CAPÍTULO 4

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capítulo 4

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— Ela estava comigo, cara — a irmã de Este jurou para o policial.

Felizmente, ele acreditou nela.

Mas alguém não.

Os investigadores achavam que ela era culpada, mas simplesmente não conseguiam comprovar. Afinal, era estranho que George tivesse desaparecido logo após sua amante começar a dormir em sua casa. Todos sabiam que ele tinha um grande seguro de vida.

No entanto, não havia provas contra ela, assim como não havia provas contra mim.

Mas Heather era determinada. Por esse motivo, ela bateu na porta do meu apartamento naquela terça-feira à noite.

Seria suspeito da minha parte se eu não a atendesse. Afinal, eu ainda tinha que fingir que não tinha nada a esconder.

Assim que girei a maçaneta, a ruiva adentrou como um vulto em meu apartamento, e aquilo me deixou assustada.

Algo de errado não estava certo.

— Fiquei sabendo que você foi até a polícia acusar George de ter matado a sua amiga.

Engoli em seco aquelas palavras. Nem sabia o que responder. Novamente, a situação havia saído de meu controle.

— Sim, eu fiz isso — respondi, me escorando na porta. — Algo mais?

— Eu acho que foi você — Heather acusou, se aproximando de mim.

— Pense bastante antes de fazer seu próximo movimento.

— Você nem mesmo nega! — a ruiva esbravejou. — Eu sei que estava o investigando.

— Eu não sou nenhuma assassina. Mas George? Ele matou minha melhor amiga. Eu não iria parar de buscar respostas até o dia em que ele morresse. Parece que o universo cuidou dessa parte.

Heather não aguentou ouvir aquelas palavras. Como um animal selvagem, ela pulou em minha direção, e tudo que passou na minha mente foram os flashes do dia em que George morreu.

Eu apenas me defendia, pois estava traumatizada. Não poderia arriscar que mais uma pessoa morresse.

Mas então ela me desequilibrou, me jogando no chão, e pegou um vaso indiano que estava sobre a mesa de centro da minha sala. Ela o mirou em minha direção, e eu podia ver a raiva estampada em seus olhos.

Ela achava que eu era culpada, mas simplesmente não conseguia provar, assim como fora a minha situação com George.

— O que diabos está acontecendo aqui? — disse aquela voz, com tanta tranquilidade que chegava a ser assustadora.

Olhei para o lado e consegui ver seus sapatos vermelhos com saltos altos, e a cada centímetro que minha visão levantava, conseguia ver mais e mais sacolas de compras penduradas em seus braços.

— Eu trouxe vinho — Este disse, sorrindo para mim. — Não pensou que eu iria perder mais uma terça-feira, não é mesmo?

Heather saiu de cima de mim, e olhou para minha amiga, que segurava a garrafa com vinho, completamente assustada, assim como eu estava.

— Como? — perguntamos, em uníssono.

— Sem corpo, sem crime.

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NO BODY, NO CRIME

obrigado a todos que dedicaram um tempinho para ler esse conto que foi feito com muito carinho ❤️❤️

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