6

402 61 32
                                    

EPÍLOGO

Uma exposição luxuosa se iniciava. Convidados elegantes chegavam a todo momento, todos mascarados. Cetim em tons de vinho adornavam as paredes o castelo-tijolos-vermelhos, iluminado apenas por candelabros.

Uma mulher se aproximou de Aquira, fascinada pelo casal de marionetes de madeira em tamanho humano. As roupas as faziam parecer bonecas vitorianas.

— Que maravilha... — ela comentou — Foram esculpidas com tanta delicadeza... Os rostos são perfeitos. Quanto quer por elas?

— Não estão à venda.

— Não seja bobo. Estou disposta a pagar uma pequena fortuna por elas...

— E não tenho dúvidas — Aquira beirou a interrompe-la —, porém essas peças fazem parte do meu ateliê.

— Que tal só o menino?

— O menino e a menina devem estar juntos onde quer que estejam.

Com um revirar de olhos, a moça abriu o leque preto e desistiu da negociação. Quando ela seguiu para o outro lado do salão, foi dada a Sr. Samuel, em sua sofisticada forma humana, a oportunidade de questionar:

— Por quanto tempo pretende deixá-los adormecidos?

— Acredito que Srta. Amélia ficará melhor nos meus aposentos por algum tempo. Nunca sentirá dor ou fome, apenas transcenderá...

— Sr. Aquira, que mal lhe pergunte... o que aconteceu com o bebê?

— Que bebê?

— Nicolas Gonçalves deixou o bebê dentro do carro para tocar a campainha, quando veio buscar a Srta. Amélia.

— Eu não vi nenhum carro e nenhum bebê. — Aquira mostrou um sutil sorriso de lado, de difícil interpretação, antes de responder. — Garanto que Srta. Amélia tem tudo o que quer aqui.

Após isso, o senhor da casa focou-se em admirar outras obras, a maioria da própria autoria.

3387 palavras

NictofiliaOnde histórias criam vida. Descubra agora