Cap.7

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Eu já disse que odeio hospitais??

Passei tanto tempo num, e por as lembranças não serem muito boas, que passei a odiar hospitais.

Estar num me lembra de quando a minha mãe foi hospitalizada, foram tempos mesmo difíceis.

Desde aí que não consigo estar num hospital, mas eu realmente quero apoiar a Pô agora, mesmo que não tenha sido muito grave.

Enquanto esperamos na sala de espera, tento reprimir as lembranças que vêm a mente, porque sei que se deixar uma entrar, todas as outras vão encher a minha cabeça que nem uma ordem de jornalistas a perceguir a Billie Eilish.

Sinto as mãos suadas, sabem aquele suor frio?E tenho certeza que devo estar tão branca que nem um fantasma.

_ Estás bem? _ pergunta o Bruno ao meu lado_ estás pálida _

Ia responder, mas tive de fechar a boca ao sentir uma ãncia de vômito e só acenei positivamente com a cabeça.

Já quase a sair correndo dali a Pô chega na sala de espera, apoiada em muletas.

_ Credo Pô_ comenta o Thierry indo na sua direção_ agora tens quatro pernas _

Ainda bem que foi só uma torção, e não precisou de gesso, daqui a umas três semanas já deve estar bem.

_ Que bom que estás bem_ comento abraçando-a_ desculpa ter desaparecido_

_ Não faz mal Ayla... E credo, estás gelada _

_ Tens frio?? Podias ter dito_ diz o Bruna ajeitando a sua jaqueta em cima dos meus ombros.

A mãe da Pô fez questão de levar cada um a casa, assim não precisaríamos gastar mais dinheiro com táxi.

Senti-me muito melhor ao sair do hospital, acho que vai demorar muito tempo até eu conseguir estar num.

Felizmente o meu pai não estava em casa quando cheguei, não quero mesmo ter de falar com ele agora.

Preciso falar com a Dana, ela me compreende melhor que ninguém e os conselhos dela são sempre bons... Isso porque os concelhos dela são : " vive a vida e o resto que se foda".

Ela deve estar a aproveitar a piscina neste fim de verão, mas se ela não me atender acho que explodirei de tanta ansiedade.

_ Quem é viva sempre aparece_ fala ao atender a chamada no quinto toque.

Dana foi a primeira amiga que fiz quando entrei na antiga escola; minha mãe tinha acabado de falecer e eu não estava nem aí para ninguém. Mas ela teve muita paciência comigo, alegando que já passou pela mesma coisa.

_ Desculpaaaaa_ imploro juntando as duas mãos a frente da cara_ eu devia ter ligado a mais tempo_ aconchego-me mais em cima da cama, pondo o laptop em cima de uma almofada_ mas é que as coisas têm acontecido tão rápido .

_ Eu também podia ter ligado... mas_ suspira e me olha como se a pedir desculpa_ eu achava que estavas chateada comigo _

E estava, mas notei que ela só estava tendo a mesma reação que a minha: eu não queria ir-me embora para não perder os meus amigos, ela não queria que eu viesse para não me perder.

Isso fez com que ela não fosse se despedir de mim e nem me levar ao aeroporto, e foi isso que me deixou chateada.

_ No início fiquei_ digo com cara séria_ a minha vontade era voltar atrás, ir até a tua casa, arrancar-te da cama a aquelas horas da manhã e te encher de porrada_

_ Eu ia adorar que fizesses isso _ comenta sorrindo, mas depois faz cara de cachorro abandonado _ assim terias perdido o avião e ficado comigo _

Perigo A Espreita Ninguém Escapa [Em Breve ]Onde histórias criam vida. Descubra agora