Electric Love - Richard Camacho

Goodbye

Desculpa a demora, espero que gostem ❤️

Acordei com um barulho longe e meu nome sendo repetido várias vezes. Calma, acordei? Em que momento eu tinha dormindo? Arregalei os olhos e vi Richard. Eu estava com a cabeça deitada no colo dele. Me levantei rápido, quase batendo a cabeça no queixo dele.

— O que está acontecendo?

— Você dormiu. Ia deixar você dormir um pouquinho e depois te acordar para sairmos, mas peguei no sono também. Estão abrindo a biblioteca.

De onde estávamos dava para ver o meio do salão principal, no qual ficavam as mesas e o teto de vidro. O sol passava por ele iluminando o local. O sol?! Cacete, já era de manhã.

Richard correu para desligar o computador e eu fui atrás, sem saber o que fazer. Quando ele acabou, corremos para os fundos no momento em que três pessoas entraram. As chaves balançavam nas mãos dele enquanto ele ia em direção à porta. Saímos na rua de trás e encostei na parede, tentando acordar ainda.

— São que horas? — Perguntei depois que me acalmei. Procurei meu celular em alguma parte do meu corpo e não achei, entrei em desespero novamente. Richard tirou o dele do bolso.

— São seis da manhã — ele recostou na parede.

— Eu deixei meu celular lá dentro? Eu não posso ir embora sem celular.

— Não vi, não acho que você entrou com ele. Vamos para o carro, pode estar lá.

Caminhamos um pouco, o sol incomodando meus olhos, o chão diretamente em contato com meus pés. Quando sentei no banco do carona, finalmente achei meu celular. Olhei a tela e vi várias chamadas perdidas e mensagens, mas não consegui olhar pro brilho da tela por muito tempo. Parceria ter sido atropelada por um caminhão. Talvez o efeito da bebida tivesse vindo tarde, porque eu lembrava bem da noite até a parte que a gente se beijou.

Aquele beijo... Talvez fosse uma memória que eu não ia esquecer tão cedo. Parei de raciocinar por um segundo porque aquela era a última coisa que eu lembrava, não sabia como tinha ido parar deitada no sofá com a cabeça do colo do Richard. Meu Deus, o que tinha acontecido ali?

— Richard — falei enquanto ele entrava na rua com o carro. — Eu falei alguma coisa vergonhosa ontem. Eu não lembro... Depois que a gente...

— Se beijou? — Ele perguntou tranquilamente. Eu parecia uma pré adolescente que tinha acabado de dar o primeiro beijo.

— Sim, isso. Eu não lembro de muita coisa depois disso, de nada na verdade.

Ele fez uma pausa, olhou para mim e pareceu me estudar por um tempo. Não sei o que ele estava vendo, mas eu devia parecer, no mínimo, tensa.

— Não — não senti muita firmeza na voz dele, mas podia ser invenção da ninha cabeça. — Dançamos mais músicas e você deitou no sofá. Pediu para eu sentar lá também, deu boa noite e apagou. E eu acabei dormindo um pouco depois — parecia uma resposta plausível, mas voltei a ficar tensa quando ele encostou com o carro.

— Algum problema?

— Percebi que posso estar no caminho errado, não sei onde você mora.

— Ah, sim, você está no caminho certo — dei o endereço quando ele voltou para a estrada e ficamos em silêncio o resto da viagem. Ainda não tinha decidido se tinha sido reconfortante ou incômodo.

— Chegamos — anunciei quando avistei minha casa. — Aquela ali — apontei para a construção marrom.
Quando o carro parou, não saí imediatamente. Não sabia como me despedir. Um aperto de mão era ridículo, um abraço podia parecer carinhoso demais.
Quando fui tentar falar algo, ele falou ao mesmo tempo e rimos. Isso melhorou a tensão e ele se aproximou um pouco.