Ji Pyeong e Su Ho

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Han Ji Pyeong conheceu Lee Su Ho há muitos anos, quando começou a investir na Moove Entertaiment.  Agências quase sempre são um negócio lucrativo para se investir, principalmente na Coreia, porém também fazem parte das coisas que o Ji Pyeong nunca teve paciência pra lidar, apenas as tolera pela lucratividade.

Numa dessas "network parties"(aquelas que as pessoas ficam em pé, batendo papo e comendo canapés) ele já estava cansado de manter as aparências de simpático ao ouvir os funcionários falarem incessantemente sobre algum novo idol da agência. 

Foi quando ele avistou uma pessoa de 1,85m apoiado numa parede com uma cara de "o que eu estou fazendo aqui?"-que era exatamente a mesma que Ji Pyeong tinha internamente.

Ji Pyeong ficou encarando por alguns segundos aquele sujeito que aparentava ser pelo menos uns 5 anos mais novo do que ele. Não aguentou a curiosidade, perguntou para alguém da rodinha de conversa e lhe disseram que o rapaz estranho era o filho do Lee Joo Heon, o CEO.

Aquilo intrigou ainda mais Ji Pyeong, pois normalmente filhos de gente rica e influente tendem a agir diferentemente... pelo menos de uma forma que mostrasse menos desinteresse.

A festa ainda não tinha chegado na metade –para a infelicidade de Ji Pyeong- quando o próprio CEO adentrou no salão de festas. Todos vibraram alegres, aplaudiram, era um momento de celebração devido ao sucesso do novo grupo de k-pop.

 Após um tempo, Joo Heon veio ao encontro de Ji Pyeong para cumprimentar um investidor que considerava tão leal e competente e trouxe consigo seu filho. Ji Pyeong os cumprimentou, sorrindo gentilmente.

Então Joo Heon empolgadamente apresentou seu filho, disse que ele era ainda apenas um estudante de colegial se preparando para o Korean SAT e que teria um futuro promissor, com certeza. Enquanto dizia isso, Ji Pyeong observou que o garoto não mostrou a mesma empolgação com os elogios do pai. 

Ele sabia o quanto era difícil essa fase da vida. Como era órfão, não tinha pais para o pressionar, então, ele mesmo sempre exerceu uma enorme cobrança sobre si. Precisava sair de sua situação miserável, precisava conseguir dinheiro e dar a volta por cima. Ele conseguiu no final das contas, nada lhe faltava. Mas, de vez em quando, sentia que havia sim algo e o incomodava não entender exatamente o que era.

Foi nada demais essa primeira interação dos dois, porém despertou uma curiosidade e simpatia de Ji Pyeong por Su-Ho. Uns 5 anos depois, quando Chung Myung estava prosperando tanto, Ji Pyeong estava buscando ampliar seus investimentos na Moove Entertaiment, a qual ele se manteve fiel mesmo após Joo Heon se afastar do cargo.

Então, numa visita à sede da empresa para conversar com a diretora de produção musical, Lim Hee Kyung, descobriu que filho do ex-CEO estava trazendo grandes lucros à empresa com suas composições, apesar de ainda não ter concluído a graduação em Composição.

 Aquilo o surpreendeu bastante e, por isso, propôs à Hee Kyung a expansão das composições para o exterior. Hee Kyung tentou explicá-lo sobre as exigências do jovem compositor mas Ji Pyeong parecia não entender bem, então insistiu que se encontrassem para discutir diretamente isso.

Encontraram-se na sala de reuniões da Moove Entertainment naquele mesmo dia. Ji Pyeong estava sentado calmamente, com uma perna sobre o joelho enquanto bebericava seu café gelado. Lee Su-ho chegou rapidamente, sentou-se na sua frente e cumprimentou-o.

 Ji Pyeong não se conteve de reparar o quão diferente aquele rapaz estava desde a última vez que o viu. Estava mais velho e maduro, obviamente, mas também emanava uma aura de felicidade e bem-estar que atingia até um desconhecido.

 Estava mais velho e maduro, obviamente, mas também emanava uma aura de felicidade e bem-estar que atingia até um desconhecido

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-Hee Kyung disse-me que um dos melhores investidores queria falar diretamente comigo. Qual é o assunto que você deseja tratar? –Su-ho perguntou com genuína curiosidade.

Parecia que ele não reconhecia Ji Pyeong. Tudo bem, foi há muito tempo atrás e quando se é adolescente muitas coisas estão borbulhando na cabeça.

-Ah, sim! Queria conversar com você sobre a expansão da venda de composições para o exterior. Seria algo muito lucrativo para todos, e vejo que não haveria problemas já que você é fluente em inglês e ...

-Er... eu não gosto da ideia. – Su-ho quis responder firmemente, mas tentou não soar rude.

 -Por que? Hee Kyung tentou explicar isso mas não consegui entender. – disse apertando os olhos e franzindo a testa levemente.

-Bem, atualmente eu tenho feito músicas exclusivamente para o grupo do meu amigo Han Seo Joon, e as coisas têm ido muito bem. Não tenho vontade de mudar isso. Por enquanto eu prefiro fazer composições para pessoas que conheço e sei que vão dar um valor justo a elas. Me sinto mais confortável assim.

-Ah sim, entendo. Tudo bem, respeito sua decisão.- o investidor respondeu sinceramente, balançando a cabeça.

-Obrigado, quem sabe no futuro podemos pensar mais a respeito disso.

Esse segundo encontro também foi nada demais, bem seco até. Passaram-se uns dois anos e voltaram a falar sobre esse assunto, e  Su-Ho concordou em vender suas composições para artistas pequenos e ajudá-los a crescer assim. 

À medida que obtinha mais sucesso, as reuniões com Ji-Pyeong tornavam-se mais frequentes e disso foi nascendo uma amizade verdadeira e agradável, apesar da diferença de idade que é um grande bloqueio na Coreia. Um dia, Su-Ho convidou Ji-Pyeong para ir a um jogo de basquete com seus amigos de escola e depois disso jogavam juntos pelo menos 2 vezes por mês.

Conheceu também alguns bons amigos do Su-Ho, como Seo Joon e Tae Oh. Depois dos jogos iam para bares, comiam bastante ensopado de kimchi, japchae e frango frito, regados à cerveja e a soju. Eram bons momentos. 

Esses encontros normalmente acabavam cedo porque quase todos ali tinham namoradas, exceto Ji Pyeong. Os rapazes às vezes zoavam ele por causa disso, Ji Pyeong apenas ria e dizia que seus esquemas eram secretos, suscitando a curiosidade dos amigos.

E era verdade isso, algumas vezes ele convidava mulheres para irem a sua casa, para tomarem vinho e, inevitavelmente, terem algo com ele ali. Mas sempre fazia questão de se relacionar com mulheres que, assim como ele, não estavam a procura de um relacionamento e com ambições e preocupações para se ocuparem.

Quando cometia o erro de encontrar mulheres diferentes disso, os resultados eram bem ruins. Elas grudavam nele, esperando por atenção e carinho. Ele se sentia mal por magoá-las e cortá-las tão rudemente, mas era o necessário. Não tinha paciência para aquilo. Egoísmo dele? Provavelmente. 

Nem ele sabia ao certo porque agia assim, talvez porque tinha medo de se abrir e se entregar por completo para alguém. Quando pensava nisso, lembrava das vezes que Halmeoni dizia para ele arrumar uma namorada, para não ficar sozinho assim. Ela parecia estar quase desistindo,  perdendo a paciência de continuar insistindo aos poucos.

Um tempo depois, num desses encontros pós jogo, Lee Su Ho estava muito inquieto e sorridente, algo incomum. Havia acontecido algo e os rapazes perguntaram curiosos qual o motivo daquilo.

Su-ho, com o rosto vermelho e com os olhos marejados, anunciou que estava noivo. Havia pedido sua namorada em casamento há alguns dias e o casamento seria em breve. Todos vibraram alegres e Ji Pyeong deu tapinhas no ombro do amigo, parabenizando-o.

Ele sentiu verdadeira felicidade pelo amigo, via claramente o quão eufórico estava com o casamento. Mas, ao mesmo tempo, também sentiu-se um pouco estranho, pelo fato que o amigo 6 anos mais novo estava casando antes dele, que nem namorada tinha.

Era algo estranho porque parecia contrariar as ordens da vida. Mas a vida de Ji Pyeong nunca foi normal, desde sempre. Então, não poderia esperar que sua vida tivesse um curso normal como a dos outros parecia tomar.

Nae Mirae | 내 미래Onde histórias criam vida. Descubra agora