Capítulo 4

50 2 6
                                    

Arrancando-lhe totalmente a sanidade, Amanda sentiu quando o riso chegou em sua garganta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Arrancando-lhe totalmente a sanidade, Amanda sentiu quando o riso chegou em sua garganta. Ela sentia-se louca, demente. Aquilo não era real. Impossível.

Deu-se um beliscão no braço.

A dor não a fez acordar em seu quarto de infância, no Brasil. Muito pelo contrário, aquela paisagem estonteante, de neve e pinheiros, ainda estava ali. E o corpo daquela menina ainda jazia lá embaixo, cheio de sangue, maculando o branco do chão.

Então, riu. Era a única coisa que poderia fazer diante daquela loucura.

Ergueu uma das mãos, ainda meio lunática da cabeça.

— Espera, espera... Looping temporal? Escute, a gente morreu e isso é alguma forma de salvação? Eu capotei o carro e tudo isso é um ensinamento do pós-vida?

Kelvin fechou os olhos e suspirou. Com o dedo indicador e o dedão, massageou o ossinho do nariz entre os olhos.

— Por que toda vez que eu explico vocês acham que morreram? — Parecia cansado e aquilo deixou Amanda levemente irritada. — O Tempo dá segundas chances para as pessoas dependendo da situação. No caso agora, Emma morreu muito antes de o seu relógio parar. Em outras palavras, morreu muito jovem. Graças a isso, Augusto fez um pedido para Deus, desejando uma segunda chance. E, caso lhe interesse essa informação, Deus e o Tempo são assim — ele esfregou um dedo indicador no outro — melhores amigos desde... Bom, desde sempre. Com isso, Deus designa missões para o Tempo e ele as divide entre nós, os Ajudantes. No caso do seu irmão, Deus o ouviu e entrou em contato com o Tempo. E, resumidamente, é por essa razão que eu estou aqui. Todas as vezes que Augusto tentava resgatar Emma, algo saía errado e eu reiniciava a linha do tempo. Mas, quanto mais repetições a gente provoca no tempo, mais instável ele fica. Graças a isso, um looping temporal foi criado.

Amanda se sentia tonta.

E definitivamente já não eram mais os efeitos colaterais de ter viajado naquele portal maluco.

Se apoiou nas cercas de madeira que delimitavam o pequeno desfiladeiro, enxergando pontos pretos cobrindo sua visão.

— E quem diabos é Emma e por que ela é tão importante? — Perguntou.

Kelvin parou por um segundo e olhou para Augusto. Ele estava com uma aparência horrível: o rosto vermelho, molhado, cabelos bagunçados, lábios azuis por causa do vento frio e roupa amassada e cheia de pequenos flocos de neve.

Mas, mais do que isso, parecia tão perdida quanto ela.

— Essa parte, seu irmão deve explicar a você.

Franziu as sobrancelhas, sentindo-se insegura e com um súbito embrulho no estômago.

— Quem é Emma, Augusto? — Amanda o olhou diretamente nos olhos e, por mais que não estivesse enxergando seu reflexo, via-se lá dentro. Sentiu como se uma corda estivesse puxando alguma coisa em seu interior, causando um aumento nos batimentos cardíacos.

Alasca, te amo! ❄️ | ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora