08h17 Hora da Costa Leste - 13h17 Hora de Greenwich
Na noite anterior, quando ela e Rose dividiram um pretzel no avião, ela ficou quieta analisando o perfil dela por tanto tempo, sem dizer nada, que ela teve que falar alguma coisa.
— Que foi?
— O que você quer ser quando crescer?
Ela franziu o rosto.
— Que pergunta de criança.
— Não necessariamente — disse ela. — Todo mundo tem que ser alguma coisa um dia.
— O que você quer ser?
Ela encolheu os ombros.
— Perguntei primeiro.
— Uma astronauta — disse ela. — Uma bailarina.
— Sério.
— Você não acha que eu posso ser uma astronauta?
— Você poderia ser a primeira bailarina na Lua.
— Acho que ainda tenho tempo para pensar nisso.
— Verdade — concordou ela.
— E você? — perguntou ela, esperando mais uma resposta sarcástica, uma profissão inventada relacionada ao projeto de pesquisa misterioso.
— Também não sei — disse com calma. — Com certeza não quero ser uma advogada.
Lisa ergueu as sobrancelhas.
— Seu pai é advogado?
Ela não respondeu, apenas olhou com mais intensidade para o pretzel.
— Vamos mudar de assunto — disse, depois de certo tempo. — Quem quer ficar pensando no futuro?
— Eu não — disse ela. — Não consigo nem pensar nas próximas horas, muito menos nos próximos anos.
— É por isso que amo voar — disse Rose —, você fica preso onde está, não háescolha.
Lisa sorriu para ela.
— Não é um dos piores lugares para se ficar preso.
— Não mesmo — concordou Rose, comendo o último pedaço de pretzel.
— Na verdade, eu não queria estar em nenhum outro lugar a não ser aqui.
O pai anda com passos nervosos pelo corredor da igreja escurecida, olha o relógio e estica o pescoço na direção das escadas enquanto esperam por Charlotte. Parece um adolescente, animado e ansioso pela chegada da namoradinha, e Lisda pensa que talvez aquele seja seu sonho de adulto. Ser o marido de Charlotte. Pai de seu filho. Um homem que passa o Natal na Escócia e as férias, no Sul da França, que conversa sobre arte, política e literatura em sofisticados jantares regados a vinho.
Que estranho que as coisas estejam como estão, principalmente porque ele quase ficou em casa. Com ou sem o trabalho dos sonhos, ele achou que quatro meses era muito tempo, e, se não fosse pela mãe de Lisa — que pediu que ele fosse, que lembrou que aquele era seu sonho, que insistiu que ele se arrependeria se não fosse —, o pai nunca teria conhecido Charlotte.
Mas lá estão eles. Como se fosse impulsionada pelos pensamentos de Lisa, Charlotte aparece nas escadas com as bochechas vermelhas e radiante em seu vestido. Está sem o véu e seu cabelo ruivo está solto, formando cachos sobre os ombros. Ela parece voar para os braços do pai de Lisa. A menina olha para o outro lado quando se beijam, e se sente desconfortável. Depois de pouco tempo, o pai aponta para ela.
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A Probabilidade e Estatística do Amor a Primeira Vista - Adaptação
FanfictionEssa obra não é original minha, somente uma adaptação para o shipp ChaeLisa ... Quem imaginaria que quatro minutos poderiam mudar a vida de alguém? Mas é exatamente o que acontece com LISA. Presa no aeroporto em Nova York, esperando outro voo depois...