Madrugada de quinta para sexta-feira. Adora acordou ouvindo Catra chorar. Olhou para o lado e viu que a morena ainda dormia, mas claramente estava tendo um pesadelo e resmungava enquanto chorava.
– Não... De novo não... Eu juro que não contei pra ninguém, eu juro... - e voltava a chorar. Adora envolveu-a em um abraço e afagou seus cabelos, tentando acalmá-la.
– Shh... É só um sonho, Catra... Ele não vai te machucar... Está tudo bem... - Adora repetiu essas palavras até que a morena se acalmasse evoltasse a ter um sono tranquilo, esticou o braço até o seu celular e desligou o alarme.
"Catra não está em condições de ir ao Campus amanhã. E o professor não vai ligar se faltarmos à apenas uma aula."
Pousou o celular na estante ao lado da cama e voltou a dormir.
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Algumas horas depois Adora Acordou com o despertador de Catra. Havia se esquecido disso. Desligou-o rapidamente e conferiu se Catra ainda estava dormindo.
"Como um bebê. Ela fica linda até mesmo dormindo, que coisa!"
Adora reparou nos olhos inchados por ter passado a noite chorando. Odiava ver a morena daquele jeito.
"Tão frágil... E ao mesmo tempo tão forte!
Queria que soubesse o quanto eu te admiro, Catra. Eu prometo que não vou sair do seu lado, nunca mais!"– Da última vez que me afastei de você, você sofreu abuso por quatro anos... E eu não pude fazer nada! Eu não pude te ajudar, oferecer apoio ou consolo. Eu não estava lá. - pensou alto Adora. Uma lágrima solitária escorrendo pelo seu rosto.
– Catra, eu prometo. Eu nunca mais vou me afastar, nem que você me peça para fazê-lo. Eu prometo que nunca mais vou te abandonar... - afagou os cabelos de Catra, sorrindo. Um sorriso triste. Detestava vê-la naquele estado. Logo ela, que nunca demonstrava ter fraquezas e que sempre enfrentava todo mundo. Um muro erguido para sua própria proteção, para proteger seus sentimentos e o que quer que ela considerasse uma fraqueza. Mas Adora estava decidida, e estava disposta a quebrar esse muro por completo!
Umas duas horas depois, Catra acordou. Adora não estava na cama então ela presumiu que a loira estava em qualquer outro canto da casa. Olhou no relógio e se assustou ao perceber o quão tarde era. Se levantou em um pulo e em questão de segundos depois, apareceu na cozinha escovando os dentes. Adora estava tranquila ainda com as roupas de ontem, o cabelo em um coque frouxo, fazendo o café da manhã.
– O qhe phensa que etá fagendo? - disse Catra, com a boca cheia de espuma graças à pasta de dente. Adora a olhou confusa e em seguida ergueu as sobrancelhas, dando um sorriso amarelo.
– Ah, bem. Eu desliguei o seu despertador. Você claramente não estava em condições de ir até o Campus e antes que você tente me refutar... - antecipou a loira, que sabia que Catra se preparava para dizer algo –...Tenho certeza de que o professor não vai se importar se faltarmos um dia só. Na verdade tenho certeza de que ele nem mesmo vai notar, vê se relaxa.
Catra esticou a mão e ergueu o dedo indicador, indo até o banheiro e terminando de escovar os dentes. Voltou à cozinha e começou:
– Sério isso? Eu tô bem o suficiente para participar das aulas, Adora! É sério!
– Não, não está. Você pode mentir pra qualquer um, até mesmo pra si mesma. Mas não pode mentir pra mim, e com certeza não pode mentir pra Scorpia!
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Um Novo Começo
RomanceCatra e Adora sempre foram amigas, melhores amigas. Bem, isso até Catra perceber que sentia algo a mais pela loira. Com medo de estragar essa amizade, Catra foi se afastando cada vez mais de Adora, seguindo pelo caminho obscuro da solidão, afastando...