7° Capítulo

9 1 0
                                    

— Alice ? - Olho pra frente e vejo o João. — Oque tá fazendo aqui ? - Pronto, vai começar.

— Olha João, eu não quero conversar e-eu... E-eu não p-posso. -Não consigo nem controlar um choro.

— Tá tudo bem, eu estava passando e você aí chorando. - Assenti pra ele não perguntar mais. — Você fuma ? Isso pode te fazer mau. - Reviro os olhos.

— Eu não ligo se vai me fazer mau ou não, isso não importa. Olha preciso ir eu ainda tenho que voltar para o hospital então se puder cair fora idiota.- Ele muda sua face para irritado.

— O meu nome é João, não idiota ! - Nego e saio andando. — Ah calma aí, me fala por que tá chorando ? - Ai droga, que garoto chato.

— Meu pai tá doente e eu não sabia, agora eu não sei nem oque fazer ! - Falo jogando o cigarro fora de raiva e sinto seus braços se envolverem a mim. — Ai me solta idiota, oque pensa que está fazendo. - Me solto e ele sai rindo.

Cheguei em casa já jogando minha bolsa no chão do quarto, deixei meu celular carregando e fui tomar um banho pra relaxar, não demorei muito já que eu tinha que voltar pro hospital e me arrumei, fui pegar algumas coisas pro meu pai como roupa, toalha, travesseiro, uns biscoito e documento. Tirei meu celular do carregador já pegando a bolsa com as coisas do meu pai e o travesseiro. Tinha esquecido meu cigarro então coloquei na cintura dentro da calça, fui ver quantas horas eram e tinha umas 30 ligações perdidas do hospital, 10 da Silvia, 15 do Lucas e 10 da Julia.

— DROGAA !! - Grito por não ter ouvido nada. — POR QUE COMIGO DEUS ? - Jogo o meu abajur no chão e me acalmo tentando chamar um uber.

(  .  .  .  )

— Por que não atendeu minhas ligações garota ?! - Chego no sala de espera a onde o povo estava.

— Esqueci essa droga no silencioso, oque houve pra ter tantas ligações ? - Olho pro Lucas, que parecia puto.

— CELULAR PRA  QUE SE NÃO ATENDE ?! QUANDO O PAI PRECISA DE VOCÊ, VOCÊ NUNCA TÁ LÁ PRA ELE, SEMPRE FOI EU E NUNCA VOCÊ... VOCÊ NUNCA FOI E NUNCA SERÁ UM ORGULHO PARA O NOSSO PAI. VOCÊ NÃO PASSA DE UMA ADOLESCÊNTE DROGADA E REBELDE !! - Aquilo foi como um tiro pra mim, não sabia como reagir e nem oque dizer.

— Eu vou ver o nosso pai... - Saio andando e entro na sala vendo meu pai todo pálido. — Pai, pai acorda, acorda pai eu voltei pra ficar aqui com o senhor... - Ele não me respondia e estava muito gelado. — Pai me responde por favor ? Pai? Por favor pai não me deixa, a mãe já não me quis e agora eu vou te perder...- Comecei a chorar tentando acorda-lo e nada, ele não se mexia.

— Alice e-eu sinto muito, ele se foi... - Olhei pra trás vendo a Silvia, com o olhar triste. — Eu achei que fosse notar, a maquina parou então desligamos ela. - Sinto ela me abraçar.

— NÃO ME ENCOSTA EU NÃO QUERO ABRAÇO, PARA DE TER PENA DE MIM CARAMBA... - Saio correndo de lá como nunca até chegar a onde eu queria.

Corri pelas ruas do centro da cidade indo até um bairro onde eu ia com meu pai, meu pai sempre me levava em um lago com o Lucas, sempre foi nosso lugar preferido e agora será só meu lugar preferido. Entrei no meio da mata passando por alguns lugares e finalmente cheguei. O lago não estava como sempre com toda aquela magia, aquele lindo verde de sempre, toda a cor do lugar.

Meu pai me trazia muito aqui e as vezes o Lucas vinha também mas era muito pouco, ele também um lugar onde ia com o Lucas, era nosso segredo esse lugar. Passamos noites rindo, cantando, brincando, acampando, nadando quando eu era pequena e ficava triste por não ter uma mãe.

Meu pai sempre foi os dois para mim eu sempre gostei disso, sentei no chão e abracei minhas pernas fortemente chorando. Fiquei horas naquela posição chorando, lembrando de tudo, lá pras 22h olhei minha caixa de mensagem e estava lotada. Taquei meu celular no lago e sai de lá, fiquei andando por horas na rua, comprei várias latinhas de cerveja e fiquei em algum passeio da rua tomando tudo e fumando.

O Idiota da Minha EscolaOnde histórias criam vida. Descubra agora