7 • A festa

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•Hana

Os dias foram passando, o Nic me levou para conhecer vários outros lugares na cidade, fizemos as provas, e os dias iam se passando. Algumas vezes eu via o Noah, ele sempre estava com alguns amigos e as vezes com uma garota baixinha e loira, imagino que seja a namorada dele, uma sensação estranha me incomoda, mas tento não ligar.
Minha relação com o Nic está ótima, embora eu ainda não saiba o que nós realmente somos. Ele nunca falou nada sobre namoro, então somos como amigos que se beijam.
Eu cheguei a conversar com ele e concordamos em não falar para ninguém. Isso me incomoda também, será que ele não quer assumir que tem um relacionamento comigo?
As inseguranças e insatisfações ficam vindo em minha mente, e por mais que nossos momentos juntos sejam incríveis, é quase como se fosse algo errado, como se ninguém pudesse saber.
Uma outra coisa que eu percebi, é que sempre que eu toco no assunto da família dele, ou as vezes falo que nunca conheci seu irmão, ele fica incomodado. Ele me contou que sempre foi meio renegado e que cresceu na sombra do irmão, acho que isso realmente mexeu com a cabeça dele. Eu tento ser o melhor que eu posso, pois sei que ele nunca contou essas coisas para mais ninguém. Ele confia em mim.

Quando estávamos voltando para casa juntos em uma ensolarada sexta-feira, ele me convidou para uma festa em sua casa.
"Sabe, meus pais estão viajando e meu irmão resolveu inventar essa festa, e eu queria que você fosse... não quero ficar sozinho no meio de vários babacas."
"Hum, eu nunca fui em uma festa assim, acho que vou gostar. Te vejo hoje então?"
"Claro Princesa!"
Eu amo quando ele me chama assim, e ele sabe disso.

Eu realmente não sabia que roupa usar para uma festa, eu não podia dar na cara que era uma festa na verdade, eu achei melhor falar para a minha mãe que eu ia dormir na casa da Carol, acho que ela vai ficar mais tranquila assim.
Eu vou mesmo para a casa da Carol, mais só depois da festa...
Eu resolvi colocar um vestido tubinho preto e um moletom por cima, assim não dá tão na cara. Não gosto de mentir para ela, e fico me confortando falando que eu só estou omitindo. Fui a pé, embora já estivesse escurecendo, então fiquei com medo, mas tudo deu certo e quando eu vi já estava na frente de uma grande casa muito bem iluminada e já cheia de gente no jardim da frente. Eu nunca fui na casa do Nicolas, então hoje seria uma experiência legal.
Eu já fui seguindo a multidão e entrei na casa.
Ela é grande, refinada e muita bonita.
Quando vou entrando tento achar o Nicolas, mais está bem difícil. É aí que eu ouço uma voz conhecida me chamando.
"Hanaaaa, o que você está fazendo aqui?"
Quando me viro vejo o Noah, ele está com uma cerveja na mão, e sua mão vaga pega meu pulso e me leva para um corredor mais vazio.
"Noah, o que você está fazendo?"
"Aproveitando a festa!!! O que você está fazendo aqui Menina nova?"
"Eu fui convidada" ele me olhou e assentiu com a cabeça.
Eu já estava apoiada na parede e ele ao meu lado se apoiou também.
"Sabe Hana, você é diferente das meninas na sua idade"
"Olha, eu não sei o que você quer dizer com isso..."
Eu estava vermelha, estava quente ali e já estava suando.
"Você é legal, você é gata, e você por alguma razão me hipnotiza..."
Ele só largou as palavras no ar. Eu não sabia o que fazer.
"Sabe, é melhor eu sair daqui"
Eu já fui me afastando quando ele segurou minha mão, foi de uma forma gentil, e seu olhar implorava para que eu esperasse.
Ele me olhou por cerca de alguns segundo, mas pareceram séculos, e me puxou para junto de si, de forma lenta.
Ele me beijou.
Um beijo com gosto de cerveja, e pasta de dente de hortelã.
Quando eu percebi o que estava fazendo, me afastei dele, ele me olhou confuso, e dessa vez, eu o larguei ali.
O que eu havia feito?

O calor estava me sufocando, sai correndo para o jardim e me sentei na mureta de pedras de frente para a piscina.
Meu celular estava apitando e quando eu vi era o Nic perguntando onde eu estava, eu estava tremendo.
Eu respondi que já estava chegando, não sabia o que mais falar.
O Noah tinha namorada, eu tinha... um "namorado". Isso não podia ter acontecido. Eu vi uma cadeira de sol e resolvi me deitar ali por um momento. O céu estava estrelado, e eu só fiquei com meus pensamentos.
Eu não o havia impedido, no fundo eu queria aquele beijo.
Algumas meninas passaram ali perto e uma me ofereceram um copinho vermelho, eu não hesitei e virei. A bebida desceu ardendo, e eu me arrependi no mesmo momento.
Resolvi que era hora de encontrar o Nic, e depois eu pensaria no que fazer. Pequei um chiclete de menta na minha bolsa e já fui me levantando. Quando olho para a porta dos fundos da casa, lá está ele, o Nicolas, me encarando. Ele se aproxima, e se senta ao meu lado.
A vergonha que eu sinto me impede de falar algo.
Ele segura minha mão.

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