-- Você está bem, criança? -- Ale perguntou ao ver Heyoon colocar sal no leite ao invés de açúcar.
-- Ótima. Por quê? -- Heyoon perguntou sorrindo fraco para ale.
-- Bem, não acho que eu já tenha provado leite salgado na vida. -- Ale disse apontando para o copo e Heyoon fechou os olhos caindo em percepção.
-- Sinto muito. Eu vou...
-- Deixa que eu jogo fora esse e preparo outro para você. -- Ale disse de maneira serena. Yoon enrijeceu os músculos ao ver Josh passar no final do corredor.
-- O-obrigada, Ale. -- Ela disse. -- Mas acho que eu dispenso o leite. Tenho algo...Que fazer. Obrigada de novo. -- Heyoon disse se levantando. Ale acompanhou com os olhos o movimento da garota. Algo não estava bem, qualquer um diria isso.
-- Será que é problemas com Sabina? -- Sofia perguntou ao ver o estado caótico que a mente de Heyoon parecia estar.
-- Já pensou em comer chumbinho? -- Ale perguntou e Sofia riu.
-- O que será que está atormentando ela esses dias? Ela anda estranha. -- Sofia falou evidentemente curiosa. Ale apenas suspirou.
-- Oh, criança. Heyoon é uma moça maravilhosa, mas sinto que está passando por algum conflito interno.
-- Não precisa ser muito gênio para se perceber. -- Sofia disse olhando para os lados e, ao ver que mais ninguém estava, se levantou e começou a ajudar Ale. -- Provavelmente descobriu que uma unha quebrou. -- Ale riu e negou com a cabeça.
-- Por que se finge de má diante dos outros?
-- Não preciso fingir. Herdei de minha mãe. -- A menina disse, começando a lavar a louça.
-- Heyoon ama Sabina, deveria dar a ela uma chance de...
-- Ela nem a conhecia quando se casou. Não se pode amar alguém em tão pouco tempo.
-- Você se surpreenderia com o poder do amor.
-- No máximo uma paixão avassaladora, mas amor? Duvido muito.
-- Então acha que seu amor é mais real do que o dela? -- A mulher perguntou.
-- Já não importa mais, de qualquer jeito. -- Sofia falou suspirando. -- E não conte a ninguém que estou...
-- Me ajudando? Oh, criança. Você me ajuda desde nova, por que eu diria agora?
-- Tem razão. -- Sofia falou rindo. -- E qual é a do bonitão?
-- Peter?
-- Sim.
-- Parece ser competente.
-- Mais do que papai era? -- Perguntou arqueando uma sobrancelha.
-- Seu pai ainda é competente, só se aposentou. -- Respondeu Ale.
-- Enfim, não se esqueça de que amanhã teremos comemoração de cem anos da cidade.
-- Como iria me esquecer? Eu quem cozinho. -- Falou rindo.
-- E algo me diz que essa festa vai prometer. -- Disse sorrindo triunfante, lembrando-se a reação de Heyoon ao ver Josh passar por ali.
[...]
-- Josh? -- Heyoon chamou baixo o rapaz, quem levantou o olhar das planilhas e encarou Heyoon. Era final de tarde e ele achou que Heyoon não iria lhe procurar mais, mas sorriu ao ver que se enganou. -- Posso entrar?
-- Claro. -- Ele disse se levantando. Heyoon entrou e encostou a porta, respirando fundo até caminhar até o rapaz.
-- Como está?
-- Oh, por Deus, pule essa parte. Não precisa fingir que se importa. Só quero saber o que houve. -- Heyoon assentiu, cruzando os braços.
-- Primeiro quero que saiba que eu me importo sim. -- Falou. -- E segundo... O que veio fazer aqui se passando por outra pessoa?
-- De que outro modo eu entraria sendo que a idiota da sua esposa proibiu minha entrada na cidade? -- Ele perguntou irritado.
-- Bem, antes de ofendê-la deveria se informar melhor. Heyoon já autorizou sua entrada novamente.
-- Depois de casar com minha garota, claro. -- Ele disse irônico.
-- Não sou sua garota. -- Falou prontamente. -- E ela é tão vítima nisso tudo quanto você e eu. -- Heyoon defendeu.
-- Vítima? Aquela mulher...
-- Se tornar a ofender Sabina na minha frente te deixarei falando sozinho. Não vim aqui para te ouvir falar estupidezes de alguém que mal conhece. -- Alertou ela.
-- E você a conhece, por acaso?
-- Sim! -- Respondeu com firmeza. Josh respirou e assentiu.
-- Tudo bem. Desculpe. -- Pediu contrariado.
-- Bem... -- Heyoon começou a contar tudo o que havia acontecido. Desde o casamento contrariado, até a farsa de sua mãe.
-- E aí você se apaixonou? -- Ele perguntou com um nó na garganta.
-- Sinto muito. -- Ela sussurrou. Ele negou com a cabeça, desnorteado.
-- Ela te trata... Te trata bem? Porque eu posso lutar pelo seu amor, Yoon. Eu posso...
-- Eu acho que você não entendeu. -- Heyoon começou. -- Eu a amo, Josh. Com cada fibra do meu ser. Se você a conhecesse entenderia. Ela é benevolente, gentil, pura, madura... -- Toda a sinceridade habitava as palavras de Heyoon. -- Não quero que lute por mim, quero ficar com ela. Só quero que seja feliz. -- Ele riu e negou com a cabeça.
-- Ter aquele monte de dinheiro influenciou no seu amor? -- Ele perguntou com rancor e Heyoon lhe olhou incrédula.
-- Como se atreve?
-- Ah, qual é, Heyoon? Ninguém se apaixona tão rápido assim não. -- Falou. -- Amor? Eu duvido. Sua família estava à beira da ruína. Quem me garante que você não está dando para ela só por causa... -- Não terminou sua fala devido ao tapa estalado que recebeu no rosto.
-- Graças aos céus eu acordei a tempo de ver o homem hediondo e sujo que você é, porque se realmente me conhecesse saberia que...
-- Amor? -- Sabina entrou no ambiente, se aproximando dos dois. Heyoon se assustou, não havia ouvido a porta se abrir. -- Está bem? -- Perguntou ao ver a expressão magoada de Heyoon.
-- Sim, só estava dizendo ao senhor Leroy que eu realmente odeio números. Não havia me dado conta disso até agora. -- Falou saindo da biblioteca no momento seguinte. Sabina acompanhou confusa a saída de sua esposa.
-- Eu não pude ouvir o que diziam porque eu estava longe... -- Sabina disse com o maxilar trincado assim que pôs os olhos no garoto. -- Mas eu vi o tapa. -- Pressionou suas duas mãos sobre a escrivaninha e o olhou fixamente. -- E se eu souber que faltou ao respeito com a minha esposa, Leroy, não será só o emprego que perderá.
-- Está me ameaçando de morte?
-- Oh, não. Eu jamais sujaria as minhas mãos. Heyoon não merece um monstro como esposa. -- Falou. -- Mas para te afundar eu não preciso de muito.
-- Deveria perguntar a ela o motivo do tapa. -- Ele vociferou.
-- Se ela não quiser me dizer, respeitarei o espaço dela. Não pense que esse joguinho de tentar me deixar confusa funcionará. -- Disse respirando fundo e endireitando a postura. -- Eu gosto de você, Peter. Não me decepcione. -- E dizendo suas últimas palavras saiu dali fazendo o barulho do salto ecoar.
Josh respirou fundo e deu um soco no ar. Não pensava aquelas coisas de Heyoon, só disse na hora da raiva, no calor do momento. Sabia que ela seria incapaz de ficar com alguém por dinheiro.
Pensou em Sabina. A verdade é que sentira inveja de ela ser a dona dos pensamentos de Heyoon. A vida não havia sido justa com ele, mas estava ciente de que havia pisado na bola e de que devia um pedido de desculpas à Heyoon.
Por um momento sentiu-se aliviado também, Sabina havia defendido Heyoon sem perder a postura ou o caráter. Ele, após se desculpar com Heyoon, poderia ir embora sossegado. Heyoon estaria em boas mãos.
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「 𝖮𝗏𝖾𝗋 𝖳𝗁𝖾 𝖱𝖺𝗂𝗇𝖻𝗈𝗐 」- 𝖲𝖺𝖻𝗂𝗒𝗈𝗈𝗇
Fanfiction𝗦𝗮𝗯𝗶𝘆𝗼𝗼𝗻 | + Over the Rainbow é uma história romântica que se passa no século XX. A protagonista Heyoon, contrariando as regras da aristocracia a que pertence, se apaixona por josh beauchamp, um camponês da classe baixa, mas sua mãe, Jennie...