7| Ava Beaufort

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Ao virar o corredor, corro até meu aposento

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Ao virar o corredor, corro até meu aposento. Como pude dormir no aposento de Charlie?

Não sei dizer ao certo o que me deixa mais esquisita e assustada sobre a noite passada, mas no momento, preocupo-me em apenas chegar até meu aposento sem ser vista ou ter outro ataque de Pânico.

Com falta de jeito, abro a porta, fazendo mais barulho do que pretendia — que poderia, até.

Me sinto envergonhada, mas o alívio de estar em meu própria quarto e ter chegado sem ter sido vista se sobressai.

"Ok, estou segura". Olho em volta do quarto que está do mesmo jeito que deixei.

Não faço ideia do que Charlie irá pensar a respeito de minha crise da noite passada, espero que não pense que eu seja fraca ou algo do tipo. Há coisas que não podemos controlar — que eu não posso controlar.

Me arrasto até a cama e retiro o robe que me cobre. Encaro o diário em cima da mesa e o pego, com curiosidade, provavelmente não conseguirei dormir mais, e logo alguém virá me acordar para os preparativos e eventos do dia. Por que não ler os diários agora?

Mais relaxada e menos nervosa, sento-me em minha cama apoiando as costas na cabeceira.

Os diários que tive acesso até agora que eram de uso pessoal de minha mãe não há grandes acontecimentos. Há narrações dela sobre sua vida antes de casar com meu pai, de sua infância com minhas tias e suas aventuras.

Olhar dessa forma, me dá a sensação de que minha mãe é uma personagem principal de algum romance, onde ela é super popular e querida e que tudo de maravilhoso acontece com ela. Até o momento, não li e nem ouvi nada sobre ela que fosse negativo e isso faz parecer com que ela não pareça real.

As vezes parece que ela foi um ser místico inventado, por mais que eu tenha fotos suas e veja seus quadros espelhados pelos corredores do palácio. Eu realmente gostaria que ela estivesse aqui, talvez eu não tivesse que casar com Charlie. Minha vida seria totalmente diferente se ela estivesse aqui, e o pior de tudo, é que sei que ela não tem culpa de ter falecido sem que eu pudesse ter tido a chance de conhecê-la.

Pensando em Charlie, relembro de seu beijo. O beijo dele de verdade. Foi um beijo bom, muito bom, mas não deixou de ser estranho. Senti que meu corpo reagiu naturalmente aos seus estímulos, mas eu sinto que não era aquilo que deveria acontecer entre nós.

Como que casaremos dessa forma? Deveria haver uma outra solução sem ser um casamento.

Também me pergunto se as coisas teriam sido diferentes se eu tivesse me apaixonado por ele, se tivéssemos tido uma conexão romântica desde o começo, se tivéssemos nos conhecido antes, talvez se tivéssemos tentando mais. Eu deveria ter tentando mais.

Percebo que em muitos momentos desta trajetória eu me perdi e que estou andando em círculos por mais que já tenha aprendido milhares de coisas novas, assim como vivi, mas acredito que nada foi o suficiente para deixar minha marca registrada neste lugar. Como irei governar desta forma?

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