Atração - Capitão Levi x Leitora

Capítulo 10 - Sinceridade: O passado com Erwin

s/n on

[s/n]: Acha mesmo que vai conseguir chegar antes de mim?

Erwin: Não me desafie, você está enferrujada.

[s/n]: Quer apostar?

Erwin: Pelo jeito não tem medo de perder.

Quem perder paga a conta, hahaha. - Disse enquanto saia na frente.

O vento soprava sobre meus cabelos, que voavam em direção contrária aos meus passos. Cavalgar livremente não era um costume nas regiões em que os Titãs estavam, por isso esses momentos eram raros.

Erwin: Tem uma taberna perto do próximo distrito, podemos parar lá.

Apenas acenei, o momento estava muito bom para parar.

Alguns soldados que estavam a postos pelo caminho nos encaravam, provavelmente estranhando o comportamento de Erwin Smith, o Comandante.

Cerca de uma hora depois chegamos no lugar que Erwin falara. Era aconchegante, como algumas tabernas que costumávamos frequentar antes.

[s/n]: Cerveja ou algo mais forte? Você decide, já que vai pagar.

Erwin: Vou pedir duas cervejas por enquanto.

Sentia falta disso. - Disse, aproveitando o momento.

Erwin: Isso lembra quando ainda éramos jovens.

[s/n]: Ainda somos.

Erwin: Você talvez, sinto que já estou chegando na alta idade.

Ambos rimos, o álcool estava fazendo efeito rapidamente. Ou apenas era o resultado da amizade que ainda existia.

Erwin: Se despediu do Levi?

[s/n]: Sim, mas não é como se fossemos ficar muito tempo distante.

Erwin: Aparentemente, vocês se aproximaram muito desde aquela vez.

[s/n]: Sim, em parte graças à você.

Erwin: À mim?

[s/n]: Sim. A primeira vez que o vi foi quando fui te buscar, depois pediu que eu cuidasse dele e por fim que ele cuidasse de mim.

Erwin: Nem mesmo percebi... o que fiz.

[s/n]: Imaginei, não era como se você me notasse muito nos últimos tempos.

Erwin: Talvez porque sempre estávamos perto um do outro, desde crianças. Você estava lá quando meu pai...

[s/n]: Sim... já faz bastante tempo.

Erwin: Lutando lado a lado. E também houve aquela época...

[s/n]: Nosso relacionamento durou menos do que eu esperava, talvez fosse uma prova que não era para ser.

Erwin: Ainda não tínhamos maturidade para lidar com algo assim.

[s/n]: Costumava acreditar que quando cumpríssemos nossas missões, poderíamos finalmente descansar em paz, juntos.

Erwin: Não acredita mais?

[s/n]: Só não acredito que haverá descanso.

Erwin me encava com certa indecisão, talvez até fosse ansiedade.

Então depois de um longo suspiro, olhou em meus olhos e disse:

- Algum dia você já me viu como algo a mais?

[s/n]: Algo a mais? Já até tivemos um curto relacionamento!

Erwin: Sim. Mas estou falando de sentimentos.

[s/n]: Que pergunta é essa?

Erwin: Apenas responda, s/n.

[s/n]: Erwin, eu passei os últimos anos te amando mais do que muita coisa. Mesmo depois daquele fatídico término.

Os olhos deles pareciam estar se acalmando a cada palavra pronunciada.

[s/n]: Mas... desde que conheci Levi, muita coisa mudou...

Erwin: E no fundo é minha culpa. Se eu tivesse feito as coisas diferentes...

O sorriso na boca dele tornara-se malicioso, contendo certa dose raiva.

[s/n]: Infelizmente, não podemos mudar certas coisas que já se passaram.

Erwin on

O sentimento de raiva crescia de um jeito mais forte do que conseguia controlar.

Eu sou o responsável por estar perdendo a única pessoa que amei.

Encarei a mulher a minha frente por alguns segundos, ela continuava bela. Parecia imutável desde a primeira vez que conversamos anos atrás.

Os lábios continuavam atrativos, assim como pareciam antes. Aqueles belos lábios que já tive a chance de tocar.

Ela sempre fora forte e obstinada, não dependendo do poder que tinha para lutar no cotidiano.

Defendendo os ideais, objetivos e seus soldados.

[s/n]: O que foi?

Erwin: Apenas estou pensativo e nostálgico, sobre o que poderia ter acontecido se eu não tivesse desistido.

[s/n]: Acredito que nada... nós dois sabemos que você sempre colocará seu sonho acima de tudo. Isso não é um defeito, apenas não é compatível com o tipo de vida que eu gostaria de levar.

Meu peito tornava-se dolorido gradualmente, a cada palavra. Mesmo que essa não fosse a intenção.

Então tomei forças para perguntar:

- E o seu sonho, qual é? Raramente o citava.

[s/n]: Bom... antes ele era descobrir de onde vim e o que sou, mas hoje já não sei mais. Apenas quero proteger quem eu amo e destruir quem se coloca a frente desse objetivo.

Erwin: Nossos sonhos possuem pontos em comum, no final das contas.

Acredito que sim, sempre fomos parecidos. - Disse s/n, enquanto passava os dedos sobre a minha bochecha.

E meu corpo se arrepiara ao seu toque, enquanto meu coração se aquecia.

Erwin: Você não está com medo?

[s/n]: Acho que já vi o suficiente para não ter, vou lutar independente do inimigo.

Erwin: Mesmo que isso signifique ceder a Maldição?

[s/n]: Qual seria o sentido de sobreviver e viver uma vida solitária ?

Erwin: Como sempre: astuta.

Retirei a mão de s/n que estava sobre a minha bochecha, levando-a até a minha boca.

Beijando-a lentamente.

Talvez fosse o álcool, ou o sentimento que vinha suprimindo durante os últimos anos, mas meu peito ardia de carinho e desejo.

Continua...