CAPÍTULO 3

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capítulo 3

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Eu poderia ser uma excelente mentirosa quando eu queria, mas eu realmente não tinha a menor ideia de como sair por cima naquela situação. Sempre gostei de fazer tudo em minha vida com perfeição, e por isso não estava preparada para ser descoberta.

— Você não deveria estar trabalhando? — disse, com um olhar provocativo.

— Taylor, eu não estou brincando com você. Como diabos entrou na minha casa, ou melhor, por que?

— Eu digo, deveria estar trabalhando, para comprar um colar novo para a ruiva — respondi em tom afrontoso, e o observei cerrar o punho.

— Você não tem ideia do que está falando.

— Heather está dormindo na cama dela todos os dias. Você seguiu em frente rápido demais, não?

George veio em minha direção, mas eu rapidamente segurei a faca que estava em cima do balcão da cozinha, impossibilitando que ele se aproximasse de mim.

— Você a matou.

— Taylor, você é louca! Eu sempre soube disso.

— Você nem mesmo nega — afirmei, olhando para o porta-retrato.

George percebeu o movimento dos meus olhos, e então olhou fixamente para o objeto. Ele sabia que eu sabia. E eu tinha novas provas.

Aquilo me deixava em problemas.

— Seu carro tem novos pneus, e tem diversas evidências de uma briga aqui nessa casa — continuei, apontando a faca em sua direção. — Você me deixará sair dessa casa, e não ouse me seguir.

— Você irá contar para a polícia, não irá?

Eu não respondi. Apenas continuei apontando a faca em sua direção, de maneira que me deslocasse até a porta para ir embora daquele local.

Mas George sabia que eu iria contar.

Por esse motivo, eu acredito, ele me atacou.

Eu não estava esperando por aquele movimento repentino, mas o homem pulou em minha direção, me jogando contra a parede, o que fez com que a faca caísse da minha mão.

— Sem corpo, sem crime, surtada — sussurrou em meu ouvido.

Meu corpo foi consumido por um ódio indescritível naquele momento.

Minha única reação foi empurrá-lo para longe de mim com o máximo de força possível.

Eu assisti seu corpo se distanciar do meu, e me senti aliviada. Estava preparada para correr o mais rápido possível, quando eu percebi o que havia feito.

Quando empurrei seu corpo para longe de mim, George se desequilibrou e bateu a cabeça na quina da parede violentamente.

Em câmera lenta, assisti o chão se encher de sangue. Sangue de George. Eu estava completamente ferrada.

Ou talvez não.

Ainda bem que meu pai me fez tirar uma licença de barco quando eu tinha quinze anos. E eu limpei casas suficientes para saber como encobrir uma cena de crime.

Seu corpo agora se encontra no lago próximo ao floresta, usei o carro dele para fazer o trajeto, para garantir que nada me incriminasse. Afinal, sem corpo, sem crime.

— Danielle — eu disse, assim que ela abriu a porta de sua casa para que eu entrasse. — Eu preciso que você diga para a polícia que estávamos juntas o dia inteiro.

— O que? — me perguntou confusa. — O que você fez?

— George — respondi imediatamente. — Minhas teorias estavam certas.

Mas alguém não gostou nem um pouco daquele novo repentino desaparecimento.

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NO BODY, NO CRIME

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