Dia ruim

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Ficar sozinha nunca foi de fato um problema pra mim. Consigo lembrar bem de quando ainda estava no orfanato e as crianças não queriam brincar comigo por eu ser estranha e falar muito pouco, as mulheres que cuidavam daquele lugar também não gostavam de mim. Eu chorava todas as noites baixinho no meu quarto por não ter uma familia, por ninguém me amar então passei a entender que a vida é uma vadia que sempre quer te botar pra baixo e basta você deixar para tudo ser uma merda.

Meus pés estavam sobre a mesa e eu escrevia em meu pequeno caderninho de canções. Eu estava no meu próprio mundo sem me importar com nada ao redor nem ninguém, poderia sentir alguns olhares queimando nas minhas costas. Adolescentes curiosos.

Uma bolinha de papel me acerta tirando minha concentração viro pro lado, vendo Melissa sorrir e me mandar abrir. Desamasso o papel vendo o que estava escrito.

  Os Cullens não param de te encarar. Devem estar se perguntando de que buraco imundo você saiu, toda estranha.

  Me viro novamente para loira que sorri com seus amigos sem cérebro. Respondo seu bilhete amassando o papel novamente e jogando nela.

Do mesmo que você, querida.

Pego minhas coisas saindo do refeitório deixando uma Melissa muito brava para trás. Ela deveria me agradecer pelo menos não quebrei o nariz dela. Tenho que admitir que fiquei com muita vontade de me virar para mesa de Alice e ver se era realmente verdade que eles estavam me olhando, parece que essa cidade encontrou alguém mais estranho que eu.

                   ×××———×××

O sinal anunciando o fim das aulas tinha se tornando um dos meus sons favoritos. Finalmente eu poderia sair daquele lugar e ir pra casa descansar um pouco antes de ir trabalhar.

Fiz novamente meu caminho pra casa, o clima ainda estava frio mais nada que eu não estivesse acostumada. Abrir a porta notando o silêncio no apartamento, essa hora a Grace estava na padaria e o David e encanador então também estaria trabalhando.Peguei meu almoço na geladeira e coloquei no micro-ondas enquanto fui ao meu quarto trocar de roupa e vestir algo mais confortável. Peguei meu almoço sentando na poltrona de David e ligando a tv para assistir alguma coisa, parei em um canal com um filme de terror dos anos 90.

Para minha infelicidade já estava na hora de ir trabalhar. Me vesti com uma calça moletom preta e uma blusa listrada, coloquei meu relógio, peguei meu celular e sai de casa. As ruas não estavam com muito movimento só alguns carros e motos, sem muito trânsito. Olhei no meu celular vendo que eu iria chegar atrasada e aceleirei o passo quando passei pela rua. Tão repentinamente fui atingida por um carro, nada muito forte apenas uma batida que me fez ir ao chão.Escutei a porta do carro abrir e alguém parar ao meu lado.

— Você está bem?—a pessoa pergunta.

— Você não olha por onde anda não? Poderia ter me matado, idiota— reclamo levantando do chão limpando minhas roupas.

— A culpa não é minha se você é uma louca que atravessa a rua sem olhar pros lados—me virei pra ele olhando em seus olhos incrédula. Ele tinha acabado de me chamar de louca, que ousadia.

Olhos dourados, como os de Alice. Ele era um cara alto, branco, cabelos de um tom loiro cor de mel um pouco grande e bagunçados. Tinha que admitir que ele é incrivelmente lindo mas também um idiota.Ele também parecia me examinar de forma lenta, reparando bem em cada parte.

— Louco é você. O sinal estava vermelho—falo, nem sabia se o sinal estava vermelho ou não, mas não daria o braço a torcer. — Deveriam te proibir de dirigir.

— E deveriam te proibir de andar pelas ruas— olho irritada pra ele, estávamos muito perto um do outro.

Antes que eu possa responder meu relógio apita avisando que eu já estava mais do que atrasada e levaria um bronca daquelas do meu chefe.

Sky ×Jasper HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora