Ai Flores, ai Flores...

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Mais uma vez os alunos suspiraram em enfado quando o quinto professor adentrou a sala de aula com uma caixinha de som e um monte de papel, parecendo muito atrapalhado ao segurar todas aquelas coisas.

Os rapazes e moças presente olharam atentos para as bagagens do professor de Língua Portuguesa, Lan QiRen. Estavam todos curiosos para saber o que o professor romancista iria inventar daquela vez.

— Bom dia. Não quero ver ninguém no fundo da sala, podem vir aqui pra frente! — chegava já colocando ordem na sala, principalmente quando a maioria dos alunos sentavam no fundão.

— Professor, pra que isso? — perguntou um dos alunos, o nome dele era Xue Yang, parecendo bem interessado; só parecendo mesmo porque ele só queria ponto para passar de ano.

— Hoje nós vamos continuar nossa aula de trovadorismo com as canções de amigo, e como o nome já diz né "canções de amigo", vou colocar canções pra vocês; bem óbvio né? — o professor respondeu sentando-se à mesa e tirando todos os seus bagulhos de dentro da bolsa de folhas de pindoba.

— Calma, professor, que isso? — Xue Yang fingiu-se ofendido com as palavras do mestre QiRen.

— Tanto faz. Essa sala ainda tá uma bagunça! Wei WuXian, filho de satanás, vem aqui pra frente! — QiRen gritou irritadíssimo com o rapaz que fazia aviãozinho de papel com os colegas no fundo da sala.

O xingamento nem foi ofensivo a ponto de o professor ser chamado atenção, não, justo porque os pais de Wei WuXian deram total liberdade para que QiRen puxasse a orelha do rapaz quando necessário. "Pode bater, eu que tô mandando", relembrou a mãe de Wei WuXian.

O professor via-se prestes a ter um treco ali na sala de aula; todos os seus alunos estavam fazendo bagunça. — Huaisang, te senta aí se não vou chamar teu irmão pra gente ter uma conversa!

O garoto citado, Nie Huaisang, estava no fundo da sala vendendo canetas com flores e outros enfeites na cabeça; vendia também flores de e.v.a a parte e alguns doces feitos em casa. O garoto não era pobre, longe disso. Vendia porque não tinha nada pra fazer de tarde.

— Já tô indo!

Vendo que seus alunos já estavam procurando jeito de se arrumar, Lan QiRen começou a escrever algumas coisas no quadro. A caixinha de som já estava ligada e o livro aberto onde estava o assunto para a aula.

Wei WuXian encontrava-se sentado na frente, isso depois de mais alguma broncas de Lan QiRen. Ao seu lado estava Lan WangJi, o sobrinho perfeitinho do professor de Língua Portuguesa. O rapaz quase não fazia bagunça, parecia nem existir no meio de todo aquele inferno de adolescente arruaceiros.

— Ei, gato — Wei WuXian inclinou-se para o lado na tentativa de chamar a atenção do rapaz.

Sem sucesso.

Lan WangJi parecia bastante concentrado na letra meio torta de seu tio na lousa.

— Ei, psiu! — outro chamado, sujestivo, vindo da carteira onde estava Wei WuXian.

— Patético — foi o que Lan WangJi respondeu sem ao menos olhar para a pessoa ao seu lado. Estava a escrever tudo o que seu tio colocava no quarto; uma bela desculpa para ignorar Wei WuXian.

Quando QiRen finalmente terminou de colocar uns avisos no quadro, chamou a atenção de seus alunos. — Crianças, vamos dar continuidade ao conteúdo.

Abriu o livro na página vinte e pediu para que seu alunos fizessem-no também. Aquele que levaram o livro abriram na página indicada, e os que não levaram… foram expulsos da sala e com certeza foram se trancar no banheiro para não serem pegos pelo diretor Ruohan da Silva.

Ai Flores do Verde Pino - Mo Dao Zu ShiOnde histórias criam vida. Descubra agora