Capítulo 04

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  Eu soo frio apesar de não estar com calor, minhas mãos tremem mesmo não tendo medo, sinto como se meu oxigênio estivesse se esgotando, mesmo estando rodeada desse elemento químico

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  Eu soo frio apesar de não estar com calor, minhas mãos tremem mesmo não tendo medo, sinto como se meu oxigênio estivesse se esgotando, mesmo estando rodeada desse elemento químico. Entrelaço meus dedos às minhas mechas rebeldes e tento me acalmar, perco alguns segundos até me convencer que tudo isso já passou. Observo meu arredor e está tudo como sempre esteve. Levanto desamparada e abro a porta do meu quarto enfadonho. A atenção de Akantha ao progama de tv é interrompida quando eu o questiono se ele realmente se importa comigo, sou respondida com um "o que posso fazer se já estou acostumado?", "acostumar-se"... Sinto como se já estivesse familiarizada com esse verbo. Ele obviamente sabe o que aconteceu, mas me pergunto se chegou a checar meu pulso. Faço toda minha rotina até que me encontro sentada na cafeteria com uma xícara de café com leite esfriando no meio dessa mesa constante em minha vida.

  A fina linha de espuma, se entrelaça em seu próprio corpo e vaga em meio à um ciclo infinito, sua duração está contada e tudo depende desse pequeno e insignificante recipiente.

  Como se meu dia não estivesse pertubado o suficiente, as mesmas meninas de dois dias atrás estão cochichando na mesa de frente à minha. 

  — Será que ela acha que ninguém percebeu sobre eles? — disse a dublê de rapunzel com uma maquiagem exagerada. 

  — As vezes eu até ouço ela gritando estressada — cochichou bela adormecida com roupas bem reveladoras.

  — Sinceramente, estou feliz por não ser ela, sinto vergonha de olha-lá — sussurou, a sobrinha da senhorita Ana.

  Não posso dizer que aquela expressão engraçada — usada também para descrever a aparição do filho da galinha — pode ser escolhida para me descrever no momento, mas me pergunto como alguém tão próxima da senhorita pode ser assim. Pela primeira vez no dia, indícios de uma emoção se traçam pelo meu rosto ao minha mente repassar memórias de quando meu pai fazia um escândalo com as minhas bulinadoras. Não posso negar que são lembranças felizes, e que deixam meu coração quentinho quando lembro das boas risadas dividas com o papai, isso mesmo que... Cada cheiro... Som... E imagem, desses especificos momentos, façam eu notar um leve cheiro de queimado, nem mesmo tenho um extintor já que ele sumiu a muito tempo... Quer dizer, na verdade, eu acho que nunca cheguei a ter um. Será que essas memórias são mesmo boas?

  Segundos equivalentes a horas se passam e eu ando no automático até meu doce e querido lar, onde depois de um dia cansativo e acomulador de matérias, eu apenas espero a comida apetitosa da minha gentil babá, enquanto mamãe trabalha presa em seu escritório e papai chega um pouco mais cedo para brincar comigo. Minha porta está três vezes maior, ou será que são dez? Sinto que vou ser esmagada por esse cinzento pedaço de madeira com uma maçaneta escorregadinha. Estou caminhando mas não consigo alcança-lá, ah espera! Mamãe sempre diz que devo olhar os dois lados antes de prosseguir. Quando alterno a direção do meu olhar percebo que tenho duas vizinhas, mas uma estranhamente atrai minha atenção, sua porta é diferente. Dou pequenos passos até o lugar e deslizo a minha mão por essa antiga árvore como se estivesse descobrindo algo. A porta abre se afastando de minha palma, o que à deixa esticada e paralisada no ar. 

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