Atração - Capitão Levi x Leitora

Capítulo 3 - O beijo

Um novo dia logo começou.

s/n on

Como já era previsto ainda de madrugada saímos para a coleta de ervas medicinais. Para alguns pode parecer algo simples, mas é necessário muito treino até que a habilidade fique em um nível considerado razoável.

Levi não falou nada durante a maior parte do caminho. Porém era possível perceber o seu interesse no assunto, quando vez ou outra, pedia para que eu explicasse os efeitos patogênicos de algumas ervas.

[s/n]: Deveria aproveitar esse tempo para descansar.

Levi: Só não vejo razão para isso.

[s/n]: Pense que esse será um momento único de descanso nos próximos ANOS.

Levi: Por que você gosta disso? Não era só dar um relatório detalhado para alguém e mandar vir buscar?

[s/n]: Não é bem assim. Caso esse alguém erre, quem assumiria a culpa pelos seus erros, ele mesmo? Não, pois só estava executando uma ordem.

Levi: Tsc. Pelo menos isso faz sentido.

[s/n]: Além disso, Erwin me pediu para te sequestrar por uns dias. Tem uma cachoeira a alguns metros, podemos ir lá quando acabarmos aqui.

Levi: Hum... pode ser, melhor do que ficar aqui.

A colheita durou mais algum tempo, parecia que finalmente o cabeça oca tinha aceitado as merecidas "férias".

Assim que acabamos, fomos em direção a cachoeira.

Ela continua linda como anos atrás. – Disse, sem perceber que tal comentário havia saído em voz alta.

Levi: Pelo jeito faz tempo que não vem aqui.

[s/n]: Mais ou menos. Estive ocupada nos últimos anos, mal tive tempo de vir para casa, quem dirá aproveitar.

Aproveitamos a cachoeira pela tarde, Levi até parecia uma criança depois de receber um brinquedo novo. Não sorria, mas emanava satisfação.

Até que depois de um tempo, quando já estávamos tomando sol embaixo de uma árvore, ele perguntou:

- Por que as pessoas demonstram tanto respeito por você, se aparenta ser mais jovem até mesmo que o Erwin?

[s/n]: Talvez pelo que elas acreditam que posso me tornar.

Levi: Isso não faz sentido. As pessoas são egoístas. Elas não valorizariam algo que não podem usar.

O silêncio reinou durante um período.

[s/n]: Eu escolhi servir muito cedo. E escolhi um cargo que poucos queriam. Acredito que elas só são gratas por não estarem no meu lugar.

Antes que o jovem pudesse rebater, o chamei para voltar. Já estava escurecendo e não estávamos equipados para passar a noite em uma floresta.

Assim que chegamos, ele foi em direção ao chuveiro. Quando voltou, estava vestindo as peças que compramos no caminho para cá. 

As quais ficaram plenamente belas nele, pois continuava atraente.

Jantamos. Depois nos sentamos em volta da lareira e em pouco tempo ele dormiu. A paz reinou, como o havia prometido.

Narração: 

E assim passou os dias que se seguiram. Em um piscar de olhos já estava quase no dia de retornar a base. Contudo, era visível para qualquer um, que os dois haviam se aproximado.

Talvez fosse por isso que o jovem Ackerman aparentava estar tão melancólico, durante a última noite.

s/n on

O que foi? Você parece desanimado. – Perguntei enquanto separava algumas coisas que levaria de volta para a base.

Levi: Talvez você estivesse certa.

[s/n]: Hum, sobre o que?

Levi: Vou sentir falta desse lugar, disso tudo.

[s/n]: Ah sim, é difícil não sentir. Ele é calmo, quando a pessoa está aqui dentro é como se o mundo lá fora não exist...

Antes que pudesse terminar a frase, Levi me beijou. De uma forma como nunca havia sido beijada.

Talvez fosse porque já sentia alguma atração, ou talvez por causa do tempo que passamos juntos. Mas naquele momento meu mundo parou. Sentir sua boca colada na minha, enquanto seu corpo procurava pelo meu em um abraço que beirava o desespero.

Seu toque era quente. Fazendo meu corpo todo ferver em sintonia. Era como se estivesse esperando por isso a algum tempo e agora que finalmente alcançou, não quisesse mais parar. Nunca tinha me sentido desse jeito.

Mas aos poucos ele se afastou, e sem dizer nenhuma palavra continuou o que estava fazendo antes do beijo. Contudo, era possível perceber que algo estava diferente.

Fiz o mesmo, mas sentindo que estava me traindo.

Isso não pode acontecer... – Pensei.

Parto constantemente em missões que duram meses e até mesmo anos. Sem nem saber se voltarei para casa viva. Talvez... só talvez o esquecimento seja a melhor escolha. E junto com essa escolha, os sentimentos que mantive por Erwin tornaram-se abstratos.

Na madrugada seguinte partimos para a base. Sem saber o que o destino nos esperava.

Continua...