Que a Cuca vem pegar

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• Cidade Invisível (Inês + Márcia)
• +18
• Música de inspiração - Doja Cat "Won't Bite"

- Éric, descobriu mais alguma coisa sobre a morte da Gabriela? - questionei meu melhor amigo, notando que ele não parava de ler e reler alguns papéis da investigação do assassinato de sua esposa

- Mais nada... Mas eu tenho quase certeza que foi aquela tal de Inês

- Sério? Por que você tá achando isso?

- Não sei, eu não senti verdade no depoimento dela

- Ela teve um comportamento meio suspeito mesmo. Mas ela falava tão convencida... Se ela mentiu, está de parabéns pela atuação

- Algo não encaixou pra mim mas eu não sei dizer o que

- Não é melhor a gente intimar ela pra depor de novo?

- Seria bom... A gente tem que dar uma prensa nela, intimidar um pouco pra ver se ela solta alguma informação nova

- Você tem razão. Por que você não tira o dia pra ir no bar dela, o tal do Cafofo?

- Hoje não, eu não tô com cabeça pra falar com ela. Você poderia quebrar esse galho pra mim, né?

- Eu!? - perguntei surpresa e engoli em seco

Inês já havia estado aqui na delegacia para depor sobre alguns homicídios suspeitos e eu confesso que me senti extremamente atraída por ela. Seu olhar era penetrante, parecia um tipo de hipnose, mas eu mantive minha postura profissional. Porém ir até sua casa e ficar sozinha com ela, vulnerável ao seu charme, me assustava bastante.

- Ah, posso - respondi após um breve período de hesitação

- Obrigada, Márcia, eu sabia que eu poderia contar com você - Éric me puxou para um abraço amigável e afetuoso

- Claro, sempre. Amigos são pra isso.

A sensação que se instalou em mim era de euforia, ansiedade, incerteza. Não tive muita vontade de almoçar, meu estômago estava embrulhado e minha cabeça avoada, portanto comi apenas um sanduíche natural para a pressão não abaixar mais tarde. Eric havia me contado sobre suas descobertas recentes, que indicavam que Inês e seus amigos possuíam algum tipo de poder sobrenatural, como as lendas urbanas do folclore brasileiro, então isso me mantinha apreensiva em encontrá-la.

Peguei meu distintivo, minha carteira, meu celular e a chave do meu carro e tomei coragem para ir até o Cafofo. Como eu fui no meio da tarde, as ruas do Rio de Janeiro não estavam tão cheias como de costume, mas é claro que as centenas de turistas se faziam presentes. Cheguei ao bar de Inês e bati na porta algumas vezes, não obtendo resposta, então resolvi entrar e ver se a encontrava por ali.

- Inês? - chamei porém o silêncio permaneceu no ambiente vazio

Eu sei que Eu não deveria, mas a curiosidade foi mais forte que eu, então adentrei em um corredor no final do salão, que dava em uma escada. O ambiente estava muito escuro e úmido, o que me assustou bastante, porém eu devia isso a Éric, então engoli a pouca saliva restante na boca e prossegui. Assim que cheguei no fim da escada e abri a única porta presente ali, entrei em um cômodo místico e um pouco sombrio, mas logo avistei a morena mexendo em alguns objetos semelhantes a feitiçaria.

- Inês? - ela se virou em minha direção, surpresa, então eu tratei de explicar minha invasão domiciliar - Desculpa por entrar sem permissão mas eu chamei e ninguém ouviu

- Um pouco invasivo, não é? - ela arqueou uma sobrancelha, o que me fez respirar fundo para não me desviar do foco - Estou quase certa de que nós nos conhecemos... Policial Márcia, acertei?

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