NOVO MUNDO • JJK + PJM

Capítulo 3

3

O ano de 2030 foi o marco histórico mais importante nos livros de história do "Novo Mundo". O velho mundo, como o conhecíamos, deixou de existir no período de seis meses desde a primeira crise, diante dos olhos e tentativas frustradas da população. O planeta e seu povo foram vitimas de alguns dos maiores desastres já relatados pelo homem. A primeira crise veio através de doenças infecciosas - que exterminaram grande parte da população; a segunda se tratou de desastres naturais em série, levando mais uma quantidade. E a terceira, uma que nem os céus imaginariam, foi protagonizada pelo próprio homem, que em seu desespero, nos levou a beira da extinção.

A espécie humana estava quase erradicada e o anúncio do fim estava mais próximo do que imaginávamos. No entanto, quando já não haviam mais esperanças, cientistas descobriram um meio de fortalecer a espécie humana - uma maneira de torna-la mais forte e resistente frente aos períodos enfrentados. Esse método veio através da mutação genética: a mistura do DNA humano com o DNA animal. Mais especificamente, o DNA do lobo.

O método foi um sucesso, humanos mais fortes e resilientes surgiram. Com capacidades reprodutivas mais abrangentes e corpos mais adaptáveis, a população tomou seu curso natural. E logo as cidades foram reconstruídas e repopuladas.

As novas espécies criadas, denominadas pelas classes: Alfa, beta e ômega, demonstraram ser mais eficazes para sobrevivência e com maior capacidade de produção, fazendo com que retomassem o antigo estilo de vida, de forma melhorada, em poucos anos.

Os denominados Alfas eram conhecidos pela força física e mental, capazes de sobreviver a longos dias de trabalho pesado e circunstancias nada favoráveis. Os betas eram conhecidos pelo empenho, a força de vontade e capacidade de sobrevivência e adaptação em diferentes temperaturas e elevações. Os Ômegas eram conhecidos pela inteligência, agilidade e alta capacidade de reprodução, esses eram os principais responsáveis por gerar e proteger os filhotes das outras espécies. Poucos betas também nasciam com a capacidade de reprodução e, mais raros ainda, alguns Alfas de classe C também possuíam.

Infelizmente, uma coisa é certa: quando não aprendemos com a história, tendemos a repeti-la.

Devido a ganância e ego do homem, algumas espécies acreditavam ser superiores às outras. Os denominados Alfas, por portarem maiores capacidades físicas, se colocavam sempre em cargos de liderança e superioridade. Os betas serviam de mão de obra barata e capachos para a elite. Já os ômegas eram tratados com ainda mais desprezo, considerados úteis apenas para reprodução e não dignos de um lugar na sociedade. Esses muitas vezes eram mantidos como escravos. Os Alfas, cegos pelo poder, alegavam que os ômegas existiam apenas para satisfação de seus prazeres, eles não viam a luz do sol e raramente eram alimentados – recebiam apenas o mínimo para sobreviver.

No entanto, ao longo dos anos os desgastes físicos eram intensos. As novas gerações de ômegas nasciam fracas e não aguentavam os primeiros anos de vida. Os que aguentavam, pereciam nos partos obrigatórios.

Com o tempo, os ômegas foram se tornando raros. As comunidades mais ricas mantinham ômegas em suas propriedades particulares em segredo, mas esses não chegavam a representar 2% da população mundial.

Como toda ação tem uma reação, a revolta com essa realidade era geral. Muitas tentativas de fugas eram realizadas, dentre elas, um grupo de ômegas conquistou a liberdade – ajudados por poucos Alfas e Betas que ainda acreditavam na igualdade e em um mundo justo. Esses conseguiram criar uma espécie de resistência e se tornaram uma base sólida e forte o suficiente para abrigar e proteger os seus.

Porém, como diz o ditado: o sonho do oprimido é se tornar o opressor. Esses ômegas utilizaram a tecnologia para criar uma nova raça de ômegas, eles eram conhecidos como a própria evolução dos ômegas. Eram mais fortes e utilizavam do seu cheiro – que atraia naturalmente Alfas – para comanda-los. Uma palavra de um ômega evoluído bastaria para um Alfa desistir de seus princípios e até mesmo da própria vida, tudo para agradar o seu estimado ômega.

A guerra que já estava implantada ganhou um novo inimigo, a hipnose gerada pelos hormônios ômegas evoluídos fez com que Alfas afetados por esse se virassem contra o próprio povo, os amigos e a própria família. Irmãos enfrentando irmãos.

Como resposta aos desfalques que vinham recebendo, os Alfas desenvolveram supressores fortes o suficiente para Alfas da linha de frente de combate resistirem ao cheiro artificial de ômegas evoluídos que o exército adversário utiliza para hipnotizar seus homens. Contudo, este funciona apenas caso o Alfa nunca tenha tido contato com o hormônio em específico. Não sobrando esperanças para aqueles que já haviam passado pela hipnose.

Os que não passaram e receberam os supressores, resistiam bem aos hormônios artificiais de Ômegas evoluídos liberados pelo exército ômega em batalhas. Esses hormônios eram mais fracos do que os liberados por um Ômega evoluído naturalmente, já que o exército Ômega não conseguiu replicar apropriadamente o hormônio para liberação em grande escala.

Sobre os ômegas evoluídos, eles foram extintos devido a mutação genética muito forte. Poucos corpos aguentavam o processo completo de aprimoramento, e os que aguentavam não eram mais vistos.

Existem lendas de que os poucos que aguentaram fugiram e moram em locais reclusos, se negando a participar da guerra de ambos os lados. Existem outras que alegam que mesmo um Alfa com o supressor reforçado, ao encontrar um ômega evoluído, não teria a menor chance de resistência aos seus comandos.

E esse é o maior pesadelo de Jungkook.

A guerra tem durado longos cinquenta anos. As gerações atuais cresceram sem conhecer a paz. Tudo o que Jungkook conhece é a guerra, o perigo e o sangue derramado. Agora, tudo o que ele mais deseja é proteger aqueles que ama, pelo menos os que sobraram.

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Oi meu colibri, espero que esteja gostando ♥

Vou deixar aqui um espacinho pra caso você tenha alguma dúvida (muita coisa ainda vai ser explicada lá na frente, tá?):

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