< Oi, Luke?>_ falo quando respondem do outro lado da linha _ < é, sou eu>< Eu soube o que aconteceu... não foste tu, pois não>-
< Não, Luke, não fui eu. Escuta, tive que dizer que passei o dia contigo, eu só disse a verdade, por isso só tens que confirmar se forem falar contigo>_
< Está bem...>_
< Ahn, e... eu não falei sobre ter conduzido o teu carro então, não precisas falar sobre isso>_ falo já um pouco desanimada por o mesmo estar sendo tão seco.
Claro que ele mal me conhece, mas pensar que ninguém acredita em mim machuca um pouco.
E se isso fizer com que eu perca os meus amigos? Se ficarem inseguros sobre mim?
_ WILLS?_ oiço meu pai chamando da sala, e noto que o mesmo está se aproximando.
< Tenho que ir>_
_ Sim, pai?_ respondo indo ter com ele, antes que o mesmo veja que estava ao telefone.
Eu não tenho o meu telemóvel, por isso tive que ligar pelo fixo. Mas não queria ter que dizer ao meu pai com quem estava falando ou porquê. Vai que ele pensa que estou escondendo mais alguma coisa?
_ Eles precisam ir no teu quarto agora, mas querem a tua permissão primeiro_
_ Tudo bem_
Subo para o primeiro andar com duas policiais logo atrás, e dou passagem para elas entrarem no meu quarto.
Ontem ligaram da delegacia. Conseguiram ter acesso às mensagens, confirmando assim que eu não tinha mentido.
Quiseram vir até casa, principalmente no meu quarto, pois quem deixou os tais bilhetes teve que entrar aqui. Vai que deixou alguma impressão digital ou algo assim.
_ Depois vamos querer uma lista das pessoas que já entraram no seu quarto na sua presença _ fala uma das policiais que examinava a minha secretária, um dos locais onde foi deixado um dos bilhetes _ assim se houver impressão digital que não esteja na sua lista teremos uma ideia de quem possa ter sido _
As únicas pessoas que entraram no meu quarto até agora foram o meu pai e a Arlete. E não acho que a pessoa seja tão burra a ponto de entrar aqui e deixar um monte de impressões digitais.
Através das mensagens no meu celular, conseguiram rastrear o telemóvel de onde foram enviadas. Mas isso também não deu em nada, pois o que encontraram foi um belo presente muito bem embrulhado.
Quando abriram a caixa de presente onde estava o telemóvel descartável, a caixa explodiu, causando uma chuva de confetes em cima dos agentes.Sem contar que também tinha gás tóxico dentro da caixa, que acabou sendo inalado por um dos agentes que foi parar no hospital com dificuldade respiratória.
Por isso acharam necessário virem recolher as impressões, pois não sabem se é só uma brincadeira parva ou algo mais sério.
Sem nada para fazer pelo resto do dia me jogo na cama, bisbilhotando pelas redes sociais pelo laptop até cair no sono.
🏀🏀🏀
Sentada na mesa da cozinha, encaro o meu prato, com meu pai sentado à minha frente, também parecendo estar sem apetite.
Mesmo os policiais já tendo ido embora a muito tempo, ainda consigo vê-los andando pela casa, como se procurassem a arma do crime.
_ Pai?_ tiro os olhos do meu prato o encarando _ tu acreditas em mim, certo? Sabes que eu não faria isso, não é?_ meu pai me encara, com a cara confusa, como se eu fosse a pessoa mais besta do mundo.
Se levanta, vindo até mim. O mesmo me vira para ele, segurando as minhas mãos.
_ Wills, eu conheço a filha que tenho. Embora, muitas vezes faças bobagens por não pensares muito nas coisas, sei que não farias algo assim. Tu nunca magoarias alguém propositalmente _ me abraça, me fazendo um cafuné _ vai ficar tudo bem _
Me deixo ser mimada e acarinhada um pouquinho, antes de a campainha tocar e estragar o momento.
Meu pai vai atender as visitas, enquanto eu arrumo a loiça na máquina.
_ Tens visita_
Ocupa o meu lugar, e eu me dirijo para a sala, recebendo um abraço em grupo dos meus amigos. Nem acredito que vieram me ver depois do que todos dizem que eu fiz.
Conhecem a Anaís a muito tempo, achei que ao menos o Bruno ficasse do lado dela, já que são mais chegados.
Subo para o meu quarto, com Lete, Pô, Bruno e Alícia logo atrás de mim. Conto-lhes tudo o que aconteceu. Sobre o interrogatório, os policiais aqui em casa, as mensagens e os bilhetes.
_ Então aquele dia que dormi contigo aquele era um dos bilhetes que deixaram aqui? _ pergunta Lete com cara assustada _ então entraram aqui enquanto dormíamos!! _
_ Mas vai ter um agente fazendo rusga todas as noites, não vai poder mais entrar_
_ E nós acreditamos em ti Ayla _ afirma Pô, sorrindo para mim _ sabemos que não farias isso _
_ Conhecemos-te a pouco tempo, mas isso não importa. Acreditamos em ti _ acrescentou Lete me abraçando de lado.
Acabaram me repreendendo por não lhes ter contado nada, e fizemos vídeo chamada com o Tierry que não pude vir.
Os pais dele estão em casa, e não querem que o filho se envolva com pessoas problemáticas.
Agora até já virei problema.
Ficaram comigo mais um pouco, conversando sobre o que aconteceu na escola nos últimos dois dias que não fui, e até me trouxeram apontamentos das aulas.
Me sinto mais leve agora por saber que tenho o apoio dos meus amigos. É bom ter com quem contar, não ter de passar por isso tudo sozinha.
Mas infelizmente o que é bom acaba, e eles tiveram que ir embora.
Fiquei horas revirando na cama, tentando adormecer, mas eu só conseguia pensar na Anaís, no que devia estar passando.
Será que os pais dela viram o vídeo? Como reagiram?
Todo mundo riu dela no colégio, e quem não riu demonstrou ter nojo.
E ver a cara de nojo das pessoas direcionada a nós é a pior parte. E eu sei bem disso, embora a situação seja diferente.
Deve estar se sentindo horrível ao ser exposta dessa forma.
Com certeza deve estar me odiando nesse momento. Planeando algo para se vingar.
Mas como eu posso explicar para ela que não fui eu? E isso mudará alguma coisa? O vídeo dela, mesmo que já tenha sido apagado, continuará na memória das pessoas. Continuará na memória dela.
Mesmo que se descubra quem é o verdadeiro culpado, a única coisa que mudará é que deixarei de ser culpada. E isso não resolverá nada para ela.
Me enfio na casa de banho, em baixo da água fria da banheira, tentando levar esses pensamentos para longe.
Mas bem lá no fundo, sei que o que não me deixa dormir não é pensar na Anaís, e sim o medo de voltarem a entrar no meu quarto. E desta vez fazerem algo pior que só deixarem um bilhete.
Saio da banheira e visto o roupão, saindo da casa de banho.
Aí que tomei um susto, e a minha reação foi voltar para a porta da casa de banho fechada e encostar lá a testa, me evitando de gritar.
O que ele faz aqui? E como entrou?
🧨🧨🧨
![](https://img.wattpad.com/cover/259392029-288-k282800.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Perigo A Espreita Ninguém Escapa [Em Breve ]
Misterio / SuspensoAyla acaba de se mudar de país com o pai, depois de chegarem a conclusão que viver no seu antigo país estava fora de questão... não com todos os sítios os lembrando do que acontecera quatro anos atrás. Tudo parece correr bem no início, pelo menos a...