Capítulo 5 - Quem sou eu ?

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E todos seguiram Erwin, assim como a alcateia segue o lobo alfa.


Como havia sido planejado durante os dias que se passaram, o Reconhecimento estava saindo para a próxima expedição. E como Levi ordenara, [s/n] estava a serviços dele fazendo parte de seu esquadrão.

O receio a tomava, pois era a primeira vez que não estaria lutando ao lado de seus amigos, San e Gustav.

Titã Fêmea

A viagem seguia como previsto, até que um aparecimento inusitado ocorrera: a Titã Fêmea surgiu e passou a procurar Eren obsessivamente, resultando isso na morte de inúmeros soldados.

O esquadrão de Levi, que estava localizado ao centro e protegia o alvo da perseguição, foi o principal atingido. A fuga permaneceu como escolha o máximo possível, mas ela sozinha não seria capaz de lidar com a situação. Assim, o combate se instalou até que o esquadrão fosse massacrado.

[s/n] ainda estava em choque pelo que havia acontecido, o rosto horrorizado de Petra a encarava mesmo depois de separado do restante do corpo. Se não fosse o retorno de Levi, ela  provavelmente também estaria morta.

O que havia garantido sua sobrevivência fora sua agilidade, mas isso não significava que ela estivesse bem, apenas viva. A soldada já havia presenciado isso outrora, ver todos que amava e respeitava mortos. Talvez só não esperasse que a imagem se repetisse tão rápido e que dessa vez, o responsável pelas mortes fosse outro.
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Levi a carregava no colo, quando [s/n] finalmente retornou a lucidez. A Tropa estava batendo em retirada do local da batalha e retornado à cidade. Eren também estava machucado, mas ela sabia que logo estaria bem novamente ainda mais com os cuidados de  Mikasa.

Flashbacks invadiram sua mente: ela lutou com a Titã mas isso não foi de grande ajuda pois a diferença entre forças era grande, sendo que a Titã fêmea também era muito rápida. Viu o corpo de todos seus colegas jogados ao chão. Petra a encarava. Devido aos ferimentos, ela não conseguiu andar por um tempo, então apenas se arrastou. Até que estivesse fora de vista dos outros titãs que cercavam o lugar.

Foi isso então. - [s/n] pensou - Devo ter me escondido e depois Levi me achou, lembro vagamente dele e Mikasa lutando com aquela coisa.

A jovem soldada mirou com os olhos o Capitão que ainda a segurava, como se tivesse medo que quando soltasse, ela partisse. Desceu os olhos até as mãos dele, elas sangravam. Continuou com o olhar insistente até que chegou nas pernas, uma perna de Levi sangrava muito.

O desespero a tomou e em um movimento rápido deu um giro que por pouco não derrubou ambos da carroça. [s/n] tentou estancar o sangue com as mãos mas elas sozinhas não deram conta.

Olhou ao redor e não encontrou nada.

Até que direcionou o olhar para cima e viu Levi  encarando-a como se não estivesse entendendo o que se passava. Ela mirou em seu pescoço e respirou fundo, havia encontrado algo que poderia usar. Então, em um rápido movimento, puxou o lenço que Levi costumava usar no pescoço e com um pedaço de madeira que havia no chão fez um torniquete para que a hemorragia resultante do ferimento estancasse. Todos que estavam ao redor ficaram chocados com tamanha agilidade, não era possível que alguém inexperiente fizesse aquilo com tamanha precisão.

Contudo, os olhos dela não vislumbraram a atenção que conseguira. Apenas encaravam Levi que com um suspiro demonstrou o alivio que aquilo causou.

A viagem prosseguiu como ordenado, devido ao acontecimento a Tropa não havia se afastado tanto da Muralha. Assim que adentraram o território inúmeros civis os escaravam como se fossem criaturas desconhecidas em exibição, era possível ouvir os sussurros mesmo de longe. Em pouco tempo, toda a Tropa de Exploração já estava na base.


Os feridos foram atendidos e os corpos encaminhados para os funerais, mesmo que alguns estivessem irreconhecíveis e outros nem mesmo estivessem lá.
[s/n] se acalmou quando viu San e Gustav saírem de seus cavalos e irem em direção ao celeiro junto com Jean e Armin, mas em um rápido olhar não avistou Luna e nem Beatrice, a confusão a invadiu. Restando-a apenas ir se lavar enquanto os outros processavam tudo o que havia acontecido.

Quando olhou-se no espelho percebeu algo novo, havia uma cicatriz que cruzava seu olho esquerdo, sem atingi-lo. Talvez fosse por conta da adrenalina que não tivesse sentindo dor, ou apenas isso não era importante. Não era como se a sua imagem fosse algo tão fundamental depois de tudo, sentia-se como se as dores emocionais já tivessem tomado tudo que ela era.

- Uma moeda de prata pelos seus pensamentos. - Disse Gustav, enquanto entrava no quarto.

[s/n]: Não é como se eles fossem valiosos.

Gustav: Eu discordo, sempre os acho interessantíssimos.

[s/n]: Como consegue parecer bem depois de tudo aquilo?

Gustav: Bom eu vi menos do que você, então acho que devo estar menos chocado. Soube que você não conseguia nem andar, como está aí se encarando de pé ?

[s/n]: Acho que foi apenas mal jeito, quando percebi já havia parado de doer.

Gustav: Ou, era um resultado do choque e do trauma, não pode ser? - Disse ele com um ar irônico.

[s/n]: Vai se fuder, não tem algo mais divertido para fazer?

Gustav: Adorei a sua cicatriz nova, está meio inchada mas acho que vai combinar com seu ar de guerreira depois que cicatrizar.

[s/n]: Sua vaga no tal inferno já deve estar garantida.

Gustav: Espero que sim, odeio a ideia de enfrentar fila. - Disse o jovem enquanto se afundava na poltrona ao lado de [s/n]. Então continuou:

- Soube que ajudou o Capitão.

[s/n]: Quando percebi já tinha acontecido.

Gustav: Eles provavelmente vão querer saber, onde uma garota que possuía uma vida calma na Guarnição aprendeu isso.

[s/n]: Não estou muito preocupada com isso agora...

Gustav a interrompeu:

- Mas deveria, não é como se fosse uma jovem indefesa que está a procura de se matar em campo. Você não foi treinada para isso, não se esqueça. Além disso, caso eles interroguem, apenas diga a verdade.

[s/n]: Não tem medo?

Gustav: Deveria saber que fomos treinados para não temer nada e nem ninguém. Apenas diga. Afinal, estamos aqui porque queremos.

[s/n] apenas concordou.

Gustav era um belo homem de cabelos pretos e olhos azuis, parecia ser alguém sério mas na maior parte do tempo estava rindo ou sendo irônico. Ele era alguém próximo, que sempre esteve protegendo quem amava e seus ideais.

Pouco tempo depois do final da conversa, Gustav se retirou do quarto e [s/n] foi tomar outro banho. Assim que saiu do chuveiro deu de cara com Hange Zoe:

- Erwin está te chamando na sala dele. Assuntos particulares.

[s/n]: Imaginei que sim.

Quando [s/n] entrou na sala, haviam algumas pessoas, em maioria conhecidas. Recrutas que já serviam a alguns anos e iam de acordo com as filosofias de Erwin, Levi estava entre eles.

[s/n]: Uau, que bela recepção. Tudo isso por causa de um torniquete?

Houve um silêncio esmagador na sala. Até que Erwin a interrogou:

- Quem é você?


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Oioi :) espero que estejam gostando! Estou pensando em reduzir a postagem de capítulos na semana, o que acham? Beijocas <3

Destino ~ Levi x Leitora (pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora