Eu não acredito que é assim que eu vou passar as minhas férias.
Jogo mais uma caixa na mala do carro de Aaron e ainda há mais para buscar. Ben não tinha todas essas coisas quando voltou para casa depois do divórcio. Ele nem tinha onde cair morto, para falar a verdade. Brooklyn ficou com tudo.
Todos nós estamos ajudando na mudança de Ben para o seu apartamento. Meu pai teve algumas conversas conosco para demonstrarmos apoio ao nosso irmão que anda extremamente inseguro após a separação. Está até duvidando da sua capacidade paterna. E por isso o nosso pai, que adora dar uma de terapeuta dos filhos, está fazendo de tudo para que o seu primogênito – de trinta e um anos – se sinta confiante em mais uma jornada.
- Eu posso descansar um pouco? – Digo voltando para dentro de casa e encontrando minha família em meio a caixas com o a palavra frágil escrita em cima delas.
- Você não está se esforçando, River. – Diz o meu pai. – Você com certeza pode levar mais algumas.
Bufo com a ideia de carregar mais caixas. Só pode ser um pesadelo. Este também é o penúltimo dia de Orion conosco e não poderia ser um dia pior para o meu irmão começar a arrumar suas tralhas e resolver ocupar o sofá cama de Ben na sala e fazer Thomas voltar para o seu quarto. Estamos todos em uma enorme confusão.
- É claro que você pode descansar, meu bem. – Diz Raúl se aproximando de mim. Ele também está ajudando na mudança, não vai ficar até o fim pois precisa trabalhar, mas volta à noite para ajudar no que for preciso. – Agora põe os seus óculos.
Sim estou usando óculos. Não preciso usá-los o tempo inteiro, só por algumas horas durante o dia, mas Raúl se aproveita disso e me faz usar sempre, com a desculpa de que fico lindo com eles quando sei que estou horroroso.
- Não preciso usar agora. – Digo recusando os óculos.
- Precisa sim, cariño. Para me ver melhor. – Ele diz aproximando o seu rosto do meu para me beijar, mas ele me engana e coloca os meus óculos em meu rosto. – Viu só, guapíssimo. – E então me beija de verdade.
Não posso ficar com raiva dele, estou há duas semanas tramando uma festa de aniversário surpresa para ele. Raúl já expressou a sua insatisfação com o seu próprio aniversário. Mas dessa vez ele tem a mim, tem aos seus amigos, tem a minha família, tem pessoas que se importam com ele.
- Eu te odeio. – Digo beijando o seu rosto.
- Os pombinhos podem voltar a ajudar? – Pergunta Terrence sofrendo com uma caixa em seus braços.
- Estamos quase terminando, River, eu juro. – Diz Ben levantando facilmente uma enorme caixa que estava no chão e se encaminhando para o nosso jardim.
- Se vocês dois ajudarem terminaremos ainda mais rápido. – Diz Thomas que está ajudando a contra gosto tanto quanto eu.
Depois de levarmos todas as caixas para os vários carros disponíveis seguimos para o novo apartamento de Ben. Não fica muito longe da nossa casa. Raúl não nos acompanhou, mas ficou de aparecer a noite quando toda a família estivesse reunida para o jantar inaugural do novo cantinho do meu irmão.
Rapidamente Ben e Terrence começaram a montar alguns móveis que foram entregues diretamente no apartamento e não vieram conosco na mudança. Enquanto Thomas, Orion e eu subíamos e descíamos as escadas transportando várias caixas.
O trabalho levou toda a tarde. Depois que todas as caixas estavam no apartamento tivemos que guardar os conteúdos que nelas estavam guardados. Talheres, louças, brinquedos do Leo, equipamento de hóquei e até mesmo as cuecas do meu irmão. Não foi o melhor trabalho, mas pelo menos eu estava ajudando em alguma coisa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
loveGoode livro 1 | Romance gay
Roman d'amourROMANCE GAY Athena e Edward Goode como um bom casal de hippongas sonhavam com uma família grande, tiveram seis filhos, todos homens e todos criados livremente. Aaron, River, Terrence, Ben, Orion e Thomas estão em momentos diferentes das suas vidas...