Chapter 1- Just a Waitress

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 Capítulo 1

Daryl Dixon. Esse era o nome que fazia minhas mãos soarem, e meu coração acelerar gradualmente toda vez que abria sua boca. Meu demônio interno.O observo todas as manhãs, ele vem até mim e faz o mesmo pedido de sempre, "Bacon e ovos, por favor". Suas voz grossa e minha mente impura tornam aquela simples frase em algo sujo em minha mente. Todas as noite me pego tendo sonhos e pensamentos impróprios com o mais velho. Aquilo me corrói por dentro, afinal é errado, mas ao mesmo tempo muito certo. Por mais que eu tente, não consigo retirar sua voz de minha cabeça.Seus olhos azuis, braços musculosos, mas não tanto, e seus cabelos negros tão perfeitamente bagunçados me fazem ir do céu ao inferno em instantes. Completamente imersa em minhas fantasias, onde, por algum motivo, ele teria olhos para mim, e apenas para mim.Enquanto nada disso acontece, eu o encaro distante, observando cada movimentos seu ao comer. A mandíbula, quase sempre travada, se movendo devagar, e seus olhos que fitam o nada, mas dizem tudo. Apoiada no balcão da velha lanchonete, o imagino comigo. Provavelmente ele não sabe nem mesmo meu nome, apesar de estar escrito no pequeno broche que carrego em meu peito. Para ele, sou apenas mais uma garçonete de cidade pequena, uma qualquer. Bem, ele não estaria errado.Tina: Precisa de um guardanapo?- Sua voz carregava uma ironia que apenas me fez suspirar e acordar de meu breve transe. Rapidamente abaixei meu olhar quando o vi se remexer na cadeira, e voltei meus olhos para a maior que ria internamente de minha situação.Valentina, mais conhecida pelo seu apelido, era minha amiga, poderia até mesmo dizer minha melhor amiga. Nos conhecemos quando eu me mudei para a cidade com meu pai, a pouco mais de dois anos. Ambas frequentamos a mesma universidade local, e trabalhamos nessa espelunca, quer dizer, no Pepper's, não é nada glamoroso, mas da algum dinheiro. Nunca precisei dizer a ela sobre minha leve queda por Daryl Dixon, já que era algo mais do que evidente.Angel: Por que ele não olha pra mim?- A frustração era evidente em minha voz, e o completo desprezo no olhar de Tina também. Não precisávamos de palavras, eu sabia exatamente o que se passava em sua mente.- Foi uma pergunta retórica, não precisa me julgar assim.- Reviro os olhos e apoio uma de minhas mãos sobre o balcão ainda a encarando.Tina: Você deve ter a metade da idade desse cara Angel! É nojento!- Apesar de sua fala beirar a repulsa, ela dizia baixo para que não chegasse aos ouvidos do maior. Tina estava certa, eu era nova de mais para ele, e inexperiente de mais para um homem como ele. Pensar naquilo apenas me fez respirar fundo e sacudir a cabeça tentando esquecer aqueles malditos pensamentos. Ela cruzou seus braços e me encarou seriamente.Daryl era um homem de poucas palavras, entrava sozinho e saia sozinho. Nunca trocava olhares, nem mesmo quando ia fazer seu pedido era capaz de olhar para mim, talvez eu realmente não fosse seu tipo. O único momento em que abria sua boca era para fazer o pedido, mas aquele simples segundo era o bastante para fazer minhas pernas tremerem e esquecer até mesmo como se escrevia meu nome. Ele me deixava realmente muito nervosa e desconcertada, e uma garota tímida e desajeitada nunca era a primeira opção dos homens.Pela minha visão periférica, fui capaz de vê-lo se levantar, inconscientemente retornei meu olhar para o mesmo, numa esperança frustrada de receber um misero olhar seu, ou um agradecimento pelo atendimento. Todas as manhãs eram iguais, e ele era mestre em quebrar toda e qualquer expectativa minha. Supere Angel, ele não é pra você. Aquelas palavras se repetiam em minha mente toda vez que o sino da porta alertava que ele havia partido. Quase como uma garota mimada, me debruço sobre o balcão completamente frustrada. Aqueles malditos olhos azuis nunca seriam capazes de me fitar? Era o que me perguntava.Além de meu coração acelerado, a única outra coisa que sou capaz de sentir é a mão de Tina que é depositada em minhas costas dando leves tapinhas, quase como uma mãe que reconfortava seu filho. Apesar de seu carinho, eu sabia que ela ria de mim mesmo sem vê-la, afinal, até eu mesma queria rir de meu supérfluo sofrimento. Tina já havia me alertado que Daryl era apenas uma paixão platônica, para ela, bastaria eu sair com algum cara da faculdade para esquecer Daryl, mas eu não conseguia e nem mesmo queria sair com eles. Todos completos idiotas infantis.Tina: Você precisa encher a cara e beijar alguns caras.- A forma como ela dizia aquilo seriamente tornava tudo cômico. Instantaneamente um sorriso se formou em meus lábios e eu virei a cabeça para olha-la.- Hoje vai ter a festa do Tyler, eu sei que você tem seus problemas com ele, mas deveria ir. Com certeza terá muita bebida, e veteranos gatos que não vão tem ignorar como aquele babaca.-Desde que conheci Valentina, ela sempre teve esse jeito de me animar, quase como um feitiço ou algo assim. Ela era capaz de me acalmar e reconfortar, mesmo que fosse através de conversas bobas e sem sentido algum.Me pus pensativa por um instante. Eu amava festas, mas odiava Tyler. Fomos amigos quando eu comecei a estudar na faculdade, ele era do mesmo curso que eu, então facilitava nossa comunicação, mas bastou ele espalhar para toda a universidade que havíamos dormido juntos para a amizade acabar. Assim que o confrontei sobre a mentira, ele apenas disse que gostava de mim, e que aquela fala ridícula era seu modo de afastar outros caras de mim. Como ele mesmo disse, "Se pensarem que você é minha, não vão mexer com você". Lembrar daquilo me fazia revirar os olhos instantaneamente. Tyler era o clássico filhinho de papai, por ter dinheiro achava que podia ter tudo e todos. Um completo babaca.Angel: Eu não sei Tina...- Respiro fundo e abaixo meu olhar de seu rosto, mas rapidamente Tina se deita no balcão assim como eu, me fazendo encarar seus olhos castanhos.- Se eu for, promete não me abandonar e me manter sóbria?- Eu não queria verdadeiramente ir a aquela festa, porém, apesar de ser um idiota, Tyler sabia dar boas festas, com certeza todos da faculdade falariam de seus acontecimentos por pelo menos duas semanas, não ir seria suicídio social. Tina apenas sorrio para mim e ajeitou seus longos cabelos atrás da orelha.Valentina sabia de toda a minha história com Tyler, ela acompanhou tudo bem de perto, mas ainda sim era amiga dele, afinal eram cunhados e era quase uma obrigação se dar bem com ele. Eu nunca a proibiria de falar com Tyler, apesar de detestar quando ele vinha até nós na faculdade. Tina: Cala a boca! Você sabe que eu nunca te abandonaria com aqueles otários!

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