Prólogo

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Serena

     "Sei que girassóis são suas favoritas",  leio com os olhos cheios de lágrimas as mensagens do meu namorado antes de ficarmos dias sem se ver.

     Após longos minutos me torturando e enlouquecendo, decido terminar minha noite bebendo, já que o plano de ter uma noite romântica com Miguel tinha ido por água a baixo.
   
    Hoje completávamos um ano de namoro e tudo o que eu queria era de uma noite com ele, já que o trabalho toma a maior parte do seu tempo.

    Suspiro cansada com as mãos no rosto enquanto vejo Sarah beijando o barmen dessa choperia, e vejo que sinto um pouco de inveja.

    O álcool estava fodendo com meu psicológico, e por um momento eu começava a lembrar do começo da nossa história. Da forma como ele me tratava, das vezes que ele me ligava no meio da noite se declarando, dos presentes que ele me mandava ao amanhecer e de como seus olhos brilhavam e seu coração acelerava ao me beijar.

   Miguel era o homem dos sonhos. Não pelo fato de seus olhos verdes me hipnotizarem, ou dele me levar para as nuvens com seu corpo quente e musculoso em cima de mim enquanto fazíamos amor, ou do seu sorriso perfeito que tanto amava.

   Não, ele era o homem dos meus sonhos porque ele me tratava como ninguém havia me tratado antes, como sua mulher.

   Mas parecia que tudo isso tinha ido pelos ares quando ele começou a trabalhar, parecia que o trabalho era mil vezes mais interessante do que eu e isso doia muito.

    Tento mais uma vez ligar em seu celular e como sempre, caia na maldita caixa postal. Desisto!

    Deito minha cabeça na mesa do bar e por mais que eu não queria chorar, eu estava chorando, porque eu abandonei Oceana justamente por isso, para não sofrer. 

    O amor é lindo, mas às machuca tanto que pode nos destruir.

     — Ei, você está bem? — Sarah se aproxima me abraçando pelas costas.

    — Estou sim, não se preocupa! — digo enxugando as lágrimas.

     — Não.  —  ela dá uma leve risada. — Não está amiga.

     — Está sim, eu só acho que vou ir na casa de Miguel.

     — À essa hora?
   
     — É o único jeito, ele não atende a merda do celular.  — falo pagando minha bebida e pegando minhas coisas do balcão.

     — Tudo bem, eu vou com você. — ela diz pegando sua bolsa e se despedindo do barman.

     — Não, não precisa.

     — Claro que precisa, eu não vou te deixar sozinha Serenita.

   Dou uma leve risada com o apelido.

   Sarah me chamava assim desde a infância quando nos conhecemos no primário.

   E para ser sincera, eu não acreditava que uma amizade de criança iria durar para a vida toda, e hoje eu vejo que isso é possível.

   Assim que saímos da choperia, sinto um frio na barriga e a brisa do mar sobre a gente. Olho para a água e é como se o mar estivesse muito furioso, e por mais que eu queria me importar, acabo não me importando.

   Estamos em Malibu, porque faziam dois anos desde o último ataque de Zitram e que eu tinha abandonado o trono.

   Quando eu fiquei sabendo que a Charlotte quase perdeu o amor da vida dela, eu percebi que Oceana não é o lugar perfeito que eu quero viver. Então pelo menos uma vez no ano eu venho visitar meus pais.

Tentação Proibida - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora