Livros, música e Mary Simmons

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Os próximos três dias antes das aulas começarem passaram lentamente. Aelin e seus pais continuavam com a mudança, colocando cada item em seu devido lugar e limpando alguns cômodos que pareciam não ter sido limpos há anos. Por sorte, não levou mais do que dois dias e no seu penúltimo dia de férias, a garota aproveitou para conhecer mais a vila em si.

Na manhã do domingo, apressou -se para se vestir e tomar o café da manhã e levando consigo uma torrada recheada com geléia de pêssego - sua favorita - ela deixou a casa e rumou para nenhum lugar em específico. Desta vez não viu o vizinho estranho, na verdade ela não via ele desde quando chegara, certamente só deixava a casa para fazer o mercado.

Por uns cinco minutos tudo parecia o mesmo. As casas pintadas em tons pastéis, sem nenhuma vida aparente em seu interior. Algumas tinham cortinas abertas e outras completamente fechadas; Algumas tinham as janelas dos andares superiores abertas, mas nenhuma com alguém visível. Ela até mesmo tentou expiar por dentro de algumas. As ruas foram se abrindo e logo ela se viu próxima da escola. Como era domingo não havia ninguém, no entanto ela imaginou como seria no dia seguinte com os alunos presentes. Se deixou ficar próxima da área externa, onde haviam algumas mesas retangulares e mais ao lado, uma enorme placa de mármore cinza, cuja escritura nomeava a escola. A placa estava suja e atrás tinham alguns desenhos pichados a tinta. Zero respeito pelo patrimônio público.

Não havia muita coisa interessante no lado externo, portanto logo ela continuou a andar pelas ruas, rumando para o centro da cidade onde tinha visto as lojas e as livrarias. Ela não tinha muitos livros, algumas dezenas apenas. Achar um livro que a interessasse mesmo era uma luta e ela duvidava muito que em uma livraria tão pequena encontrasse algum atrativo. Mais ao centro haviam mais pessoas; - finalmente, pensou -, elas deveriam estar fazendo as compras da semana, algumas saiam da igreja e outras iam para o cinema. Tudo era tão perto, era aconchegante e ao mesmo tempo engraçado.

Não entrou em uma loja específica, apenas em algumas aleatórias. Não precisava de roupas novas e nem de material escolar e afinal, nem mesmo dinheiro ela trouxera.

Ao final da manhã ela já havia entrado em todas as lojas de roupas e conveniências. Uma vez ou outra um par de pessoas lhe lançavam um olhar inquisitivo, como se soubessem que ela era nova na cidade, e em resposta ela sempre lhe lançava um sorriso neutro. Ela queria fazer amizades, mas com pessoas da sua idade, se fosse possível.

Enfim, decidira voltar para casa. Hazard era uma vila meio mórbida, nada muito grandiosa, mas com lugares aconchegantes. Tinha café's e lanchonetes a cada quatro esquinas; Postos de gasolina com lojas de conveniências a cada três quarteirões; As pessoas não pareciam ser do tipo que conversam com estranhos, sempre conversando com amigos e família, ao todo eram bem reservados.

°°°

Na manhã seguinte, Aelin acordou animada para o primeiro dia de aula. Muitas pessoas não gostavam do primeiro dia de aula, ela também não gostava, sempre havia aquela apresentação embaraçosa que ninguém dava a mínima. Contudo ela estava animada para conhecer a Escola e seus alunos, portanto focou apenas nessa parte.

Se vestiu normalmente, não tinha roupas muito extravagantes; Nunca teve um senso de moda. E quando chegou na cozinha, sua mãe já havia preparado um café da manhã reforçado com cereais, frutas e torradas. Seu pai já estava uniformizado com os trajes da delegacia que agora ele era o Xerife. Seus pais só a tinham como filha, nunca quiseram ter mais um, e apesar de serem bem reservados, Aelin sabia que eles se amavam apenas pelas trocas de olhares entre os dois. Eles não brigavam muito, o que era muito bom, em sua opinião.

– Vamos, peachy – Bill a chama pelo seu apelido. Por sempre adorar pêssego, desde os nove anos de idade, ela passara a ser chamada por peachy, uma vez ou outra.

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