Perigo A Espreita Ninguém Escapa [Em Breve ]

Cap.2

'1145 palavras'
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"Foi adicionada ao grupo: 👅Chupa.quem.gosta👅 por Lete.salles."

"Foi adicionada ao grupo: 📚 TurmadosLerdos📚 por PÔ.B"

Foram essas as notificações que me acordaram a meio da noite; só me apeteceu atirar o telemóvel contra a parede... eram quatro da manhã, quatro da manhã.

Sem conseguir voltar a dormir me levantei para ir beber água; talvez isso só piore a situação e leve o sono que não tenho, mas me deu muita vontade de ir beber água...

Quase a terminar de descer as escadas noto que as luzes da cozinha estão acesas e oiço vozes...

_ ... porque ela vai acabar por descobrir, seria melhor se lhe contares_ falou uma voz feminina

_ E eu vou... só preciso de mais tempo_ meu pai fala e de seguida oiço o que parece um beijo estalado... que nojo_ ela ainda não superou a morte da mãe..._

_ Ela vai compreender_ fala a voz feminina de novo _ não te pode culpar por arranjares outro alguém_

Caminho em silencio até a porta da cozinha, para ver o que estava a acontecer... do que é que eles estão a falar? Quem é ela?

Já com os olhos em lágrimas espreito pela porta, confirmando as minhas suspeitas.

Pé ante pé vou andando para trás tentando não fazer barulho... tudo o que eu quero é NÃO falar com o meu pai agora.

Mas o meu corpo me trai, e ao me virar vou contra um móvel da sala... merda.

_ WILLS ???_ grita o meu pai da cozinha, mas eu ignoro, começo a correr até chegar no meu quarto e tranco a porta atrás de mim... Deixo o meu corpo escorregar pela porta até alcançar o chão, não contendo as lágrimas_ Wills ? Vá lá... abre a porta_

Continuou a bater na porta e a pedir para a abrir, mas eu ouvia como se fosse uma voz longínqua, a ficar cada vez mais distante.

Dois anos. Só dois anos se passaram e ele já anda com outra... dois estúpidos anos e ele já a esqueceu.

Levanto do chão e vou até minha cama, enrolo-me nos lençóis a tentar controlar os soluços.

🏀🏀🏀

Driblo a bola e passo por uma colega da equipa adversária; driblo de novo e passo a bola para uma colega de equipa... corro para a frente e grito " AQUI", recebendo a bola instantes depois. Driblo duas vezes enquanto miro o cesto, respiro fundo, levanto os braços... e atiro a bola no exato momento em que cinto um corpo se chocando contra o meu.

O impacto com o chão foi tao violento que não consigo evitar um grito de dor... abro os olhos ainda no chão e a primeira coisa que vejo é o sorriso vitorioso na cara da Carolina.

Já sabendo que foi ela me levanto do chão e parto para cima dela, chocando contra o Tierry que vinha me ajudar a levantar... Mas antes que eu pudesse alcança-la sou agarrada por trás.

_ SUA CABRA!!! TU ME PAGAS..._ grito alterada enquanto tento me livrar do aperto de ferro.

_ Já chega, CHEGA_ grita o professor de educação física se metendo no meio_ as duas para a diretoria... AGORA_

Ótimo... segundo dia de aulas e já vou parar na diretoria, ótimo mesmo.

No outro colégio lembro que demorei uma semana

Rio com o meu pensamento,ganhando um olhar de esguelha da Carolina enquanto íamos para a diretoria...

Na verdade aquela não foi a primeira vez que saltei para cima da Carolina. Foram tantas vezes que perdi a conta... passou a aula toda me provocando, exatamente hoje que não estou nos meus melhores dias.

Mas eu também não fiquei quieta; quando conheci o Bruno fiz questão de piscar um olho para a Carolina. E olha que o rapaz é mesmo giro; ainda por cima é heterocromático, tem um alho azul e outro castanho, ambos claros, e eu tenho um fascínio por pessoas heterocromáticas.

E também conheci a Anaís, mais linda vista de perto, e olha que ela já é muito linda vista de longe... também a Luana, a outra garota que estava junto com eles, mas não fui muito com a cara dela.

Suspensas durante o resto do dia... e ainda faltava uma hora para o almoço. Ao menos se fosse só isso, teremos que voltar ao colégio no final das aulas para limpar as folhas do relvado TODO. Imagina quantas folhas tem naquele relvado?!! Estamos no início do inverno, então imagina.

Passei o resto do dia no sótão da minha casa... tem lá um cesto de basquete e um saco de boxe que o meu pai pôs la depois de muita insistência minha. Castiguei o saco de boxe até não sentir os braços depois de ter desistido de tentar acertar a bola no cesto...

E agora durante o banho me repreendo ao notar os nós dos dedos vermelhos e a inchar... nada que gelo não resolva mas... DÓI CARALHO.

Já vestida desço para a sala com intenção de passar o tempo que ainda me resta antes de ter que ir apanhar folhas da relva do colégio... mas me arrependo ao ver o meu pai a entrar em casa... que sorte a minha.

_Oi_ fecho as mãos em um soco ignorando as dores nos nós dos dedos; começo a subir as escadas de novo_ Wills, espera_

Wills... não, desde que a mãe morreu que ele já não me chama de Ayla, porque lhe faz lembrar a minha mãe que se chamava Daylla... Meu segundo nome é Willow, mas meu pai só me chamava assim quando estava chateado.

_ É AYLA!! O MEU NOME É AYLA_ grito virando-me para ele de novo.

_ Precisamos falar, filha_ suplica com os olhos, suspirando_ me escuta, por favor_

_ A quanto tempo estás com ela ??_ não consigo evitar de perguntar. Mudamo-nos a menos de uma semana, ainda nem desempacotamos todas as coisas... com certeza já estavam juntos antes mesmo de nos mudarmos_ há quanto tempo, pai?_ volto a perguntar vendo-o exitar.

_ ... Há cinco meses_ arregalo os olhos... não acredito.

_ E TU IAS CONTAR-ME QUANDO ??_ lágrimas rolam... é pior do que eu pensava.

_ Eu ia contar... só que_

_ NÃO!! Não importa_ raiva, raiva e mais raiva... é tudo o que sinto_ tu andas a traí-la... a traí-la_

_ A tua mãe já não esta cá Willow_ fala me fitando nos olhos... não, não_ tens que te acostumar com isso, tens que seguir em frente_

_ ELA SÓ MORREU A DOIS ANOS_ grito, incrédula_ não me peças para esquece-la... era minha mãe...NÃO ME PEÇAS PARA ESQUECÊ-LA COMO TU FIZESTE_

_ WILLOW!!!_

Saio para fora de casa correndo... corro enquanto as lágrimas deslizam pelas minhas bochechas... corro até não sentir as pernas, até os meus pulmões implorarem por ar... até esquecer o motivo de estar assim.

Corro...E só paro quando oiço uma buzinadela forte... olho e a minha única reação é meter os braços a frente da cara... e esperar o impacto...

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