꧈ 𝐏𝐑𝐎́𝐋𝐎𝐆𝐎

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៹ O mundo tem 8 bilhões de pessoas, e mesmo assim, eu escolhi você

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៹ O mundo tem 8 bilhões de pessoas, e mesmo assim, eu escolhi você. Eu queria tanto viver o meu conto de fadas, aquele que imaginei desde sempre. Mas, naquele momento, tudo que eu queria era sair dali o mais rápido possível. Senti minhas mãos tremendo quando levei uma delas aos meus olhos, tentando impedir as lágrimas de caírem. Não queria que ninguém percebesse. Ian gritava ao fundo, repetindo que não fez nada, mas eu mal conseguia ouvir. As palavras dele eram um borrão distante. As escadas à minha frente pareciam gigantescas, cada degrau mais difícil de descer do que o último. Eu simplesmente não conseguia acreditar no que tinha acabado de ver - o meu namorado, o garoto mais doce, com o sorriso que sempre me iluminava, o mesmo que prometeu me amar até de olhos vendados... tinha acabado de me trair.

៹ Meu coração estava em pedaços. Não sentia uma dor assim desde a morte da minha mãe. Era tão nítido, tão detalhado - raiva, angústia, culpa, tudo de uma vez. Peguei as chaves no bolso e saí daquela casa enorme, sufocante, como se fugir dali fosse me dar algum tipo de alívio. Entrei no carro, mas enquanto sentava no banco, me dei conta de que não me reconhecia mais. Não tinha destino, não sabia para onde ir. E o pior de tudo? Apesar de tudo o que ele fez, eu ainda queria estar nos braços dele. O perfume do Ian ainda impregnava o carro, cada respiração minha era um lembrete doloroso de que eu não podia simplesmente desligar meus sentimentos. Mas eu liguei o carro mesmo assim, tentando ignorar o cheiro dele que me devastava.

៹ andando pelas ruas, as memórias e os momentos voltavam como uma avalanche na minha cabeça. "Por que eu sou assim?", me perguntava sem parar. "Será que sou tão fácil de substituir pra ele me trair assim, sem pensar duas vezes?" E o pior de tudo: "ele realmente achava que as ações dele não teriam consequências?" Eu só ficava me perguntando, repetindo as mesmas coisas, mas nada tirava ele da minha mente. Mesmo sabendo que devia, que precisava esquecer, eu ainda não conseguia.

៹ Sem nem perceber, acabei indo parar no lugar que era nosso. O píer. Estacionei o carro e saí, como se meus pés soubessem o caminho mesmo que minha cabeça não quisesse estar ali. Tirei os sapatos e afundei os pés na areia. Sentei na beira do mar, sentindo as ondas indo e vindo, se enroscando nos meus dedos. A água estava fria, quase congelante, mas era exatamente o que eu precisava. Algo que me trouxesse de volta à realidade, que me fizesse sentir qualquer coisa além desse vazio.

៹ Meu celular vibrou com uma notificação insistente, e eu sabia exatamente de quem era antes mesmo de olhar. Meu coração começou a bater rápido demais, e quando puxei o aparelho do bolso, vi o que já esperava: mais de cem mensagens e ligações perdidas do Ian. Respirei fundo, mas a frustração e a ansiedade me atingiram em cheio, como uma onda que eu não conseguia evitar. Sem nem pensar, joguei o celular com força no mar, assistindo enquanto ele afundava, como se aquilo fosse capaz de afogar todas as lembranças que vinham junto com ele. "Nunca mais quero ver ele," murmurei para mim mesmo, sentindo uma raiva tão intensa quanto a dor que eu tentava esconder. [...]

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