Arte

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Só os deuses sabiam o quanto eu necessitava daquele beijo. Sua boca tinha gosto de saudade, hortelã e amor. O melhor sabor do mundo.

Deidara apertou minha cintura com suas mãos grandes cobertas pelas luvas enquanto as minhas puxavam seu pescoço pra obter o maior contato possível durante o beijo. Nossas línguas dançavam entrelaçando com calma, reconhecendo a boca um do outro e reaprendendo o ritmo depois de tanto tempo longe.

O beijo ficou mais rápido e necessitado quando um fogo surgiu começando a queimar dentro de mim, sua mão direita subiu pro meu rosto e segurou pra comandar o beijo, enquanto a esquerda começou a descer para apertar minha bunda, mas parou. Ele separou nossas bocas e a sua respiração entrecortada se misturou com a minha devido as testas encostadas.

- Se formos fazer isso, quero fazer do jeito certo dessa vez.

- Como assim?

- Acabamos de nos reencontrar, se eu te levasse pra cama só provaria que continuo sendo o mesmo Deidara.

- Ah, então você me deixa excitada e abandona?

- Já está assim com tão pouco?

Sorriu ladino e me encarou desafiador.

- Você não tem idéia do efeito que me causa, senpai.

Ele selou nossos lábios novamente, mas não passou disso. Me abrigou num abraço quente e confortável, o qual eu me sentia tão segura e livre do mal do mundo lá fora que não me importava em passar a vida toda ali.

Deidara tinha amadurecido tanto de um jeito incrível em tão pouco tempo que me deixava impressionada, ele estava disposto a fazer dar certo e eu também queria isso. Não somos perfeitos, falhamos, mas o importante é sempre querer melhorar e levantar a cada tombo.

Ficamos uns bons minutos apenas aproveitando a presença um do outro e, sério, quem disse que "dois corpos não ocupam o mesmo espaço" nunca viu nem de perto o nosso abraço. Ah, eu pareço uma boba apaixonada relembrando músicas sertanejas...

toc toc toc

Ouvimos as batidas e nos separamos, Deidara foi abrir a porta e eu sentei no sofá fingindo analisar algo, apenas ouvindo a conversa.

- Oi Tsukuri-kun! Vem comigo numa festa hoje a noite, vai ser no bar Nukenin's que inaugurou mês passado.

- Olá, Karin. Me desculpe, mas tenho outras programações pra hoje.

Karin, sério Dei? Ela chegou com tanta intimidade, aposto que já saíram mais vezes, hum.

- Ah, suave então! Pode deixar que eu te aviso sobre mais festas e... na próxima vez, quero saber o que você esconde embaixo das luvas, Tsukuri-kun.

Filho da put@, você se rebaixou à esse nível?

- Nos seus sonhos, Karin, tchau.

Ele fechou a porta e caminhou até mim se sentando ao meu lado, de repente o lápis em minha mão pareceu muito interessante. Continuamos nesse silêncio irritante e ele ficou me olhando diretamente, tentou pegar minha mão mas eu tirei e cruzei os braços.

- O que aconteceu?

- O quê? Não entendi.

- Eu te conheço e não é de hoje, S/n.

- Ah, não deu nada. Pode ir pra festa com a ruiva azeda lá tranquilo, eu fico aqui de boa.

Levantei do sofá e sentei na cadeira, pegando um lápis e rabiscando numa folha qualquer.

Tentação (Deidara)Onde histórias criam vida. Descubra agora