Hazard: Limites da Cidade

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A viagem de carro de Dakota do Sul até Nebrasca, especificamente até a vila de Hazard, dava aproximadamente umas 4 horas; E apesar de não ser longa o bastante para se tornar cansativa, Aelin sentia-se completamente entediada. As paisagens já não estavam mais chamando a sua atenção, as árvores pareciam a mesma desde Dakota e a estrada parecia que não tinha fim.

Entre um hora ou outra seus pais tentavam puxar uma conversa, assuntos do tipo se estava animada para a nova vila, para conhecer as pessoas ou para começar um novo ano escolar, apesar da resposta ser bem óbvia: Quem gosta de ser a novata?

Ela tentara baixar algum documentário criminal que chamasse sua atenção, mas já tinha assistido os melhores centenas de vezes, ao ponto de deixá-los maçante. Nem mesmo o livro que trouxera: O Diário de Jack, O Estripador, de Shirley Harrison, segurava sua atenção por muito tempo. Quer dizer, quem não se atraia pelos casos de Jack, O homem que estripou mulheres no século XIX e que nunca foi descoberto?

Os pais de Aelin, Eva e Bill, decidiram se mudar de cidade devido a uma promoção muito importante no trabalho do seu pai, enfim ele conseguiria se tornar um xerife, contudo a promoção direcionava-se para outra cidade, especificamente uma pequena vila em Nebrasca, a qual Aelin pesquisou no Google, não deveria ter mais do que 2000 habitantes. Isso a fazia questionar quais tipos de crimes poderiam acontecer em uma vila com tanta pouca pessoa. Matar um dos seus deveria se tornar uma caça às bruxas.

Para ser bem sincera, ela nem estava tão incomodada com a mudança. Nunca fora uma pessoa extrovertida e cheia de amigos, no máximo ela tinha uma companhia na hora do almoço, mas não estava certa se deveria a chamar de amiga; Elas nunca conversavam –  e olha que Aelin tentava conversar. Portanto, Hazard poderia ser realmente boa para ela, talvez com poucas pessoas fosse fácil fazer novas amizades, ou talvez eles sejam aqueles tipos de pessoas que nascem juntas, crescem juntas, vão para a escola juntas e no final acabam se casando ou se tornando melhores amigos até a morte; Se olhar para esse lado, fazer novos amigos não parceria uma opção muito confortável e permanecer na zona de conforto se tornava quase atraente o bastante.

De qualquer forma, Aelin esperava que desta vez fosse diferente. Ela não precisaria de três melhores amigas, uma já era o suficiente. Talvez uma com quem poderia conversar nas horas vagas, andar pela cidade e quem sabe, – se tivesse – ir à uma festa. Ela nunca foi à uma festa antes, mas estava disposta a mudar isso.

– Estamos quase chegando, querida – sua mãe sentada no banco de carona fala, virando sua cabeça por cima do ombro e lançando-lhe um sorriso. Ela era realmente bonita com os cabelos loiros e os olhos azuis.

– Acho que você disse isso há trinta minutos atrás... – Aelin murmura com os olhos pregados na paisagem exterior. Realmente não tinha nada demais, parecia a mesma coisa, exceto que desta vez a estrada parecia se abrir mais.

Conforme o carro avançava, Aelin pôde ter uma visão plana da cidade à frente. Não era muito grande, parecia estar concentrada no centro de um amontoado de árvore, parecia que as pessoas não tinham para onde fugir. Logo adiante uma placa emergia logo na divisa da vila, escrita Hazard e abaixo do nome, Limites da Cidade.

Eles entraram na pequena vila e deixando o tédio para trás, Aelin começou a olhar para os lados a medida que passavam pelas casas que pareciam uma com a outra. Havia o centro da cidade onde tinha a Prefeitura e a Delegacia, assim como uma biblioteca que aparentava não ter mais do que 500 livros. Era realmente pequena. Mais a frente erguia a única escola de Ensino Médio, a qual se encontrava sem alunos, uma vez que as aulas começariam dalí há três dias. Então havia alguns supermercados, pequenas livrarias, lojas de roupas e mais casas. E era isso. Esta é Hazard.

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