Poker

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-Me sinto péssimo. –Ji Pyeong confessou baixinho ao final da partida, tão baixinho que só ele ouviu.

A derrota não tinha sido fácil, de fato, foi vergonhosa. Seo Joon estava levando apenas na brincadeira e Jae Yoon havia se aliado ao mestre, o pai de Ju Kyung. Ji Pyeong nunca gostou de perder, então iniciou o jogo com a faca nos dentes.

No entanto, as coisas foram desandando quando viu seus oponentes mostrarem habilidades muito superiores as dele, que estavam enferrujadas pelo desuso. As coisas pioraram quando mais pessoas chegaram para assistir a surra que levava, estava tudo muito desfavorável para ele ali.

O certo seria saber perder. No entanto, Ji Pyeong era orgulhoso e competitivo demais para conseguir sempre admitir que não era uma espécie de super-homem. Alguns anos atrás, ele era muito pior nesse aspecto, havia melhorado.

Talvez as coisas tenham mudado um pouco depois que ele foi rejeitado por Dal Mi. Doeu, sim. Bastante. Entretanto, aquilo também fez o perceber que ele não deveria ganhar tudo na vida, que as coisas não deveriam acontecer sempre do jeito que ele queria.

 E que não morreria por causa disso. Nesses últimos tempos, pensava assim e gostava dessa filosofia de vida. ''Estabilidade''-repetia para si mesmo, e era o que buscava para sua vida.

Após a "surra", deitou-se num puff no chão. Na verdade, estava mais para largado do que deitado. Enquanto bebia uma água, ficou observando que Jae Yoon estava muito mais tranquilo do que ele -como um vencedor deveria estar. 

O amigo estava conversando com uma mulher, amiga de Ju Kyung (Kang Soo Jin). Estavam conversando muito empolgadamente sobre alguns truques de Poker. Jae Yoon, ao ver de Ji Pyeong, parecia muito simpático com aquela moça, já que sorria de volta e até encostava no braço dela enquanto mostrava seus truques.

Aquilo não parecia que daria algo bom porque,  naquele momento, Jae Yoon ainda estava uma bomba explosiva; apesar de não transparecer o caos interno que o instaurava. Ji Pyeong ficou observando a conversa, com um olhar curioso e também desconfiado.

Seo Joon, que percebeu isso, aproximou-se do amigo e disse:

-Você também acha que isso não vai dar certo, né? -perguntou enquanto se sentava ao lado de seu Hyung.

-Não acho, eu tenho certeza. Pelo menos não por agora.

-Pois é. É perigoso. Mais para ela do que para ele.

-Não sei dizer para quem é mais, mas é mesmo. -Ji Pyeong respondeu num tom sério, assim como Seo Joon, porque se preocupavam com a situação.

-Ah, Hyung... preciso te pedir um favor. Você precisa retribuir.

-An? Retribuir o que? Não lembro de estar te devendo algo. -Ji Pyeong franziu o cenho, realmente confuso.

-Hahahaha -Seo Joon soltou uma risada irônica bem forçada - Ya, Você acha mesmo que eu não percebi o quão maravilhado pela vista você estava lá na piscina? Só um cego não perceberia.

Ji Pyeong arregalou um pouco os olhos e suas bochecas enrubesceram, mas logo se recompôs e colocou de volta a cara de "sério".

-Diga o que você quer, então. - disse de uma forma petulante, elevando o queixo. 

Seo Joon soltou um sorriso largo de satisfação, aproximou-se mais do amigo, para que os outros não o  ouvissem e lhe disse:

-Minha namorada vai chegar hoje a noite, umas 22h30. Eu vou buscar ela no aeroporto. Quando eu for, você me dá cobertura? 

Ji Pyeong revirou os olhos lentamente, irritado pelo pedido.

-Sério que vou ter que me dar o trabalho de acobertar você só pra você poder transar com sua namorada?

-Shhh... cala boca! -Seo Joon tentou fingir irritação com a provocação do amigo, mas não conseguiu conter umas risadinhas- Sim. É isso mesmo. Eu prometi para o Su Ho que ficaria na festa até de madrugada, mas não vai rolar. Melhor você falar isso do que ele descobrir que fui fazer outras coisas.

-Okay. Okay. Pode deixar. -Ji Pyeong acabou cedendo ao pedido. Não queria ser o responsável por impedir um jovem casal de ficar junto. 

Na sua juventude, quando fora impedido, se irritou muito com isso. Vários fatores levavam a interrupções. Foi esse o principal motivo pelo qual demorou mais de 1 ano para perder a virginidade com sua primeira namorada -da época da faculdade- que também era bastante  tímida, assim como ele. Mas tudo deu certo, no final, pelo menos até a separação deles.

Foi uma separação bem traumática. Ela, Go Ha Yoon, uma violinista e também cellista de primeira classe, decidiu deixar a Coreia ao ser aceita por um programa de transferência de graduação, na Rússia. Ji Pyeong não teve outra opção a não ser incentivá-la a ir, era uma chance única para sua carreira, ambos sabiam disso.

 Ji Pyeong não teve outra opção a não ser incentivá-la a ir, era uma chance única para sua carreira, ambos sabiam disso

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A relação deles, tão pura, foi rompida violenta e abruptamente pela distância. Não havia a possibilidade de manterem um relacionamento. Na Rússia, ela deveria se dedicar integralmente aos estudos. Ji Pyeong sentiu-se muito mal nesse período, mas tinha que deixá-la ir. Era o certo a se fazer.

Algumas vezes pensava nessa primeira namorada, nos bons momentos que tiveram, ainda tão jovens e ingênuos. Sentia-se grato por isso. Mas, no tempo atual, nem sabia onde ela estava e o que estaria fazendo; e isso demonstrava o quanto o tempo passou e como ele prosseguiu com sua vida.

 Mas, no tempo atual, nem sabia onde ela estava e o que estaria fazendo; e isso demonstrava o quanto o tempo passou e como ele prosseguiu com sua vida

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Nae Mirae | 내 미래Onde histórias criam vida. Descubra agora