Eu estava prestes a fechar um contrato importante com uma grande empresa local, que só me beneficiara — Trabalharia por algumas semanas das minhas férias, mas eu não me importava com aquilo, amava o meu trabalho

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Eu estava prestes a fechar um contrato importante com uma grande empresa local, que só me beneficiara — Trabalharia por algumas semanas das minhas férias, mas eu não me importava com aquilo, amava o meu trabalho. E o amaria ainda mais quando estivesse desenhando a planta de uma novo abrigo para cães deficientes físicos, olhando o mar e sentindo o cheiro da maresia —, mas minha mente insistia em retornar à imagem de Jessie seminua.

O tempo inteiro minha mente retomava a cor da sua pele, mais bronzeada que o normal, pelo sol; o formato do seu corpo; Jessie era alta, e mais magra que a maioria das mulheres, mas suas curvas arredondadas faziam parecer que se esforçava muito para ter o corpo do jeito que queria, o que eu sabia que não era verdade; seu cheiro de limão, que jamais senti em outra pessoa, vez ou outra aparecia em minha mente e eu podia senti-lo de novo.

Jessie sempre fora minha amiga, quase uma irmã. E agora, eu simplesmente não conseguia parar de imaginá-la comigo, ou me perguntar qual seria o gosto do seu beijo, a textura da sua pele, e como seria sentir o cheiro na pele de seu pescoço. Me sentia um idiota por não conseguir controlar uma simples atração por uma mulher.

Jessie é mais que isso, pensei.

— Merda! — Esbravejei, chutando a porta do armário que estava entreaberta.

Passei as mãos pelos cabelos, cansado.

No primeiro momento, acreditei que aquilo passaria no dia seguinte. Era normal aquelas imagens voltarem nas primeiras horas, sempre acontecia com as mulheres com quem eu dormia, mas depois de três semanas, descobri que estava errado. Não passou no dia seguinte. E agora, eu não tinha certeza se realmente passaria.

Despertei de meus pensamentos quando senti meu celular vibrar na mesa, junto com a minha tentativa de um esboço, e caminhei até lá. Li o nome de Becky na tela e me perguntei internamente se eu tinha morrido e estava num purgatório.

Desliguei o telefone e desci as escadas a fim de um pouco de paz. E por alguns minutos, eu realmente a tive. Jessie estava sorrindo com Beth enquanto comia a massa do bolo numa colher de pau. Ela estava vestindo um short de pijama surrado, largo nas coxas e um blusão branco e ainda assim ela conseguia me fazer sentir como se eu estivesse encarando a mulher mais linda do mundo.

Era estranho como de repente até sua personalidade parecesse tão única. Nunca havia reparado tão minuciosamente — o que era, de certa forma estranho, já que nos conhecíamos desde crianças —, mas depois das últimas semanas, com Jess sendo meu principal pensamento 24 horas por dia, sentia como se estivesse redescobrindo-a por inteiro. E aquilo me assustava para cacete.

— Ei, filho, o que tá fazendo parado aí? — Senti as mãos da minha mãe no meu ombro.

— Nada, mãe. Eu esqueci o que ia buscar e estava aqui tentando lembrar. — Forcei um sorriso.
Minha mãe arqueou as sobrancelhas e encarou a cozinha.

— Sei bem o que você esqueceu. — Deu uma risadinha e balançou a cabeça negativamente.

Odiava a forma como eu não conseguia esconder nada da minha mãe, mas ela sempre sabia respeitar o meu espaço, e nunca iniciava uma conversa sem saber que eu estava 100% apto a me abrir.

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