CAPITULO 50- Pedir desculpa não apaga a dor

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POV MIRELLA

Dois dias da Viagem da Stefani, acho que ela tentava fugir por se sentir culpada. Me ligou nos dois dias pelo telefone de casa para saber como eu estava. As marcas sumiram e o que ficou foi uma raiva grande de Manu. E por falar nela... A porta se abriu e eu fiquei alerta fui a cozinha rápido e peguei uma faca, os passos se aproximavam da cozinha avancei pelo corredor com a faca em punhos e me deparei com ela.

Manu: Mi... Abaixa essa faca.

Mirella: É Mirella pra você vadia

Manu: Vamos conversar.

Mirella: Fala o que tiver que falar e vai saindo.

Manu: Perdão por ter te causado tanto sofrimento. Eu não imaginei que a Stefani veria e muito menos que teria uma atitude tão drástica.

Mirella: A gente estava bem, você viu que ela tinha ciumes de você viu que ela estava o tempo todo com a atenção em mim é óbvio que fez de propósito.

Manu: Não fiz juro. Eu não vou negar que queria te beijar, quis te beijar antes de beijar outra boca inclusive mas não queria que ela visse. Eu não queria perder a amizade dela e ta doendo muito.

Mirella: Espero que ela não fale com você nunca mais.

Manu: Não diz isso, a Stefani é muito importante pra mim.

Mirella: Acho que não, você tem noção de que eu nunca estive com uma mulher, a Té foi a primeira eu demorei pra aceitar que amo ela, que não é só ficar por ficar e nos últimos dias minha ligação com ela tava imensa apesar das brigas naquele dia tinhamos quebrado mais uma barreira, duas na verdade. Me arrumei pra ela, e quando chegamos ela ainda estava feliz fez o sexo mais incrível da minha vida ai ela se lembrou da situação no banheiro. Lembro que ela repetia, é minha amiga. Mas na verdade você não é, você me trancou naquele banheiro e jogou sujo. Nem se tivesse planejado daria tão certo...

Manu: Me desculpa se pudesse voltar no tempo

Mirella: Você pode voltar de costas daqui até a saida e esquecer que veio aqui.

Manu: Mas...

Mirella: Foraaa

Ela saiu e eu corri e tranquei a porta. Maldita seja! Fui a geladeira e tomei um copo de uma bebida forte que nem olhei o nome.  Sentei no sofa e me concentrei em pensar nos beijos que a Stefani me dava, no jeito que me abraçava, eu estava com saudades e mesmo chateada não ia deixar de fazer o possível pra ficarmos bem.

A noite chegou de pressa e fui tomar banho estava sentindo um desconforto abdominal, como uma cólica. Tirei a roupa e entrei no box a água quentinha escorria por minhas costas até as pernas indo ao chão de repente a água se tornou vermelha e uma dor aguda surgiu no meu ventre, me curvei assustada olhando o sangue. Sozinha sentei no chão do banheiro e nem sei por quanto tempo fiquei ali.
Peguei uma toalha sequei meu corpo e fui até o closet deixando um pequeno rastro no chão coloquei uma calça de moletom e uma blusa larga, pentiei o cabelo eu tentei por absorvente mas não era suficiente.

Tranquei a porta conferindo minha bolsa dinheiro, documentos.... Tudo certo. Levava um lençol e cobri o banco do táxi que sentaria assim não ia sujar, no hospital mais próximo o próprio taxista me ajudou ir até a emergência como estava sozinha fui direto a sala de atendimento sem me registar nem nada. O sangue continuava a descer por minhas pernas rápido estava deitada em uma maca e uma equipe médica me cercavam. A palavra "aborto" me assustou, eu estava perdendo um bebê? Eu nem sabia que... Não era possível.
O medico fez um ultrassom eu não entendi nada, ele falou algo sobre curetagem e me aplicaram uma anestesia eu apaguei.

Abri os olhos devagar olhando a sala branca o barulho bip de um aparelho reçoava enquanto me senti atordoada.

Doutor: Olá, como esta se sentindo?

Mirella: Confusa.

Doutor: Precisa ligar para alguém vir te acompanhar.

Mirella: onde estou?

Doutor: No hospital, você teve uma hemorragia com complicações. Sinto muito pelo bebê. 

Mirella: Bebê?

Doutor: Uma gestação de três meses e 2 duas semanas.  Não sabia?

Mirella: Não nem imaginava.

Doutor: Descansa a enfermeira vai trazer um celular pra você ligar pra alguém.

Um bebê! Que certamente não aguentou as noitadas, As cachaças, a dor... Aguentou três meses, um bebê que ainda na barriga presenciou o pai agredir a mãe, e recentemente aquela briga com Stefani.
Levou a mãozinha a barriga mas ali nem tinha rastro de criança, ela não percebeu que tinha uma vida ali ou teria se cuidado mais.  Se tivesse descoberto nas primeiras semanas... Não queria se sentir culpada porque não sabia dele, por isso bebeu tanto álcool, se alimentou mal, e passou por aquelas brigas.
Logo a mãe chegou ao hospital e o medico lhe deixou a par da situação preocupada ela se aproximou da minha cama com olhar terno, no momento não pude lhe contar muita coisa só que vinha bebendo muito recentemente ela me olhou chorosa eu queria acredita que era só pelo fato de descobrir que perdeu um netinho mas era óbvio que tinha algo mais.

Quero Estar Perto De Você - FinalizadaOnde histórias criam vida. Descubra agora