Detetive Jackson

Prólogo

A brisa gélida batia em meu rosto, inspirei profundamente sentido o maravilhoso cheiro da marisia. Deixei meus músculos relaxarem, observando a paisagem. A lua cheia estava magnífica, parecia estar tocando o mar, como se tivesse o beijando suavemente. Sorri comigo mesmo, isso soava muito romântico para o meu gosto. Tenho certeza que Silena me faria fazer uma poesia sobre isso.

- Você pensa demais, Percy. - Comentou uma voz grave. Olhei para o lado dando de cara com um Husky branco de incríveis olhos azuis.

- Pensar nunca foi pecado, Quiron. - Respondi sorrindo de lado. O cachorro se sentou ao meu lado, também começou a olhar para o horizonte. Ele tinha um ar muito sério para um cão. Tenho certeza que se as pessoas o vissem iriam se assustar.

- Você foi bem hoje. - Disse ele, o vento soprou um pouco mais forte fazendo seus pelos balançarem. Parecia que ele estava ali realmente.

- Só hoje? - Provoquei dando um sorriso convecido, ele mostrou os dentes de uma forma não tão amigável.

- Não esqueça, você não fez mais que sua obrigação. - Rosnou Quiron. Não pude deixar de notar que essa era a forma que mais combinava com ele. Mesmo que ele prefira um grande alazão branco.

- Você me lembra isso direto, não se preocupe. - Rebati voltando a fitar o horizonte. Eu estava em paz depois de uma longa semana, o que me deixava de excelente humor e nem meu guia me tiraria isso.

- Acho bom. - Revirei os olhos, ele sempre tinha que dar a palavra final. Ele se levantou e caminhou em direção ao mar e assim que suas patas tocaram na água ele sumiu.

Lembrei da primeira vez que o vi. No meu aniversário de três anos, ele era muito mais amigável quando eu era criança. Quando contei a minha mãe ela sorriu, disse que achava ótimo eu ter um amigo imaginário. Já Gabe, meu ex padastro, dizia que eu estava ficando louco e me mandou para uma psicóloga. Está deduziu que era o meu desejo reprimido de ter um cachorro, mas eu sabia que não era isso e a medida que fui crescendo isso se tornou mais aparente.

Um toque chamou a minha atenção, era o instrumental de toxicy da Britney, cortesia de Leo Valdez. Peguei o celular atendendo sem nem olhar quem era primeiro, é uma péssima mania minha.

- Detetive Jackson. - Falei sério, tudo que eu menos queria era um novo caso.

- Detetive? - Ouvi uma voz feminina, o que me fez sorrir. - Então, eu estou precisando de ajuda.

- É mesmo? - Suavizei a voz. - Com o que?

- Ocorreu algo muito sério. - Parecia que a pessoa se esforçava para parecer séria. - Alguém roubou meu pudim, será que você poderia vir investigar?

- Claro. - Disse me levantando e pegando meu paletó que estava jogado na areia. - Chego em 20 minutos.

- Estarei esperando. - Disse a voz e desligou. Sorri e comecei a caminhar para o meu carro, hoje a noite prometia.