Já havia chegado o verão, e quase como uma tradição, estávamos passando as férias em Gothan City, na casa em que meus pais e os Thomas construíram alguns anos depois de se formarem na faculdade, a fim de manterem os laços afetivos e terem um lugar...

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Já havia chegado o verão, e quase como uma tradição, estávamos passando as férias em Gothan City, na casa em que meus pais e os Thomas construíram alguns anos depois de se formarem na faculdade, a fim de manterem os laços afetivos e terem um lugar para se divertirem e relaxarem depois de meses se dedicando aos seus trabalhos.

Por mim, eu viveria naquele lugar pelo resto da minha vida. Eu amava aquela casa. Não apenas por ser em frente à praia — o meu lugar favorito no mundo inteiro —, mas sim, porque o local transpassava leveza, e por mais que fosse uma casa estrategicamente grande, a decoração era simples, o que mudava tudo.

Mas o que mais me fazia ter saudades daqui era dona Elizabeth e seus pratos incríveis. Ela era, na verdade, o motivo de eu ter escolhido gastronomia como profissão. Quando criança, vê-la trabalhando com tanto amor e dedicação me fizeram querer ser como ela, quando adulta.

E naquele exato momento eu estava desfrutando o máximo do nosso momento juntas, querendo matar a saudade que senti dela durante o ano inteiro.

Batuquei as unhas sobre o mármore que demarcava a ilha da cozinha ao ritmo de sincerity is scary - the 1975, que tocava baixinho ao fundo da cozinha enquanto eu esperava os biscoitos amanteigados de Beth assarem, ouvindo as histórias sobre a sua juventude.

— Eu era terrível! — gargalhou, concluindo a história de quando fugiu de casa para se encontrar com um namorado no telhado da vizinha.

— Acho que eu deveria fazer umas loucuras como as suas. Fazer a vida valer a pena, sabe. — brinquei.

— Só me prometa que não vai falar com quem aprendeu. — Abriu o forno e o cheirinho de biscoito flutuou pelo ar — Pelo contrário, dona Celina me estrangularia. — balançou a cabeça, sorrindo.

—  Minha mãe só tem tendências a estrangular a própria filha, Be. — soltei um sorriso nasalar.

— Não pense assim, querida. Dona Celina só é uma pessoa introspectiva. — Fechou o forno e largou a luva na pia.

— Não precisa tentar me consolar, Be, não sou mais uma criança. Eu sei que minha mãe não é a minha maior fã.

— Oh, meu amor... — Caminhou na minha direção e curvou as mãos ao redor do meu rosto — Você é uma menina incrível. Sou abençoada em ter você na minha vida. Não deixe que isso te deixe triste nunca, ouviu? Infelizmente, não agradamos a todos, mas tenha em mente que você está fazendo o seu possível. Isso é, e sempre será, o suficiente.

Sorri e me levantei da baqueta para abraçá-la.

— Eu já disse que te amo hoje, minha gordinha delícia? — beijei sua bochecha redonda.

— Acabou o meu amor! —Beth me deu um tapa de leve — Gordinha? Ora essa! Onde já se viu? Essas crianças de hoje em dia falam cada coisa...

— Meu Deus, Beth, que cheiro bom!

Old Love, um conto de férias. Onde histórias criam vida. Descubra agora