Capitulo 1.

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Em uma noite fria eu me encontrava sentado sobre o batente de minha varanda. Eu estava pensando sobre coisas que aconteceram na minha vida e o que poderia vim no futuro, como seria daqui pra frente e coisas assim. Sabe é realmente complicado quando você é um ômega lúpus numa sociedade machista e com uma desigualdade avassaladora entre ômegas e alfas, e por eu ser de uma categoria de ômegas mais baixos sofro em dobro; tendo mais sensações, emoções, sendo mais submisso e tendo que ser mais respeitoso com os alfas. Não é como se eu gosta-se disso mas eu tenho que fazer isso, e eu quero mudar esse direito pois em meu ponto de vista isso não é nada justo, nem um pouco.
- Arthur seu irmão chegou, venha recebe-lo - ouço minha mãe me gritar do andar de baixo e logo desço do batente, coloco minhas pantufas e saio de meu quarto.
Presentemente eu morava com minha mãe e meu irmão. Minha mãe sendo uma excelente médica na região e de alguma forma bem famosa. Ja meu irmão mais velho era um jovem de 21 anos que fazia faculdade de diretos; meio que ela queria lutar sobre o direito dos ômegas e a independência deles, era bastante gentil de sua parte fazer uma coisa dessas. Já meu pai, vamos dizer que "ele foi comprar cigarro" e não voltou mais, eu não guardo rancor dele até por que mal o conheci, eu espero de bom coração poder ve-lo futuramente e perdoa-lo por ter nos abandonado. Não sei o que ele faz agora e nem como sua vida está, mas espero que ele esteja vivo e saudável.
Chego no andar de baixo e vejo meu irmão sentado sobre uma das poltronas com sua atenção totalmente ligada ao programa de comedia que passava na tv, ele da algumas risadas que para mim são perfeitas, era incrível como ele podia ser tão belo, esbelto e formoso enquanto eu...era somente eu, sem coisas extraordinárias e fabulosas ou coisas ruins e desagradáveis. Ele percebe minha presença e solta aquele lindo sorriso que eu sempre adorei, desde pequeno - ele pede para que eu me sente no sofá ao seu lado e assim o faço.
- tudo bem art? - ele pergunta calmo e carinhoso como sempre - eu trouxe mais supressores em adesivos (Agulhinhas), em pílulas e os normais para você. Pelo o que eu saiba estavam acabando certo? - eu respondo com um acenar possitivo com a cabeça e ele sorri. Ele é muito cuidadoso comigo e sempre se preocupa com a família, como minha avó diria; um homem digno de ser um alfa. - certo amanhã eu vou te levar na faculdade, já que você vai ir junto comigo de agora em diante - ele sorri e eu apenas contribuo.
Dou um beijo em sua buchecha e digo que irei dormir, e certamente o faço pois o dia seguinte seria corrido e provavelmente cansativo.

No dia seguinte eu acordo com os berros da minha mãe me dizendo que eu iria me atrasar e que era para eu levantar rápido, e assim o fiz, me levantei tomei um banho apressado e coloquei minhas vestes, meu irmão ja se encontrava me esperando no carro quando desci as escadas para procura-lo na sala, então dei um beijo na testa de minha mãe, peguei uma maçã e corri para o automóvel de meu irmão.
- quase se atrasa art, ainda bem que você tem um irmão ótimo como eu e...Arthur... - ele me olha estranho e eu fico confuso - Arthur eu aposto que os alfas do quarteirão vizinho conseguem sentir seu cheiro. Esqueceu de por os supressores!? - ele me pergunta e eu faço uma cara de indignação quando olho para meu braço e não vejo o supressor, faltando juntamente os adesivos e a "coleira" - Arthur como você pode esquecer uma coisa dessas? Eu sei que você tem supressores na mochila, vá e pega a coleira nova que comprei que está em cima da mesinha da sala. - corri para dentro de casa novamente pegando a coleira e voltando para o carro - podemos ir agora?
- sim vamos. - ponho a coleira em meu pescoço - ai como eu odeio por esse negócio - reclamo por culpa das 5 fechaduras que aquele treco tinha.
- você sabe que é para sua segurança. Aliás eu comprei um anel também, eu acredito que quanto menos cheiro você transmitir será melhor. Uma pequena fração de seu cheiro pode ativar um alfa em 5 segundos, então é melhor prevenir do que remediar correto? - ele pergunta sem tirar os olhos da pista. Suspiro cansado e respondo um "sim" quase como um murmúrio. Comecei a pegar os inúmeros supressores que tinham na minha mochila para coloca-los pelo meu corpo; primeiro coloquei os adesivos pela região de meu ombro e clavícula, seguidamente foi a vez do que ficava em segundo lugar na minha lista de "supressores odiados", ele era como uma agulha que eu colocava em meu braço para conter os feromônios do meu sangue. E por último tomei uma pílula, nesse meio tempo nós ja nos encontrávamos em frente a faculdade prontos para sair, só que meu irmão sendo o protetor máximo de sempre pegou um casaco que ele guardava no carro e me vestiu.
- pronto agora está quentinho - sorriu satisfeito, porém, no fim eu sabia que ele tinha pego este casaco para ter certeza que minhas curvas estavam bem escondidas e de que nenhum alfa poderia olhar pra mim de uma forma...como digamos...luxuriosa, o que obviamente era impossível. Entramos no campus e as preparações para a apresentação da faculdade para os calouros estava magnifica, tinha balões azuis e brancos por todos os lados, cadeiras enfileiradas formando um quadrado enorme bem formado, e o palco com poltronas chiques e aparentemente mega confortáveis. A faculdade em si era enorme contendo uma cor branca e azul assim como os balões, seu design moderno deixava tudo mais bonito e até aconchegante.
- Olá meus queridos alunos, como todos nós soubemos hoje é o tão esperado dia da apresentação da faculdade aos calouros. Eu gostaria de chamar alguns dos veteranos para me ajudar aqui em cima. - então ele começou a chamar os nomes e os titulados foram indo em direção ao palco. Até que eu escutei o nome de meu irmão ser chamado e fiquei um pouco receoso ja que ficaria sozinho ali, e os olhares dos alunos ao redor me amedrontavam. Alguns alfas olhavam pra mim como se não tivessem visto um pedaço de carne na vida, algumas ômegas me olhavam cochichavam e depois riam como se eu fosse uma piada, e outras só olhavam com cara feia pra mim bufando.
- olha Arthur, eu vou ir lá e você fica comportadinho aqui, este casaco está com meu cheiro então eles não irão chegar perto de você ok? Não se esqueça de verificar os supressores depois. Não terei tempo de vim falar com você. - o abracei e me sentei vendo meu precioso irmãozão indo pra frente da multidão.
Passou-se um tempo e aquela "conversa" começou a ficar realmente entediante, com isso eu peguei um dos pirulitos que sempre guardava na bolsa e o abri, colocando-o em minha boca logo em seguida, estava tudo bem até ai, só que nem tudo é um mar de rosas meus amigos, com certeza não. Eu senti um cheiro forte de cravo com canela invadir o meu ser, e com isso eu girei a minha cabeça automaticamente para trás de onde vinha este cheiro, com isso eu vi ele, o jovem moço de belos cabelos pretos e olhos azuis como o céu, seu rosto bem formado e bonito prendia meu olhar sobre ele, eu estava fora de meus sentidos, seu corpo belo me encantava, era tão alto e robusto parecia um deus na terra e claro que as outras ômegas não deixariam isso passar, cada suspiro que elas davam era um motivo para meu ômega interior rosnar e ficar irritado. Eu não entendia o por que de eu me sentir assim, mas se era normal eu não saberia dizer. Ele olhou para mim e eu desviei meu olhar envergonhado, mesmo tendo parado de olha-lo senti seus olhos me analisando pelas costas, e isso me intrigava... será que ele havia ficado com raiva de mim? Ou nojo e desprezo? Talvez ele só esteja desconfiado já que um total estranho estava o olhando tão profundamente. Pensando nisso acho que até mesmo meu irmão se sentiria ameaçado caso alguém o olha-se de forma intensa.
Depois do "incidente" com o "garoto maravilha" o diretor passou os horários de cada turma e eu por minha vez, ficaria das 10:30 as 15:30, eu não achei um horário bom, mas também não achei ruim então só me preparei para minha aula que estava prestes a começar.
Depois de muito tempo procurando a bendita sala eu a encontrei, fui um dos últimos a chegar o que me deixou um pouco tímido e sem graça, o professor por si não se importou tanto e me deixou entrar e me sentar em uma das mesas e para ser sincero, aquele local começou a ficar sufocante, a cada passo que eu dava era motivo para alfas me olharem, até pensei na possibilidade de nenhum dos supressores estarem fazendo efeito, só que estava fora de cogitação eu pensar nesta possibilidade, então entrei em um dos corredores de mesas e senti um dos alfas me tocar propositalmente perto de minhas nádegas, como eu não queria arrumar intriga no meu primeiro dia de aula deixei passar e me sentei um pouco mais distante dos outros. Então sorrateiramente e silenciosamente ela começou a moustrar seus primeiros sinais; comecei a ficar ofegante e meu rosto ganhou um grande rubor, mesmo com a enorme quantidade de supressores presentes em meu corpo, meus feromônios ainda se espalhariam de forma rápida, mesmo que fosse uma pequena quantidade já era o necessário para qualquer um daqueles alfas tentarem tirar a coleira de mim e me domarem dizendo que eu era deles. Uma das alunas vendo o meu estado e percebendo que os supressores ainda estavam fazendo seu trabalho me ajudou.
- professor - a menina cha mou com a mão levantada e o homem de aparência idosa a olhou dando permissão para que continua-se. - este aluno precisa ir no banheiro, será que ele pode usa-lo? - primeiro o professou fez uma feição de quem estaria se perguntando para si mesmo do por que eu não tenha lhe pedido diretamente, contudo depois de me ver fisicamente ele entendeu o que estava acontecendo ali e me deu a permissão imediatamente, a garota de cabelos loiros e longos me perguntou se eu havia supressores ainda e eu a respondi educada mente que sim, saindo em seguida. Eu estava tonto, andava pelo corredor quase perdendo os meus sentidos pela dor e pela imensa vontade de ter um alfa comigo naquele momento, eu gemia constantemente e isso apareceu atrair alguém para perto de mim, eu por no entanto me sentei no chão com a cabeça encostada em um dos armários enquanto gemia e me contorcia com a dor, meus supressores ja deveriam ter perdido total poder sobre meus feromônios a essa hora e a escola deveria estar infestada com meu cheiro fazendo um alvoroço nas salas. Senti a tal pessoa a qual eu não conseguia reconhecer por conta da visão embasada se agachar em minha frente, então ele se curvou por cima de mim e lambou a pele de meu pescoço, senti uma enorme repulsa e em vez de meu ômega ficar contente por ter um alfa para satisfazê-l, ele chorou e com isso meus olhos se encheram de lágrimas que não tardaram para rolarem pelo meu rosto, o jovem que estava por cima de mim não pareceu se importar com isso e eu não o julgo, pois estava sobre o poder do prazer, do instinto de satisfazer aquele pobre ômega que estava choramingando em baixo de si com dor, entretanto vi um vulto preto fazendo o alfa que até neste estante estava por cima de mim cair longe, e então desmaiei.

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