Capítulo 36

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-- Senhora Jeong Hidalgo? -- O homem chamou quase rangendo os dentes ao se deparar com Heyoon sentada no colo de Sabina ao beijos com a mesma. A mão de Sabina estava alojada um pouco acima da bunda de Heyoon, enquanto os braços da mais nova estavam envoltos no pescoço de Sabina. Heyoon jamais era tão íntima com Josh quando eles costumavam se beijar, pelo contrário, o beijo deles nunca durava muito porque ela sempre dizia que ele era ansioso demais.

-- Hmm? -- Ambas as mulheres murmuraram juntas, se virando para o rapaz. Sabina riu e negou com a cabeça, sem perceber Heyoon tensionar sob a visão do homem.

-- Acho que precisará nos chamar pelo primeiro nome, Peter. Ambas somos as senhoras Jeong Hidalgo. -- Sabina disse rindo.

-- Desculpe, Senhora Sabina. Apenas gostaria de saber onde fica a chave da biblioteca para começar meu trabalho. -- Ele disse com as mãos para trás e de cabeça baixa.

-- Vou buscar com Jerry, só um minuto. -- Sabina disse dando dois tapinhas na coxa de Heyoon, fazendo a mesma se levantar.

-- Eu vou com...

-- Não, amor. Já volto. -- Sabina disse dando-lhe um selinho rápido antes de sumir de vista. Heyoon teria se derretido ao ser chamada de "amor" por Sabina caso Josh não tivesse se aproximado visivelmente irritado.

-- Precisamos conversar, Heyoon. -- Ele disse segurando em seu braço.

-- Me solta, Josh. Não tenho nada para falar com você. -- Ela sussurrou assustada.

-- Tem sim. -- Ele disse olhando para trás para checar se ninguém vinha. -- Acho que mereço uma explicação, não acha?

-- Josh...

-- Você simplesmente sumiu, Heyoon. Sem deixar nenhum recado, nenhum sinal... -- Ele disse aflito. -- E de repente se casa. Sabe como eu fiquei? -- Heyoon suspirou e lhe encarou.

-- Por favor, vamos deixar as coisas como estão. -- Ela pediu checando ao redor novamente.

-- Eu só preciso... Só quero conversar. -- Ele disse. -- Por favor, Yoon. -- Heyoon pensou um pouco. Sabia que ela deveria conversar com o rapaz, mas não queria problemas com Sabina. O olhar desesperado do homem fez Heyoon suspirar. Lhe devia uma explicação e por isso, vagarosamente, assentiu.

-- Amanhã a tarde, quando Sabina for trabalhar eu te procuro. -- Falou baixo. -- Mas agora me solte, por favor. Eu não quero problemas com ela. -- O rapaz a soltou, lhe fitando confuso.

-- Por quê? A desgraçada te bate?

-- Aqui está. -- Sabina entrou no ambiente sorridente, entregando a chave para o rapaz, fazendo Heyoon olhar atônita para ela.

-- Obrigado, Senhora. Com licença.

-- Hey, Peter. -- Sabina chamou e o rapaz se virou. -- Não precisa se matar de trabalhar, tudo bem? Se sentir fome ou algo assim fique a vontade para vir até a cozinha comer algo. -- O rapaz assentiu e olhou para Heyoon.

-- Obrigado. Farei isso, com licença.

-- Simpático o rapaz, hm? -- Sabina disse. -- Um pouco quieto demais, mas gostei dele. -- Sabina disse. Heyoon forçou um sorriso e assentiu abraçando fortemente sua esposa. -- Hey, o que foi, yoon?

-- Eu só... -- Disse apertando forte os braços em volta de Sabina. O cheiro de sua esposa lhe acalmava de certa forma. -- Só preciso que me abrace forte e me prometa que tudo vai ficar bem. -- Mesmo sem entender Sabina abraçou Heyoon, tentando confortar sua esposa.

-- Eu farei o possível para que tudo sempre esteja bem, hm?

-- Promete?

-- Prometo.

[...]

Sabina lia distraidamente um livro em sua cama, enquanto Heyoon estava deitada sobre seu peito, com os olhos concentrados no rosto de sua esposa.

-- Não consigo me concentrar sabendo que você está me olhando. -- Sabina disse rindo.

-- E que tal se... -- Heyoon disse pegando a fitinha vermelha do livro e o colocando na página para marcá-la, fechando o livro logo em seguida e o colocando sobre a mesa de cabeceira ao lado da cama. -- Você não se concentrasse no livro por agora, hm? -- Heyoon perguntou deixando um beijo no pescoço de Sabina, fazendo a mulher estremecer.

-- Por mim tudo bem. -- Sabina disse virando seu rosto para Heyoon e tentando beijá-la, mas Heyoon se afastou, fazendo Sabina franzir o cenho.

-- Agora que tenho sua atenção podemos conversar sobre Ale. -- Sabina fechou a cara na mesma hora. -- Amor... -- Heyoon usou um tom arrastado e pidão. -- Por favor, converse com ela. -- Deixou um beijo no rosto de Sabina. -- Escute o resto de sua história. -- Com um beijo no canto dos lábios Sabina não soube se tremera por Heyoon lhe chamar de "amor", pelo tom arrastado e sensual em sua voz ou pelos quase beijos.

-- Heyoon, ela mentiu para mim.

-- Porque seu pai só deixaria ela ficar ao seu lado sob essas condições. -- Heyoon revelou, ganhando ainda mais a atenção de Sabina.

-- Ele morreu quando eu tinha vinte. Ela podia...

-- Ponha-se no lugar dela. As coisas não são tão fáceis assim. -- Sabina a olhou e mordeu o lábio inferior. -- Converse com ela, por favor... -- Heyoon disse colando suas bocas finalmente, deixando Sabina sem fôlego. -- Por favor, Sabi...

-- Tudo bem. -- Sabina disse. Não conseguia dizer não para Heyoon e no fundo realmente queria conversar com a mulher, sentia falta dela e queria entender melhor e conhecer a história completa. Sentia-se pronta para isso.

-- Eba. -- Heyoon disse sorrindo, enquanto se inclinava e apagava a luz do abajur. Sabina foi surpreendida pela boca cálida de Heyoon sobre a sua. Levou a mão até a cintura da mais nova, a puxando mais para si.

Heyoon invadiu a boca de Sabina sem pedir permissão. Sabia que não precisava e por isso se atreveu a isso. Ela não se cansava de beijar Sabina, poderia passar dias a beijando sem reclamar. Os lábios eram macios e suculentos, fazendo Heyoon quase querer mordê-los fortemente.

Se inclinou um pouco mais e levou seu dedo indicador até o ombro de Sabina. A marca ainda estava lá, apesar de agora haver apenas uma casquinha sobre a ferida. Acariciou a lembrança daquela batalha e terminou selando os lábios de sua esposa.

-- Odeio saber que você sai para essa guerra. Odeio a espera, odeio meu cérebro louco que cria milhões de teorias sobre o pior que poderia te acontecer. -- Heyoon confessou em um sussurro. -- Prefiro você aqui, abraçadinha comigo.

-- Ah é? -- Sabina perguntou sorrindo.

-- Sim. -- Heyoon disse deitando sua cabeça sobre o peito de Sabina. Amava escutar as batidas de seu coração.

-- Se eu pudesse nunca mais sairia daqui, mas é meu trabalho.

-- Que por sinal eu odeio. -- Heyoon falou, sentindo suas pálpebras pesarem diante da carícia de Sabina em seu cabelo. Sabina apenas riu ao ouvir a voz sonolenta de Heyoon. Sabia que a mais nova sempre dormia com cafunés.

-- Vê se sonha comigo, boo. -- Heyoon não sabia se Sabina realmente tinha dito isso ou se havia sido em seu sonho, mas assentiu levemente antes de  cair em um sono profundo.

「 𝖮𝗏𝖾𝗋 𝖳𝗁𝖾 𝖱𝖺𝗂𝗇𝖻𝗈𝗐 」- 𝖲𝖺𝖻𝗂𝗒𝗈𝗈𝗇 Onde histórias criam vida. Descubra agora