I know, Candice

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Essa é apenas uma parte da noite narrada pelo Richard, uma que vale a pena ver pelo ponto de vista dele.

Dançamos ao som de mais três músicas antes de Candice cansar e se jogar em um dos sofás no cantinho de leitura da biblioteca.

Abaixei o volume, coloquei um música mais calma e fui até ela. Quando ia sentar no sofá da frente ela esticou o braço, como uma criança manhosa, e me puxou para sentar com ela, que já ocupava todo o espaço. Ela se apoiou em um braço para levantar um pouco e dar lugar para mim e em seguida deixou a cabeça cair no meu colo. Ela olhava diretamente para nos meus olhos.

Comecei a passar as mãos pelo cabelo macio dela e ela fazia pequenos barulhinhos como um gato ronronando, pedindo carinho. Ela estava cansada e talvez um pouco consumida pelo álcool na garrafa de coquetel que tomou sozinha.

Abaixei minha cabeça e encostei os lábios nos dela, só por dois segundos. Ela abriu um sorriso que parecia involuntário e entrelaçou os dedos nos meus. Eu nem conhecia aquela garota direito, era a primeira vez que a gente se via, mas eu tinha a impressão de que não seria a última, ela tinha uma coisa especial.

Mesmo sabendo que ela provavelmente não ia lembrar daquilo no dia seguinte, continuei fazendo carinho no cabelo dela e comecei a conversar.

— Candy — falei baixinho. Ela murmurou em resposta. — Você é muito bonita — segui os traços do rosto dela com o dedo.

— Eu sei — ela disse em uma dicção péssima e levantou a mão para encostar em mim. Os olhos dela lutavam querendo fechar.

Peguei a palma da mão dela e levei à boca, dando um beijo ali. Não tinha problema parar de ser o cara descolado e seguro de si que eu era para não assustar as garotas sendo muito grudento, ela não ia lembrar daquilo ali.

— Eu gosto de você — ela disse com a voz baixinha. — Eu achei que você era só mais um cara bonito em uma festa, mas você é legal — as palavras saiam arrastadas, com esforço. — Você me trouxe aqui. Por quê? Eu não sei. Mas isso me faz gostar de você. Eu gosto de você mais do que eu achei que ia, Yashel.

— Eu sei, Candice, eu também.

— Boa noite — consegui entender ela dizer antes de sua mão pesar na minha, sinalizando que ela dormiu, simples assim.

— Boa noite — abaixei e deixei um beijo na testa dela —, Candy.

Não tinha chance nenhuma de eu me mexer ou sair dali, então continuei passando os dedos pelo cabelo dela, a observando enquanto dormia. Ela parecia uma pintura, tão tranquila, mas tão expressiva. Encostei a cabeça na parede e fiquei ali, num mundinho de filme por um tempinho, no qual você supreendia a garota bonita e ainda a beijava.
Não aceitava ter que sair dali naquele momento.

Até o próximo ❤️

Electric Love - Richard CamachoOnde histórias criam vida. Descubra agora