito bem, continue assim."

Continuamos caminhando e um homem vestido de preto e com uma prancheta na mão apareceu.

"Por aqui meus senhores, essa é a barraca dos senhores, as outras famílias ainda não chegaram." Ele disse se curvando e apontando para a barraca, então andamos até ela.

"Consegui uma das melhores, perdendo apenas para o ministro." Meu pai disse se gabando, caminhei para dentro do local e era incrivelmente grande, alguns cômodos estavam divididos por tecidos esticados e de ótima qualidade, encontrei um quarto e deixei as minhas coisas ali, não levei muita coisa, mas espero conseguir sobreviver a esses dias sem brigar com o meu pai.

"Oi meu amor, gostou daqui?" Minha mãe entrou e sentou na minha cama.

"Sim mãe." Disse sem graça.

"Não dê importância para o que o seu pai falou, você sabe que quando ele vê tantas pessoas se sente no dever de reafirmar que é um Malfoy." Ela disse e sentei ao seu lado.

"Mesmo que eu entenda os motivos dele, não tenho culpa de estar feliz por poder rever os meus amigos." Disse fitando o chão.

"Vou ter uma conversinha com ele, meu amor, espero que você consiga se sentir melhor depois disso." Ela disse e então encostei a minha cabeça em seu ombro, o dia seria longo.









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